Motores e as correias dentadas: fique atento às dicas
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Motores e as correias dentadas: fique atento às dicas

A correia dentada, também conhecida como correia sincronizadora é um componente fundamental para o funcionamento do motor de combustão interna. Sua função no motor é garantir o movimento sincronizado entre o virabrequim e o comando de válvulas. Sua importância é tão grande que a montagem incorreta ou a quebra deste componente pode provocar o choque mecânico entre o pistão e as válvulas de admissão e/ou escape e causar danos catastróficos ao motor. Portanto não é incomum por ocasião da compra de um veiculo usado a seguinte pergunta: “Você já trocou a correia dentada deste motor? ”

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No segmento de veículos seminovos, existe uma grande discussão sobre o momento apropriado para substituição da correia dentada nos motores . Esta preocupação é tão grande que alguns profissionais do setor e proprietários de veículos antecipam sua troca temendo uma falha prematura. Mas a pergunta é: Qual a quilometragem correta para troca da correia dentada? Para respondermos a esta pergunta temos que abordar dois fatores: o material de fabricação da correia dentada e modo de utilização do veículo.

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Processo de fabricação

Motor tri-cilíndrico do Ford Ka
Marcelo Valério dos Santos
Motor tri-cilíndrico do Ford Ka

O processo de fabricação da correia dentada automotiva é complexo e tem como principal matéria prima à borracha submetida ao processo de vulcanização para obtenção de resistência mecânica. E é neste aspecto que elucidamos alguns “mistérios”. A borracha utilizada no processo não é sempre a mesma e fatores como tipo de aplicação, severidade de utilização e principalmente custo, são levados em consideração pelos fabricantes. Os principais tipos de borracha utilizados na construção das correias dentadas são a Borracha Nitrílica Hidrogenada (HNBR),  o Policronoprene (CR) e o Etileno Propilenodieno (EPDM).

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Cada matéria prima tem suas particularidades concernentes a resistência e durabilidade. Como exemplo correias dentadas em HNBR tem maior vida útil sendo usual sua aplicação em veículos com troca previstas entre 100 mil e 120 mil quilômetros, já as correias dentadas em CR tem durabilidade reduzida, sendo sua troca recomendada entre 60 mil e 90 mil quilômetros. Então o fato importante a ser observado por ocasião da troca do componente é a matéria prima utilizada. Fabricantes de correia dentada voltadas ao mercado de reparação nem sempre utilizam a mesma matéria prima utilizada pela montadora.

Em resumo, a troca antecipada da correia dentada para veículos de utilização normal é uma ação desnecessária quando utilizado peças de fabricantes confiáveis, pois são submetidos a testes extensivos de durabilidade que garantem a vida útil especificada.

Modo de utilização

Correia dentada automotiva
Marcelo Valério dos Santos
Correia dentada automotiva

O outro fator a ser considerado é a localização de utilização do veículo. Situações especificas de utilização requerem periodicidade de troca antecipada, e são chamadas pelo fabricante de “utilização de uso severo”. Utilização em regiões de mineradora, usos rurais sendo em especial regiões com predominância de poeira são enquadradas neste modo de utilização. Para este modelo de utilização são recomendadas trocas com periodicidade de até 5 mil quilômetros conforme especificado no manual do proprietário.

Correia utilizada em situação de uso severo
Marcelo Valério dos Santos
Correia utilizada em situação de uso severo

Para entendermos o processo de desgaste prematuro temos que avaliar a estrutura de construção da correia dentada. A estrutura construtiva da correia dentada consiste de uma face externa chamada costado, sendo esta constituída da borracha escolhida como matéria prima. Os feixes de tração são responsáveis pela resistência a tração do componente e são constituídos de fios de fibra de vidro trançado. Os dentes da correia são constituídos da borracha escolhida assim como o costado, e o tecido de contato é fabricado em poliamida. Veículos classificados como de “utilização de uso severo” tem vida útil reduzida devido a deterioração antecipada do tecido de contato. O ambiente contaminado com particulados em suspensão no ar tais como minério e poeira degradam o tecido devido a penetração na interface entre a correia e a polia.

Portanto a partir de agora monitore o tempo de utilização e olhe com carinho para este componente fundamental ao bom funcionamento dos motores.

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