Yamaha MT-07 foi um dos modelos da marca que aceleramos durante um dia de testes em pista fechada
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Yamaha MT-07 foi um dos modelos da marca que aceleramos durante um dia de testes em pista fechada

Em um comum dia de semana do ano passado, a Yamaha organizou um teste com todo o seu line-up e para todos os jornalistas especializados da área motociclística. Muita diversão. Desta vez a receita foi parecida, só que em um belo domingão, com apenas quatro modelos Yamaha  MT e em um dia aberto ao público.

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A receita já bem conhecida dos Track Day, que acontecem corriqueiramente em quase todos os circuitos brasileiros, reúne pilotos de todos os tipos, amadores ou profissionais, alguns de enorme talento de pilotagem e outros nem tanto, cada um com sua motocicleta. A ordem é praticar a pilotagem esportiva para se aperfeiçoar, mesmo que o objetivo não seja participar de corridas. A segurança na pilotagem sempre é aprimorada. E todos aceleraram os modelos Yamaha MT .

 O circuito da Capuava, no interior de São Paulo, estava cheio naquele domingo. Pilotos individuais ou mesmo equipes mais organizadas esperavam a sua vez de entrar na pista. Nesse dia, a Yamaha levou as três naked representantes da família MT – a MT-03, com motor bicilíndrico de 321 cm 3 e 42 cv, a MT-07, com motor bicilíndrico de 689 cm 3 e 74,4 cv, e a MT-09, com motor tricilíndrico de 847 cm 3 e 115 cv – e mais a esportiva carenada YZF-R3, que tem a mesma mecânica da MT-03 porém com aparência e posição de pilotagem bem mais esportiva.

 Divididos em três grupos, de acordo com a cilindrada do motor e o desempenho do piloto na pista, eu teria nove baterias para pilotar, começando com a Yamaha MT-03. Apesar de ser uma naked, a valente MT-03 é perfeita para a pista da Fazenda Capuava, que é bastante sinuosa e favorece as motocicletas de menor cilindrada.

 O segredo desse motor é mantê-lo sempre em altas rotações, de 6.000 rpm para cima, visto que sua faixa vermelha começa além das 12.000 rpm. Desse modo, não corremos o risco de ficar sem força nas saídas de curvas. Quanto à ciclística, o entre-eixos de 1.390 mm a torna muito ágil, contornando curvas sucessivas com extrema facilidade. O guidão mais alto não é empecilho, pelo contrário, auxilia no equilíbrio em curvas.

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Logicamente, para uma utilização ainda mais esportiva, como em competições, um guidão mais baixo e fechado ajudaria na posição de pilotagem e na aerodinâmica. Fiz três baterias com a Yamaha MT-03 , e a cada volta os tempos iam caindo, à medida em que ia me acertando com a moto e com a pista. Minha melhor volta foi de 2m07s.

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Hora de acelerar a esportiva 

A Yamaha YZR-R3: mini superbike com tamanho sob medida para a pista esteve junto com os modelos Yamaha MT
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A Yamaha YZR-R3: mini superbike com tamanho sob medida para a pista esteve junto com os modelos Yamaha MT


Nas baterias seguintes, entrei com a Yamaha YZF-R3 , pequena esportiva inspirada no rojão YZF-R1, principalmente no visual. Há quem a confunda com a superbike. Carenada e com um guidão um pouco mais baixo e mais fechado do que o da MT-03, a R3 deveria ser mais rápida na pista, mas, como eu já havia mencionado, sua semelhança mecânica e de estabilidade a tornam praticamente a mesma motocicleta. Resultado: melhor volta também de 2m07s.

Para a R3 Cup, torneio oficial da Yamaha para a R3, as motocicletas são aliviadas e utilizam semi-guidões do tipo tomazeli, presos nos amortecedores dianteiros. Só faltou uma dessas naquele dia, para experimentarmos uma motocicleta específica para competições.

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Depois de muitas voltas em algumas baterias com as “trezentinhas”, saí para a pista com o estúpida Yamaha MT-09, uma naked ao estilo big trail, meio crossover, com grande capacidade de queimar o asfalto. Seu motor de três cilindros entrega 115 cv de forma brutal, de forma que poderíamos esperar um tempo de volta muito menor do que com as trezentas.

O que acontece, no entanto, é que a MT-09, apesar de acelerar fortemente em saídas de curvas, tem entre-eixos de 1.440 mm, exigindo muito mais técnica no contorno das curvas. Quanto mais rápida, mais difícil de ser pilotada. A vantagem é que não é necessário manter a rotação sempre lá em cima, pois além de o motor subir de giro muito mais rapidamente, em rotações mais baixas o torque é sempre abundante. Com essa moto, baixei apenas 2 segundos em relação à MT-03: melhor volta de 2m05s.

A última Yamaha a ser pilotada nesse dia de Track Day na pista da Fazenda Capuava era a Yamaha MT-07. Com o mesmo “estilão” de big trail da MT-09, a MT-07 tem 40 cv a menos em seu motor de dois cilindros, mas a vantagem de ser mais dócil e mais leve resulta em um tempo de volta ainda melhor.

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 Com entre-eixos de 1.400, pouca coisa maior que o da MT-03, a motocicleta é mais fácil de ser pilotada em curvas do que a MT-09 e torque em baixas rotações é suficiente para não necessitar manter altas rotações a todo momento. A MT-07 é bem fácil de ser pilotada quase em seu limite. Minha melhor volta com ela foi 2 segundos menos do que com a MT-09: 2m03s.

Ao final do dia, a diversão tinha sido total. Analisando os desempenhos de cada motocicleta, não apenas no tempo final mas, principalmente, a facilidade com que se pilota, concluímos mais uma vez que, para aquela pista sinuosa e travada, a melhor motocicleta é a Yamaha MT -03. Foi com ela que fui e voltei para a pista, em cerca de 200 km de estrada. Ou seja, com R$ 21.690, podemos ter uma motocicleta boa na cidade, na estrada e na pista. A Yamaha YZF-R3 custa R$ 23.290, a MT-07 custa R$ 32.290 e a MT-09 custa R$ 39.990.

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