Com dólar alto e pandemia,setor de importados luta pela sobrevivência

Desaceleração da economia nos próximos preocupa Abeiva e oferece risco de inviabilizar unidades produtivas

Lojas de carros importados sofrem com a crise econômica causada pela pandemia e com a alta do dólar no Brasil
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Lojas de carros importados sofrem com a crise econômica causada pela pandemia e com a alta do dólar no Brasil

As vendas das quinze marcas filiadas à Abeifa (Associação Brasileira das Empresas Importadoras e Fabricantes de Veículos Automotores) em março foram de 2.090 unidades, volume que representa uma queda de 21,7% na comparação ao mês anterior, quando foram vendidas 2.668 unidades importadas. Em relação a março do ano passado, porém a redução foi de 17,2%. No trimestre, o resultadoé negativo em 4,4% se comparado ao mesmo período de 2019.

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De acordo com o presidente da Abeifa, João Henrique Garbin de Oliveira, “diante do cenário de desaceleração da economia brasileira e mundial, nos próximos meses, a Abeifa está preocupada com a própria sobrevivência dos importadores e sua rede de concessionárias e, se confirmadas as projeções de queda nas vendas de automóveis novos este ano da ordem de 40%, como indicam altos executivos de montadoras locais, corremos sério risco também de inviabilizar unidades produtivas”.

Ainda conforme o executivo, , “a vida humana e a atenção ao quadro pandêmico por coronavírus são prioridades absolutas. Nesse sentido, as 413 concessionárias que compõem as redes autorizadas de nossas 15 associadas seguem orientações técnicas da OMS e das autoridades brasileiras. Internamente, nossas empresas, na área comercial, têm procurado atender aos seus clientes por meio de plataformas digitais além de , por exemplo, já termos estendido prazos de revisões programadas”.

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João Henrique Garbin de Oliveira, presidente da Abeifa

Por outro lado, ele também diz que às vésperas de completar o primeiro ciclo de quarentena, no dia 7 de abril próximo, seja atendido pelo Governo Federal o pleito de redução da alíquota do imposto de importação , dos atuais 35% para 20%, com a finalidade de reanimar o setor, evitar o fechamento de concessionárias e, consequentemente, impedir a dispensa de parte dos 13,5 mil trabalhadores”.

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A participação das associadas à Abeifa que conta com produção nacional contabilizaram queda de 6,6% nas vendas em março em relação a fevereiro, quando tiveram 2.906 unidades vendidas. No acumulado dos três primeiros meses do ano, porém, houve alta de 20,4%, com 8.142 unidades ante 6.762 de 2019. Do total de vendas de automóveis e comerciais leves em março, as marcas ligadas à entidade têm apenas 3% de participação.