Saiba quais são os 10 carros menos vendidos no Brasil em 2018

Se existisse uma "série B" no mercado automotivo brasileiro, estes modelos seriam candidatos ao rebaixamento

Nada mais doloroso que olhar a tabela do Brasileirão e ver que nosso time está entre os últimos. No ranking de vendas do mercado automotivo, por outro lado, não há zona de rebaixamento. Mas se por acaso existisse uma série B para os carros menos vendidos, teríamos alguns candidatos fortes que brigariam para não cair, julgando pelo baixo desempenho de vendas nos primeiros cinco meses de 2018.

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Partindo disso, a reportagem de iG Carros lista os cinco carros menos vendidos do Brasil em cada um dos segmentos de maior participação de mercado, incluindo hatches, sedãs, SUVs e picapes, sempre seguindo os números da Fenabrave (Federação Nacional de Distribuição de Veículos). Confira a seguir.

1 - Hatch de entrada: Chery QQ

Foto: Divulgação
Mesmo com o preço baixo, o Chery QQ costuma aparecer com frequência na lista dos carros menos vendidos do Brasil

Tal como o Santos, o Chery QQ passa pelo momento conturbado de troca de gestão. O Grupo CAOA adquiriu 51% das operações nacionais da marca chinesa. Este tipo de mudança nunca é fácil, pois diversos planejamentos acabam sendo alterados no meio do caminho. A Chery sempre gostou de investir em modelos compactos, mas a CAOA dará preferência aos SUVs. Com todo o Ibope que o Tiggo 2 ganhou nos últimos meses, o Chery QQ acaba sendo tocado para escanteio.

O compacto chinês produzido em Jacareí (SP) viu apenas 1.377 unidades saírem das concessionárias entre janeiro e maio, ficando atrás de Up!, Uno, Etios, Mobi e companhia. O Ford Ka, líder da categoria, ostenta 40.429 carros vendidos no mesmo período.Mesmo sendo modelo mais barato do Brasil, partindo de R$ 29.990 na versão Smile, o QQ ainda não emplacou da maneira que poderia. São 75 cv e bons 10,1 kgfm de torque a 4.500 rpm no motor 1.0, de três cilindros, flex. Entretanto, o câmbio manual de cinco marchas não é dos mais precisos e as relações de marchas são um tanto curtas para dar agilidade em trechos urbanos.

2 - Hatch compacto: Kia Picanto

Foto: Divulgação
Kia Picanto é vendido em versão única, GT Line, por R$ 58.990

A Kia foi uma das marcas mais afetadas pelo Inovar-Auto, decidindo focar toda a sua operação de marketing no SUV Sportage. Deu certo, uma vez que o modelo lidera a lista dos carros importados mais vendidos do Brasil nos primeiros meses de 2018, conforme o levantamento da Abeifa (Associação Brasileira das Importadoras de Automóveis). Como o Chery QQ, o Picanto também foi para o banco de reservas.

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Apesar de todas as suas qualidades, o Kia Picanto não empolga há anos. Foram apenas 115 unidades vendidas entre janeiro e maio de 2018, ficando muito atrás do líder Chevrolet Onix e seus 73.403 emplacamentos no mesmo período, conforme a Fenabrave. A Kia adotou retoques no visual do Picanto no começo do ano, mas nem isso empolga o desempenho do compacto nas concessionárias. Partindo de R$ 58.990, o Picanto traz 1.0 flex, de 80 cv e 10,2 kgfm de torque, com etanol. Na gasolina, os números vão para 77 cv e 9,6 kgfm.

3 - Hatch médio: Peugeot 308

Foto: Divulgação
Em segmento com vendas em baixa e de pouco volume, o Peugeot 308 segue a correnteza e perde expressão em vendas

O desempenho do segmento de hatches médios é pífio no Brasil. A categoria já correspondeu a mais de 6% das vendas nacionais há dez anos, e hoje afunda com apenas 0,75% de participação. Não está fácil nem para Chevrolet Cruze, Ford Focus e Volkswagen Golf, mas as coisas são ainda piores para o Peugeot 308.

