JAC T40 CVT:  modelo será montado no Brasil a partir de 2020, de acordo com o que foi divulgado pela fabricante
Cauê Lira/iG Carros
JAC T40 CVT: modelo será montado no Brasil a partir de 2020, de acordo com o que foi divulgado pela fabricante

Quem tem menos de R$ 70 mil dificilmente comprará um SUV automático zero quilômetro no Brasil, a menos que seja PcD (Pessoa com Deficiência), ainda mais considerando as marcas com maior participação no mercado. Uma das únicas alternativas hoje em dia é o JAC T40 CVT. O modelo chega para dar continuidade à investida do empresário Sergio Habib entre os utilitários esportivos.

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Pense num SUV que lembra um hatchback. Alguns podem vir em mente, como o BMX X2 ou o compacto Mercedes-Benz GLA. Mas este fenômeno não ocorre apenas entre os carros premium. O JAC T40 CVT é uma boa prova disso. Bem, a verdade é que o modelo parece um hatchback porque deveria ser um.

Nos primeiros esboços, ainda em 2011, o T40 nasceu como um hatchback para rivalizar com Sandero, 208, Gol e Palio. Os hatches compactos estavam bombando, e era natural que a JAC quisesse melhorar sua competitividade no segmento em que tinha apenas o criticado J3. Os tempos mudaram e os SUVs conquistaram o mundo. Foi aí que Sergio Habib, em uma de suas viagens à Itália - onde o modelo estava sendo desenhado - pediu para que os projetistas subissem a frente e ajustassem os ângulos de entrada e saída.

Intersecção

Nessa brincadeira, o hatchback ganhou características de SUV. O carro não cresceu em comprimento ou largura, mas ficou com um toque de utilitário que o Renault Stepway não entrega, por exemplo. Daí vem a comparação com os hatchbacks. O T40 está exatamente na intersecção entre eles e os SUVs.

Se você gosta de levantar a bandeira de que o modelo não é um SUV, saiba que quem diz isso não é a JAC, mas sim o Inmetro. Por conta do tamanho e os ângulos de ataque e saída, o T40 é considerado um utilitário esportivo legítimo.

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Apesar de suas semelhanças gritantes com o Hyundai ix35, é inegável que o T40 é um dos SUVs mais equilibrados de seu segmento no visual. O acabamento interno também encantava, sendo superior até ao que estamos acostumados nos SUVs de entrada. Tem até revestimento no painel, e a montagem está longe de ser frágil ou mal feita.

Destaque também para o acabamento preto brilhante no painel e a parte com revestimento macio que encobre sua superfície. As costuras vermelhas nos bancos, apoio de braço e console central também dão um ar mais requintado para o T40. Considerando os SUVs “convencionais” a partir de R$ 70 mil, o modelo chinês é mais atraente que o Renault Duster. A central multimídia também tem seus méritos. Vem com tela de alta resolução e um sistema intuitivo.

Quando andamos pela primeira vez no T40 CVT,  no dia em que foi lançado no Brasil, o carro avaliado foi uma unidade novíssima, com apenas 28 km rodados no hodômetro. A JAC até alertou sobre a possibilidade de ainda haver fluidos de combustível chinês em seus dutos. Dessa vez, a experiência na cidade foi diferente.

Se você quer uma condução tranquila, saiba que o conforto urbano está garantido. Ainda mais com a função start-stop ligada (que não funcionou o tempo todo na unidade avaliada), para economizar combustível. Fazer mais de 10 km/l  de gasolina com um SUV é difícil. Mas,  de acordo com os números do Inmetro, o T40 CVT faz 11,4 km/l na cidade e 12,5 km/l na estrada. Bom também é que o carro garante uma direção tranquila para as grandes cidades, onde o único contra seria um certo atraso na resposta da direção - característica que acompanha vários carros chineses, até mesmo o rival Tiggo 2.

 Mas ainda falta potência para a estrada. Os 138 cv e os 17,1 kgfm de torque do motor 1.6 não empolgam. O modelo chinês tem apenas 10 cv a mais que a versão manual, com motor 1.5, que já ficou devendo no quesito desempenho. A intenção da JAC é priorizar o consumo de combustível acima de tudo. Ficamos no aguardo de sua versão flex, onde o T40 deverá ganhar alguns cavalos a mais com etanol.

E quando isso deverá acontecer? De acordo com a marca, no começo de 2020. Sergio Habib está fechando um acordo com o Grupo HPE para que sua carroceria seja feita na fábrica da Mitsubishi em Catalão (GO) e, em seguida, montada na fábrica da JAC em Itumbiara (GO).

Sensação refrescante

Interior do JAC T40 CVT tem entre os destaques a boa central multimídia e o certo capricho no acabamento
Divulgação
Interior do JAC T40 CVT tem entre os destaques a boa central multimídia e o certo capricho no acabamento

O chinês também não está tão tropicalizado quando falamos no acerto de suspensão independente na dianteira e eixo de torção na traseira. Se o assunto é encarar as ruas esburacadas na cidade e passar por lombadas, é bom ir de acostumando com as batidas secas, o que foi observado na unidade avaliada.  Além disso, também faltou um pouco de atenção no isolamento acústico, principalmente em trecho rodoviário. O motor 1.6 grita quando atinge rotações mais elevadas.

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O isolamento também poderia ser melhor na chamada parede corta fogo, que separa o motor do habitáculo. Girando a chave na ignição, antes de dar a partida, também no carro que avaliamos, escutamos  o barulho do líquido de arrefecimento do motor passando pelos dutos com certa clareza.  Entretanto, isso não aconteceu com o modelo que dirigimos durante o evento de lançamento do T40. De acordo com a JAC, trata-se de uma particularidade deste carro específico.

Nove em cada dez jornalistas automotivos já foram perguntados sobre o novo Tiggo 2. O JAC T40 CVT não tem a mesma popularidade do badalado lançamento da Caoa Chery que aparece no comercial da novela das 21h. Mas o JAC tem o seu valor para quem busca um carro para usar na cidade. Versátil e com cara de hatchback, o T40 CVT também se beneficia do bom porta-malas de 450 litros.


Ficha técnica 

Preço: R$ 69.990

Motor: 1.6, quatro cilindros, gasolina

Potência: 138 cv a 4.000 rpm

Torque: 17,1 kgfm a 4.00 rpm

Transmissão: CVT, simulando seis marchas

Suspensão: independente, McPherson (dianteira), eixo de torção (traseira)

Freios: disco ventilados (dianteira), disco sólido (traseira)

Porta-malas: 450 litros

Dimensões: 4,13 m (comprimento) 1,75 (largura), 1,56 (altura) 2,49 (entre-eixos)

Consumo: 10,1 km/l (cidade), 14,1 km/l (estrada)

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