VW Golf GTI: prestes a receber retoques no desenho, hatch esportivo é um prato cheio para quem gosta de esportivos
Carlos Guimarães/iG
VW Golf GTI: prestes a receber retoques no desenho, hatch esportivo é um prato cheio para quem gosta de esportivos

Se você curte o prazer de dirigir é bom saber que os hatches médios estão acabando no Brasil, não apenas as peruas. De acordo com os números da Fenabrave (Federação dos Distribuidores de Veículos), eles representam apenas 1,28% do total do mercado no acumulado dos quatro primeiros meses do ano. Se for procurar uma versão esportiva, então, a única alternativa entre os carros nacionais é o VW Golf GTI (a partir de R$ 132.250), que concorre com os importados Volvo V40 R-Design (R$ 166.900) e Mini JCW (R$ 162.950), já que, dependendo dos opcionais, o preço sobe bastante. No caso da unidade avaliada, chega nos R$ 167.050.

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Está longe de ser barato, mas o VW Golf GTI honra a tradição de mais de 40 anos de esportividade na dose certa para aliar desempenho animador sem gastar muito combustível e levar a família no dia a dia, contanto que não se incomodem com o ajuste um pouco mais firme da suspensão. Entretanto, é bom lembrar que a linha Golf está prestes a mudar, no segundo semestre, quando passará a ter novidades como o quadro de instrumentos totalmente digital e configurável, além de sistema que carrega o celular sem fio e discretos retoques no desenho.

Feito em São José dos Pinhais (PR), desde o final de 2015, o GTI nacional perdeu o freio de estacionamento eletrônico quando comparado ao que vinha da Alemanha, mas pode vir com sistema de som de alta-fidelidade da Fender e rodas de aro 18, itens que fazem parte do pacote Premium (R$ 30.182) que também inclui vários itens sofisticados, como câmera de ré, sistema Park Assist (faz baliza sozinho), faróis de xenônio, controle de velocidade de cruzeiro adaptativo, partida por botão, multimídia com tela de 8 polegadas com GPS, entre outros.

 É fácil se empolgar ao volante

Na traseira, um dos itens exclusivos do GTI fica por conta das duas saídas de escapamento, uma de cada lado do carro
Carlos Guimarães/iG
Na traseira, um dos itens exclusivos do GTI fica por conta das duas saídas de escapamento, uma de cada lado do carro

 Com motor 2.0, turbo, de 220 cv, movido apenas a gasolina e que funciona com câmbio de dupla embreagem e seis marchas, o hatch médio esportivo não nega fogo quando provocado. Basta pisar um pouco mais forte no acelerador para o GTI começar a engrossar a voz, emitindo um ronco grave pelas duas saídas de escapamento na traseira, uma de cada lado. A meros 1.500 rpm já aparecem os 35,7 kgfm de torque máximo, força suficiente para levar o carro de 0 a 100 km/h em apenas 7,2 segundos, conforme os números da fabricante, que ainda diz que a velocidade maxima é de 237 km/h. 

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Dirigir o GTI é uma oportunidade rara em tempos de SUVs e que modelos autônomos e compartilhados aparecem no horizonte. Já começa pelo ambiente com detalhes ligados à história do carro, como os bancos revestidos de tecido quadriculado (conhecido como Clark) e as costuras vermelhas do couro do volante e da coifa da alavanca de câmbio. Os pedais de alumínio e o ronco facilmente perceptível ao acelerar, bem como assobio borbulhante que aparece entre as trocas de marcha também animam os fãs de esportivos de verdade, que estão cada vez mais difíceis de encontrar, principalmente no terreno dos hatches médios. Entretato, se quiser uma experiência mais empolgante, melhor selecionar o modo de trocas sequenciais do câmbio e fazer as trocas de marcha pelas hastes atrás do volante com base achatada.

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Divulgação

Bancos esportivos quadriculados fazem parte dos itens tradicionais do VW Golf GTI

A precisão com que o carro responde aos comandos do volante, acelerador e freios acaba empolgando, por isso, é bom ter juízo. Mas, para os mais desavisados, existem alguns dispositivos que ajudam a manter o carro sob controle, como o bloqueio de diferencial eletrônico, que belisca os discos de freios das rodas internas nas curvas para evitar desperdício de potência. Há também controles de estabilidade e tração e direção elétrica com assistência variável, que pode chegar a ter uma relação bem direta (de 2,1 voltas ), o que favorece contornar curvas com rapidez e sem ter que mover muito o volante.

O que também conta na hora de acelerar é a solidez e a leveza da aquitetura MQB, bem como o bom trabalho dos pneus 225/45R (Dunlop, na unidade avaliada) e dos freios a disco nas quatro rodas. Além disso, o GTI conta com boa posição de dirigir, com regulagem milimétrica de inclinação do encosto dos bancos, que também têm ajuste de altura, assim como o volante. Ponto positivo ainda para a visibilidade, inclusive pelo ângulo de visão dos retrovisores eletricamente rebatíveis. E a ergonomia agrada, com comandos bem localizados e fáceis de serem acionados.

Poucos, mas fortes concorrentes

Esqueça rivais nacionais para o GTI. Tanto o Ford Focus quanto o Chevrolet Cruze Sport6, os dois principais concorrentes do Golf no Brasil,  não contam com versões esportivas no País, muito menos o quase extinto Peugeot 308. Para brigar com o modelo da Volkswagen sobram raros importados, como o Volvo V40 R-Design e o Mini John Cooper Works, ambos mais potentes que o GTI. O primeiro conta com 245 cv e o outro, com 230 cv.

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O confronto entre os três é bem quente. O sueco tem o mesmo porte do Golf GTI, um pouco mais de fôlego e pode vir com mais equipamentos de segurança,  que fazem parte de um pacote opcional chamado de Safety. Ele traz sistemas de detecção de ponto cego (BLIS), de alerta ao condutor quando está cansado, detecção de pedestres, leitura de placas de sinalização, assistente de mudança de faixa, alerta de tráfego lateral e piloto automático adaptativo, bem como airbag externo para pedestres.

E o Mini JCW tem um caráter lúdico incomparável, do qual faz parte um estilo retrô combinado com toques de modernidade bem elegantes. Anda como um foguete de bolso, acelerando de 0 a 100 km/h em meros 6,1 segundos e atinge 246 km/h, números mais animadores que os do VW Golf GTI. E tudo com um ronco de ricochetear pelas paredes ao redor e uma lista bem recheada de equipamentos. No cômputo geral, o Mini fica devendo apenas no quesito espaço interno.

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Ficha técnica

Preço:  a partir de R$ 132.250

Motor: 2.0, quatro cilindros,  a gasolina

Potência: 220 cv a 4.800 rpm

Torque: 35,7 kgfm a 1.500 rpm

Transmissão:  Automatizado, seis marchas, tração dianteira

Suspensão:Independente (dianteira) e eixo de torção (traseira)

Freios: Discos ventilados na dianteira e sólidos na traseira

Pneus: 225/45 R17 

Dimensões: 4,27 m (comprimento) / 1,80 m (largura) / 1,46 m (altura), 2,63 m (entre-eixos)

Tanque : 50 litros

Porta-malas: 338 litros 

 Consumo: 10,2 km/l (cidade) /12,1 km/l (estrada) com gasolina

0 a 100 km/h: 7,2 segundos 

Vel. Max: 237 km/h

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