Na lista da Fenabrave, ele nem chega a ser o último colocado. Mas consideramos que o híbrido Lexus CT200H é um caro de nicho, e não pode ser enquadrado nas vendas convencionais. Entre janeiro e maio, o Peugeot 308 emplacou apenas 214 unidades, garantindo uma média de 42 unidades vendidas por mês. O Chevrolet Cruze Sport6, líder do segmento, já emplacou 2.491 unidades no mesmo período.

4 - Sedã de entrada: Fiat Grand Siena

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Fiat Grand Siena: com o lançamento do Cronos, o sedã de entrada da marca italiana precisou ser reposicionado

O Fiat Grand Siena, que sempre manteve as colocações mais baixas no segmento de sedãs de entrada, sofre ainda mais com a chegada do Fiat Cronos. Os clientes preferem adquirir a versão menos equipada do lançamento, em relação ao defasado sedã compacto de R$ 46.990.

Como consequência, o Grand Siena aparece na zona de rebaixamento entre os sedãs de entrada vendidos no Brasil, junto de Versa, Voyage e Logan. Foram apenas 7.245 unidades vendidas até o último mês em 2018, num segmento em que o invicto Prisma lidera com larga vantagem. O modelo da GM viu 28.039 unidades saírem das concessionárias, enquanto o segundo colocado, Ford Ka+, vendeu apenas 13.668. Além de ser um dos carros menos vendidos no Brasil, o Grand Siena também é o mais lento. São mais de 16 segundos para atingir 100 km/h, com um antiquado motor 1.0 de 75 cv.

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5 - Sedã compacto: Lifan 530

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Lifan 530: poucos lembram que ele ainda é vendido no Brasil. Na linha da marca chinesa, perderá espaço para os SUVs X60 e X80

A Lifan ficou desaparecida por um certo tempo. Foram mais de dois anos sem qualquer lançamento no Brasil, focando apenas nas vendas do sedã 530 e o SUV X60. Seguindo a linha de JAC Motors e Caoa Chery, a marca chinesa também passou a investir em utilitários esportivos. Faz mais de dois anos que nossa reportagem esteve na China para conhecer o X80, que está no cronograma da marca para as próximas semanas.

O Lifan 530 veio com a mesma estratégia utilizada por outras montadoras chinesas. Preço baixo e boa lista de equipamentos. É como um elenco completo e bem escalado no papel, mas que não corresponde na qualidade em campo. Seu motor é um competente 1.5, de quatro cilindros, que desenvolve 103 cavalos acoplado a um câmbio manual de 5 marchas. Na mesma filosofia de custo-benefício, esse conjunto de motor e câmbio balanceia bem o desempenho com o consumo. Parte de R$ 43.990 nas concessionárias.

6 - Sedã médio: Peugeot 408

Foto: Divulgação
Peugeot 408: antiquado, o sedã médio da marca francesa nunca foi um primor em vendas e está prestes a sair de linha

As coisas não estão fáceis para a Peugeot, enquanto o 408 afunda com apenas 358 emplacamentos. Entre os sedãs médios, o líder absoluto de vendas é o Toyota Corolla com 24.267 unidades vendidas entre janeiro e maio de 2018.

É possível entender o novo posicionamento da marca francesa no Brasil. Nos últimos anos, a Peugeot parou de investir em hatches e sedãs, passando todo o foco para os SUVs. No ano passado, lançaram o 3008 no segmento de SUVs médios. No começo de 2018, foi a vez de sua versão de sete lugares, o 5008. Em defesa ao 408, seu motor 1.6 turbo, de 173 cv e consideráveis 24,5 kgfm a meros 1.400 rpm é um dos mais competentes do mercado. Tanto que equipa o irmão C4 Lounge.

7 - SUV compacto: JAC T40

Foto: Cauê Lira/iG Carros
JAC T40: novo câmbio CVT é a estratégia da marca para emplacar no Brasil, contra os SUVs compactos

Se o pequeno T40 quer brigar com os SUVs compactos e não com os hatches aventureiros, terá que lidar com as verdades do mercado. Em uma das categorias mais disputadas no Brasil, o modelo da JAC aparece na zona de rebaixamento com apenas 1.214 unidades vendidas nos primeiros cinco meses de 2018. Até o momento, HR-V e Kicks brigam pela primeira colocação, com 20.010 e 19.208 emplacamentos, respectivamente.

