A Mercedes-Benz conta com o sistema de compartilhamento Car2Go na Europa desde  2008 e já tem 1,2 milhão de clientes
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A Mercedes-Benz conta com o sistema de compartilhamento Car2Go na Europa desde 2008 e já tem 1,2 milhão de clientes

Durante as palestras sobre mobilidade urbana promovidas pela consultoria Frost & Sullivan, ontem (11), em São Paulo, o diretor da Uber Brasil, Daniel Mangabeira, mostrou alguns números interessantes sobre a questão do trânsito nas grandes cidades que fazem prestar mais atenção à ideia do compartilhamento de veículos. Segundo o executivo, estima-se que existem 1,2 bilhão de automóveis em circulação no mundo, que são responsáveis por 22% das emissões de CO2, gás responsável pelo efeito estufa. No Brasil,  ainda de acordo com ele, os congestionamentos causam R$ 156 bilhões em perda de produtividade para a economia.

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As estatísticas que mostram os efeitos causados por tanto carro continuam. Outro dado importante dá conta de que 25% da área construída em São Paulo é voltada apenas para garagens, o que reduz o espaço urbano e aumenta bastante os valores das construções. E se formos levar em conta que, apenas na capital paulista, temos 11 milhões de habitantes e 24 milhões metrópole e que a relação carro/habitante nessa região fica em torno de 2:1, o caos está instalado, colocando em evidência a necessidade de adotar novas soluções de mobilidade urbana, entre as quais o compartilhamento de veículos está incluída.

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GMé uma das fabricantes que tem aplicativo de compartilhamento

Atualmente, conforme o que o diretor da Uber expôs, apenas 4% das viagens de carro em São Paulo são feitas por carros compartilhados, mas há estudos que indicam que essa porcentagem tem potencial de chegar em 25% até 2030. Isso depende não apenas da democratização da tecnologia, mas também da mudança de hábitos das pessoas, que já estão se acostumando com a ideia de deixar de serem proprietárias de veículos, que são dispendiosos e ficam parados 95% da vida útil.

Além da Uber, outra empresa que trabalha com a ideia de compartilhamento de carro no Brasil é a Zaz Car, que tem uma frota de 65 carros compartilhados em São Paulo e já acertou a chegada de outros 37 até o fim do ano. Além de automóveis, aviões e helicópteros também estão sendo compatilhados. A empresa Voom já torna possível voar por cerca de 10 minutos, por menos de R$ 500, ou de acordo com a necessidade de cada um. Portanto, seguindo a ideia de compartilhamento, confira a seguir 5 benefícios que compatilhar veículos podem trazer a quem mora nas grandes cidades.

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1. Melhora no trânsito

A diminuição da quantidade de carros nas vias deixa o trânsito mais fluido e menos estressante, impactando positivamente na mobilidade urbana e na qualidade de vida da população. A relação entre estes dois itens já foi comprovada: em cidades onde o tempo de deslocamento é pequeno e o período gasto no congestionamento é mínimo as pessoas vivem melhor.

Estudos sobre carsharing apontam que cada carro compartilhado retira, em média, 13 carros particulares da rua. Apesar do carro compartilhado ser usado por mais tempo e mais vezes durante um único dia do que um carro normal, as pessoas que passam a utilizar estes veículos se tornam usuários "multimodais", ou seja, elas passam a usar outras formas de transporte que não seja o carro, como, por exemplo, metrô, ônibus ou bicicleta, ao invés de utilizar quase que exclusivamente um carro particular.

2. Redução da poluição do ar

Outro efeito direto e já observado em cidades que estimulam a redução do número de carros é o impacto positivo na qualidade do ar. Os veículos são um dos principais causadores da poluição nos centros urbanos, pois as substâncias emitidas na queima do combustível são nocivas ao meio ambiente e à saúde. O monóxido de carbono é tóxico e pode provocar até alterações do sistema nervoso central, enquanto os outros gases presentes na fumaça dos carros podem causar danos aos pulmões e a outros órgãos do aparelho respiratório.

3. Diminuição da área de estacionamento

Os carros não “lotam” somente as ruas, eles também ocupam muitos outros espaços da cidade que poderiam ser aproveitados para outros fins. 25% da área construída na cidade é vaga de estacionamento.

Uma cidade “construída” para os carros e não para as pessoas claramente não atende às necessidades dos seus habitantes. Nesse sentido, o compartilhamento de veículos também pode ser importante: além de reduzir o número de novas aquisições, os carros já em circulação acabam tendo mais uso, o que minimiza o tempo que eles ficam parados, demandando assim menos espaço de estacionamento.

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4. Cria laços de amizades


Os sistemas de compartilhamento também ajudam na retomada do conceito de “comunidade” e no fortalecimento do espírito coletivo, deixado um pouco de lado nas últimas décadas. Através desses serviços, são criadas redes de troca e colaboração que podem ser muito benéficas para os participantes e também para o lugar onde eles vivem: juntos, são mais fortes e podem pensar em melhorias concretas para a rua, o bairro ou a cidade onde vivem.

5. Incentivo a uma cidade mais viva


Você já se perguntou por que costumamos gostar tanto das cidades europeias? Com certeza, um dos fatores que chamam a atenção de um brasileiro é a presença de pessoas na rua, a vivacidade desses lugares. É evidente que se tratam de realidades bem diferentes ao comparar São Paulo com Amsterdam, por exemplo, mas também é verdade que quem possui um veículo acaba por utilizá-lo bem mais do que o necessário, o que restringe ainda mais o seu contato com a cidade e com as outras pessoas.


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