A adoção do veículo elétrico muda a rotina dos motoristas
Thiago Garcia
A adoção do veículo elétrico muda a rotina dos motoristas

Fala, galera. Beleza? Eu amo escrever e fazer vídeo por uma razão: a interação de todos que me acompanham. Essa interação já me deu força várias vezes para continuar em momentos de dificuldades. No caso desta semana, a interação da galera me trouxe a inspiração para o texto da vez.

Foram dois contatos que recebi neste fim de semana que me fizeram lembrar o motivo de iniciar o trabalho com a mobilidade elétrica .

O primeiro me encaminhou um vídeo com o review do JAC eJS1 . Canal grande, muitos inscritos, várias visualizações, local de gravação bacana e ótima produção. Mesmo trazendo um conteúdo interessante, com muitos dados, percebi que o pessoal não tinha afinidade com a mobilidade elétrica, apresentando algumas opiniões equivocadas - algo comum para quem não conhece sobre o assunto.

Ninguém é obrigado a saber tudo, mas quando um canal profissional se dispõe a fazer a análise de um veículo, o mínimo que se espera é conhecimento básico para fundamentar a opinião.

A falta de informação adequada foi o principal motivo para criar meu canal no YouTube . Eu queria trazer a experiência do dia a dia do proprietário de um veículo elétrico, demonstrando os perrengues e dicas para pessoas que desejam embarcar na mesma aventura.

O segundo contato trouxe um questionamento sobre os motoristas de app que alugavam veículos elétricos. A dúvida dele era se realmente a "conta fechava".

Como parte da minha rotina com o carro era exatamente trabalhar com app de transporte, minha intenção sempre foi demonstrar que a conta fecha e ainda traz muitos benefícios, tanto para o motorista quanto para os passageiros.

Esses dois pontos fizeram a ficha cair. Mesmo após mais de dois anos, muitas pessoas ainda não receberam a informação que desejo transmitir sobre o uso da mobilidade elétrica no Brasil. Ainda há muito trabalho a se fazer e um caminho longo para percorrer.

Parece repetitivo, mas o fato é que a informação atinge apenas quem busca, e faz isso com vontade. São poucas as pessoas que recebem informações sobre a mobilidade elétrica de forma orgânica. Vejo até hoje que os meus passageiros se surpreendem ao saber que estão andando em um carro elétrico.

Confesso que no início era muito mais comum a pessoa nem se dar conta. Hoje já é mais frequente notarem e rolar um comentário quando entram. O mais interessante é que as principais perguntas ainda permanecem:

  • É híbrido, né?
  • Mas é 100% elétrico?
  • Quanto tempo demora para carregar?
  • Como você faz para carregar?
  • Quanto você gasta para carregar?
  • Quanto tempo você consegue dirigir com uma carga?
  • E para viajar?
  • E se acabar a bateria?

Vejam, são perguntas de quem se imagina tendo um carro desse, tentando entender como seria a rotina .

Neste tempo que tenho meu carro elétrico, vi um desenvolvimento extraordinário da mobilidade elétrica no Brasil, e cada vez mais acelerado . Entretanto, estamos muito longe de alcançar mercados mais maduros como EUA, Europa e China.

Temos muito para avançar , inclusive em relação à comunicação . Mesmo as marcas investindo em publicidade , a maioria das pessoas não faz ideia de quão grande seria o benefício da eletrificação na rotina. Inclusive, é muito comum quem já tem um carro elétrico não saber metade do mínimo necessário para se adaptar à mudança .

Não que seja algo de outro mundo ter um carro elétrico, mas é outra rotina. Se você já passou pela transição do manual para o automático, considere que a mudança de um carro a combustão para um elétrico é 10 vezes maior e 100 vezes mais prazerosa.

O fato é que a mobilidade elétrica precisa tomar corpo. Isso não acontecerá somente com a oferta de veículos no mercado. Os consumidores precisam buscar, desejar e, principalmente, adquirir. Ninguém compra algo que não precise ou deseje, muito menos que não saiba da existência.

Inclusive hoje busquei uma passageira que trabalha em uma seguradora e aproveitei para questionar sobre a aceitação dos veículos elétricos na cobertura. Ela me respondeu que a maioria dos carros sequer está relacionada para cálculo e aprovação automática. Dependem de aprovação manual.

Conversamos muito sobre o assunto e o desconhecimento das seguradoras sobre as mudanças de hábitos que geralmente um veículo elétrico pode trazer na forma de condução do motorista, tornando-a mais segura. No final das contas, uma pessoa que está habituada a trabalhar com diversos veículos não notou que estava sendo transportada exatamente por um veículo elétrico.

Em resumo, mesmo com tantas publicações e materiais feitos pelas montadoras e pela imprensa sobre o advento da mobilidade elétrica, muitos ainda veem como o futuro, não como algo atingível nos dias atuais. Preciso me incluir no rol de comunicadores que ainda não conseguiram "furar a bolha".

Então, meu caro leitor, conto com sua colaboração para espalharmos a palavra. Chegou a hora de pararmos de pregar para os evangelizados e começar a conquistar os corações pagãos para a mobilidade elétrica.

Até mais.

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