Como um bom time, o desempenho do T40 deve melhorar com reforços. No caso, o modelo chinês passou a maior parte do ano sem a versão automática, que finalmente veio a campo em maio. Os 138 cv e os 17,1 kgfm de torque do motor 1.6 não empolgam. O SUV automático tem apenas 10 cv a mais que a versão manual, com motor 1.5, que já ficou devendo no quesito desempenho. O que pode ser determinante para o T40 nos próximos meses é o seu preço. Custa R$ 69.990, e por esse valor, você não comprará outro utilitário compacto com câmbio CVT no Brasil.

8 - SUV médio: Volkswagen Tiguan Allspace

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VW Tiguan: pouco tempo de mercado fez o Tiguan perder espaço no Brasil. Começa a corrida para recuperar as vendas

Sai um veterano cansado, e entra um jovem cheio de fôlego no time da Volkswagen. Por conta da troca de geração, o Tiguan Allspace ainda não teve tempo de fazer sua mágica no Brasil em 2018, mas acreditamos que o seu desempenho deverá melhorar com o passar dos meses. Entre janeiro e maio, foram apenas 700 emplacamentos, ficando muito abaixo do líder absoluto Jeep Compass com 23.143.

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Para sair da zona de rebaixamento e voltar às posições de destaque entre os SUVs médios, a Volkswagen aposta em duas versões, com cinco e sete lugares. O preço é competitivo, partindo de R$ 124.990 na versão básica 1.4 TSI de 150 cv. Há também o modelo esportivo de sete lugares, com o mesmo motor 2.0 do Golf GTI. São 220 cv de potência, que funcionam com câmbio sequencial de dupla embreagem, junto da tração 4Motion integral.

9 - Picape compacta: Chevrolet Montana

Foto: Divulgação
Chevrolet Montana: imutável há anos, a picape compacta vem perdendo espaço com o sucesso absurdo da Strada

Ela está cansada, e já não aguenta mais a titularidade para enfrentar concorrentes de peso como Fiat Strada e Volkswagen Saveiro. A Montana é um resquício do que foi a linha Agile, mantendo a mesma dianteira reestilizada do modelo que foi um verdadeiro fracasso da GM no Brasil. Como a marca é líder isolada de vendas no Brasil, a picape compacta está esquecida no meio de um elenco forte.

Apenas 4.044 unidades da Montana foram emplacadas entre janeiro e maio de 2018. A Strada, líder do segmento, ostenta 54% de participação de mercado com 27.033 emplacamentos. Em segundo lugar, a Saveiro, com 18.450 unidades. A Montana não empolga, e traz motor 1.4, de 100 cv de potência e 13 kgfm de torque por R$ 49.890

10 - Picape média: Nissan Frontier

Foto: Nicolas Tavares/iG
Nissan Frontier: as versões flex não foram importadas ao Brasil, deixando o modelo restrito ao modelo diesel

Sabe aquele time que abdica ao Campeonato Brasileiro para jogar a Copa do Brasil? Esta é a Nissan. A marca prefere apostar apenas no modelo diesel no Brasil, e de acordo com os executivos da própria marca, o desempenho em vendas agrada bastante, mesmo aparecendo abaixo de todas as rivais.

De acordo com o levantamento da Fenabrave, foram apenas 2.936 unidades vendidas entre janeiro e maio de 2018. A líder do segmento, Toyota Hilux, garantiu 14.468 emplacamentos, considerando tanto as versões flex quanto diesel. Durante nossa expedição na Chapada dos Guimarães à bordo da picape, ficamos surpresos com o bom desempenho do 2.3 turbodiesel, de 190 cv e 45,8 kgfm, aliado ao câmbio automático de sete marchas. A Frontier aparece na lista dos carros menos vendidos do Brasil por R$ 150.990.