O número de carros eletrificados (híbridos + elétricos) vem crescendo no Brasil e superou a marca simbólica de 100 mil unidades vendidas no final do mês de julho.
Os carros deste segmento apesar do alto custo de aquisição são opções interessantes para driblar a alta no preço dos combustíveis , vista nos últimos meses, principalmente para quem depende do carro para trabalhar.
Em alguns países, a Uber, principal aplicativo que conecta motoristas a passageiros, possui uma modalidade exclusiva para veículos elétricos ou híbridos, chamada de Uber Green . Nessa forma, os clientes pagam um pouco a mais no valor da corrida, cerca de 30%, mas andam em carros elétricos ou híbridos.
Há ainda o Uber Comfort Electric, que aceita apenas Tesla Model 3 e Polestar 2 , mas essa modalidade está disponível apenas em Los Angeles, São Francisco, São Diego e Dubai, mas acrescenta cerca de 30% no valor da corrida no aplicativo.
Nos Estados Unidos muitos motoristas de aplicativo mudaram para carros elétricos e híbridos por conta do aumento do valor dos combustíveis, e o próprio aplicativo da Uber oferece informações sobre localização de carregadores e isenção de impostos para a compra de um carro elétrico.
No Brasil, a Uber ainda não trabalha com essas categorias, mas sim com o Uber Planet , que compensa o carbono emitido nas corridas dessa modalidade com o auxílio de uma empresa parceira da plataforma, ondde as corridas são 5% mais caras.
Conversamos com a Uber e perguntamos sobre a previsão de adoção dessas categorias no Brasil:
Em resposta à reportagem, a assessoria da Uber apenas reafirmou a estratégia Uber Planet no Brasil, que abrange as cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Recife, Brasília, Porto Alegre, Florianópolis, Natal, Maringá, São José dos Campos e Campos dos Goytacazes.
Além disso, a Uber também informou que nos Estados Unidos, Canadá e Europa, há 26 mil carros elétricos rodando a serviço da plataforma, e concluiu ressaltando que a Uber é a primeira e única empresa de tecnologia a comprometer US$ 800 milhões para ajudar motoristas parceiros a realizarem a transição para mobilidade elétrica.
Também conversamos com a 99, empresa que junto da Tupinambá Energia, são fundadoras da Aliança pela Mobilidade Sustentável, que tem como objetivo incentivar a adoção de carros movidos a energia limpa .
Segundo a empresa, há cerca de 180 veículos eletrificados (híbridos ou elétricos) cadastrados na sua plataforma, mas esperam colocar 300 carros 100% elétricos em circulação até o fim do ano, e o objetivo é fazer este número alcançar a marca de 10 mil veículos até 2025.
Além disso, a Aliança pela Mobilidade Sustentável irá criar 10 mil postos públicos de recargas por todo o Brasil.
Inclusive, o BYD D1 , recém lançado no mercado brasileiro é fruto da parceria da Didi Chuxing, proprietária da 99 com a BYD e foi projetado para realizar transporte por aplicativos na China, e segundo a empresa, o modelo já vem sendo testado na plataforma.
A 99 também não revelou se possui planos de uma modalidade exclusiva para carros elétricos ou híbridos , mas ressaltou que a Aliança pela Mobilidade Sustentável é um caminho para a expansão da rede para carros elétricos, o que poderia facilitar uma adoção de elétricos no futuro.
Além disso, a 99 ainda ressaltou que analisa seu público e suas necessidades e não descarta a possibilidade da nova modalidade, desde que faça sentido para os usuários.
Recentemente a Movida e o Banco BV, integrantes da Aliança, anunciaram descontos que podem chegar até 50% para motoristas da 99 que alugarem um modelo elétrico na Movida, enquanto o Banco BV promete facilitar o crédito para compra ou aluguel de modelos elétricos, assim como para a aquisição e instalação de carregadores veiculares.
Sejam híbridos ou 100% elétricos, os carros eletrificados apresentam benefícios para os motoristas, e podem representar uma grande economia (75% segundo a 99) nos custos operacionais dos motoristas parceiros.
Entretanto, há muitas inseguranças em torno deste assunto, inicialmente são os altos valores praticados para estes segmentos de veículos, seguido do medo de ficar sem energia longe de um carregador .
Apesar de a estrutura
estar crescendo, ainda está muito longe do ideal, ou pelo menos em uma quantidade próxima a dos postos de gasolina tradicionais.
Um levantamento recente da Elev
apurou que São Paulo (capital) possui cerca de 445 carregadores elétricos, um número muito baixo para os cerca de 15.500 carros elétricos da cidade.
A adoção de modalidades exclusivas para carros híbridos ou elétricos poderia aumentar a adoção desses modelos no mercado nacional e talvez incentivar os governos a abaixarem os impostos, e consequentemente os valores destes veículos no país.