Com novo design e pacote de equipamentos interessante, Ford EcoSport quer voltar ser uma boa escolha  entre os SUVs
Divulgação/Ford
Com novo design e pacote de equipamentos interessante, Ford EcoSport quer voltar ser uma boa escolha entre os SUVs

É possível para o Ford EcoSport recuperar a liderança? É difícil definir, pois o SUV compacto que criou e liderou o segmento ficou muito tempo sem novidades e, hoje, há vários rivais no mercado – muitos deles vendendo mais. Por isso a mudança do crossover da marca norte-americana precisava ser bem feita. Apostaram em um novo design, mais equipamentos (inclusive do que a concorrência) e a troca do polêmico câmbio Powershift pelo automático de seis marchas do Fusion.

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O relançamento do EcoSport será feito apoiado em quatro pontos: linhas renovadas,  novo motor 1.5 Dragon, câmbio automático de seis marchas e, por fim, seu pacote de equipamentos. A fabricante convidou iG Carros para fazer um teste do modelo topo de linha Titanium em sua pista de testes em Tatuí (SP) e conhecer um pouco das mudanças do SUV compacto.

Já tínhamos visto o Eco em outras situações, como o Salão de Detroit (EUA) e Salão de Buenos Aires (Argentina). O crossover adota a nova identidade visual da marca, uma evolução do desenho anterior. A grade frontal está maior, mas foi colocada mais acima, eliminando a pequena entrada de ar do capô que ligava os faróis. As luzes de neblina têm novo formato e os faróis contam com assinatura em LED.

Como é uma reestilização, não dava para mexer muito na estrutura. Por isso, o estepe continua pendurado na traseira. A marca diz que “as clínicas com o novo modelo mostraram que os clientes ainda gostam, por dar um aspecto robusto”. Mas, a verdade, é que o pneu sobressalente iria roubar muito espaço do já pequeno porta-malas de 356 litros e a legislação não permite que seja vendido sem estepe. Isso só deve mudar na próxima geração.

Capricharam mais na cabine. Segundo a Ford , o novo EcoSport foi pensado de dentro para fora, principalmente para quem compra a versão topo de linha Titanium. “É o menos aventureiro da gama, pois [o cliente] dá preferência ao luxo e conforto”, explica Adília Afonso, superintendente de design. Começaram por ele e foram descendo na gama.

Quase 50% das peças do interior são novas. Trocaram materiais, usam plásticos mais macios ao toque, além dos trechos de tecido e emborrachados. Nos modelos que vimos, o acabamento tinha dois tons, usando uma cor creme nos bancos, revestimentos das portas e base do painel – o SUV grande Edge também utiliza essa combinação. No teto, uma das novidades: teto-solar de série no modelo Titanium.

Muito bem equipado

Uma das melhores partes é o fim do antiquado sistema multimídia Sync (o da telinha azul). Agora recebe o mais moderno Sync 3, composto por uma tela sensível ao toque de 8 polegadas, posicionada como uma tela flutuante que pula pra fora do painel. O software já era bom, como vimos no Focus, mas o Eco tem um hardware melhor, que o deixou ainda mais rápido. Tem Android Auto e Apple CarPlay e, na versão Titanium, transmite o som para 9 alto-falantes.

O painel de instrumentos também foi atualizado. Recebeu uma pequena tela de 4 polegadas de alta definição, posicionada entre os contadores e que mostra as informações do computador de bordo. Tudo é controlado pelo novo volante, uma versão semelhante ao do Focus, que possui os botões também para o sistema de som e o controle de cruzeiro (com limitador de velocidade).

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A Ford sabe que, para conseguir enfrentar a concorrência, precisava de um bom pacote. Por isso, o EcoSport Titanium veio com uma boa lista de equipamentos. Tem ar-condicionado automático digital (de uma zona), alarme volumétrico, bancos de couro, volante multifuncional em couro com ajuste de altura e profundidade, direção elétrica, faróis de xenônio com acendimento automático e luzes diurnas em LED, faróis de neblina, chave presencial com partida por botão, sensor de chuva, controle eletrônico de estabilidade e tração, assistente de partida em rampas, retrovisor interno fotocrômico, rodas de alumínio de 17” e teto solar elétrico.

Adicionaram o pacote de segurança visto nos carros mais caros da marca, contando com sete airbags (dois frontais, dois laterais, dois de cortina e um de joelho para o motorista), sensor de ponto cego, sistema anticapotamento (que atua nos freios e reduz o torque do motor), acionamento automático do pisca-alerta em frenagens de emergência, e ancoragem ISOFIX para cadeirinhas infantis.

2.0 (quase) novo

Já dissemos que o motor 1.6 sai de linha, substituído pelo novo 1.5 Dragon, um tricilíndrico de 137 cv e 16,2 kgfm, com etanol. Isso não significa que o 2.0 continuará o mesmo. Agora conta com o 2.0 DirectFlex, o mesmo motor do Focus, agora com injeção direta de combustível e duplo comando de válvulas variável. A adição das tecnológias fez com que a potência passasse de 147 cv para 176 cv, 29 cv a mais. O torque foi de 19,7 kgfm para 22,5 kgfm, um ganho de 2,8 kgfm.

Uma boa notícia é o fim do câmbio automatizado Powershift, motivo de muita dor de cabeça para os clientes. Agora o Eco conta com uma transmissão automática de seis marchas com conversor de torque, a mesma caixa utilizada no sedã Fusion, e com opção de troca de marchas por aletas atrás do volante. A Ford fala que esse conjunto acelera de 0 a 100 km/h em 9,5 segundos.

Mexeram bastante na mecânica. O Eco ganhou grade do radiador ativa, que abre e fecha de acordo com a necessidade, melhorando a aerodinâmica (o que reduz seu consumo). Reforçaram a estrutura, principalmente nas portas – a ameaça de um resultado ruim no teste lateral do Latin NCAP preocupa todas as fabricantes. Também melhoraram o isolamento acústico, com a adição de materiais nas caixas de roda e capô, e para-brisa acústico.

Ajustaram a suspensão, pensando no conforto que os clientes do EcoSport Titanium tanto buscam. O conjunto dianteiro ganhou buchas recalibradas e aumentaram o curso em 17 milímetros, elevando a absorção de impactos em 15%. Para compensar, mexeram na traseira, agora 15% mais rígida e com novas molas e buchas na barra estabilizadora.

O resultado é um EcoSport mais sólido. Mostra-se estável nas curvas em alta velocidade e, se a coisa apertar, o controle de estabilidade atua junto com o controle de rolagem da carroceria. Apesar da melhora no isolamento, ainda faz barulho, com o som do motor invadindo a cabine. Está mais confortável, enfrentando o trecho de paralelepípedos da pista com facilidade. A grande surpresa é o câmbio de seis marchas,  bem calibrado e que consegue lidar bem com o motor 2.0, realizando trocas rápidas e sem engasgar – não deixa saudade alguma do Powershift.

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Nas lojas em agosto, o novo EcoSport terá um trabalho difícil. Essa versão corresponderá a apenas 20% das vendas do SUV , roubando clientes do Honda HR-V EXL (e Touring) e Hyundai Creta 2.0.  No que se refere à parte mecânica, o carro mostrou-se preparado para a missão. Só precisa ter um bom preço e não se preocupar tanto em brigar com os modelos mais caros. Porém, o valor estimado é de aproximadamente R$ 95 mil. 

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