Opel GT: o 'Corvette' europeu

O esportivo foi o primeiro Grã-Turismo lançado pelo braço alemão da General Motors


Foto: Reprodução
Opel GT

"Opel GT. Nur fliegen ist schoener!” Este era o slogan criado para a campanha de lançamento do novo carro da divisão alemã da General Motors cuja tradução é: "Opel GT. Só voar é mais bonito".

Coincidência ou não, o fato é que com esta mensagem publicitária, a Opel A.G . revolucionou o mercado de esportivos ao lançar o GT , seu primeiro fruto de um dos projetos de maior sucesso já vistos na indústria automobilística.

Tudo começou em 1862 quando o astuto Adam Opel, então com 24 anos, fundou a Opel A.G., na cidade alemã de Rüsselheim. De olho nas tendências do ramo empresarial, Adam estava sempre em busca de novos mercados para expandir seus negócios pelo mundo afora.

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Opel GT

Inicialmente concentrou a sua produção somente em máquinas de costura num pequeno estábulo adaptado. Visionário, Adam também passou a fabricar bicicletas alcançando a produção de 2000 unidades ao ano.

Em 1895, o fundador da Opel falecia deixando o império nas mãos dos irmãos Ludwig, Fritz, Heinrich, Wilhem e Carl os quais mais tarde resolveram apostar na emergente indústria automobilística.

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Opel GT


Devido à crise econômica da Bolsa de Valores de Nova York em 1929, os irmãos Opel foram obrigados a procurar um sócio capaz de reforçar a estabilidade da empresa, associando-se naquele ano com a multinacional General Motors Corporation. No entanto, os Opel mantinham total autonomia sobre os negócios.

Na década de 60, com a influência do grande desenvolvimento econômico no mercado norte-americano e europeu, a Opel resolveu investir pela primeira vez na produção de um veículo tipicamente esportivo.

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Experimental GT

O projeto era baseado num cupê de dois lugares, apresentado no Salão de Frankfurt em 1963, ainda como um carro-conceito batizado de Experimental GT.

Era um protótipo que provavelmente não ganharia a produção, pelo menos por enquanto. Porém, tudo não passaria de um simples projeto se não fosse o grande sucesso do público no estande da Opel. Desta maneira, em 1968 nascia a lenda Opel GT.

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Opel GT


Na linha de produção, cada processo de montagem era cuidadosamente separado. Para o desenvolvimento da carroceria e da estrutura do novo cupê esporte, por exemplo, a Opel A.G. contava com a colaboração dos renomados construtores "Chausson", conhecidos pela fabricação de trailers e carroceria de ônibus na França.

Já a mecânica era montada na própria sede alemã da Opel na cidade de Bochum. O estúdio "Brissoneau & Lotz", também de origem francesa ficava responsável pela montagem final do carro.

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Opel GT


O Opel GT é baseado num cupê de dois lugares com linhas marcantes e superesportivas e tinha como público-alvo os jovens e solteiros de alto poder aquisitivo. Mede 4,11m de comprimento e pesa menos de 900 Kg.

Para a época, era disponível duas opções de motorização, ambas de quatro cilindros: a de 1,1 litro presente na GT 1100 SR e a topo-de-linha 1900 S , de 1,9 litro (1897 cm³) e 102 cv , com comando de válvulas no cabeçote (OHC) e apenas um carburador Solex de corpo duplo. Aliás, esta unidade é a mesma utilizada no Opel Rekord (o Opala brasileiro) , cujo desempenho é digno de elogios até nos dias atuais.

Curiosidades do Opel GT

Nos EUA, o GT concorria na mesma faixa de preço do Porsche 914 , Saab Sonett e VW Karmann Ghia , custando cerca de US$ 3.500. De acordo com um teste publicado na edição de julho de 1973 da revista americana Road & Track, o representante da Opel conseguiu as melhores marcas no comparativo, tanto em desempenho, quanto em conforto.

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Opel GT

O estilo revolucionário foi outro dos pontos fortes elogiados pelos jornalistas americanos. Nos EUA, o Opel GT recebeu o apelido de "Corvette Europeu" e o desenho da traseira serviu mais tarde de inspiração para o Corvette Sting Ray de 1972.

O sucesso do Opel GT foi tão grande que resultou até em aparições nas principais telas de cinema e televisão como a famosa série "Get Smart" protagonizada pelo agente trapalhão Maxwell Smart, o qual atendia por um código: 86. Aqui no Brasil o seriado do "Agente 86" era exibido através pela Rede Record (sábados à noite).

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Aero GT


A Opel chegou a exibir uma versão Targa em 1969 (denominada de Aero GT ) no Salão de Frankfurt, mas o projeto infelizmente não foi adiante. Ao que se sabe existiram apenas três exemplares do modelo. Cogitou-se também a proposta de um duplo comando para o GT de série, porém não passou de meros estudos.

Em 1971, a Opel AG lançou o modelo GT/J (J=Júnior) de propostas mais simplistas. A diferença principal era notada na ausência dos cromados em relação às outras versões mais recheadas do cupê.

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Opel GT/J

O "J" também era desprovido de calotas e demais adereços irrelevantes. Apesar da "economia" nos materiais empregados, não fazia feio. A motorização era a mesma da GT 1.900 e ganhava spoiler mais saliente na frente e faróis duplos abaixo do para-choque.

Nas pistas, o cupê se sagrou um vitorioso nas competições, nomeadamente em ralis internacionais como, por exemplo, o de Portugal, Monte Carlo, Targa Florio, etc. Além destas vitórias, o GT se destacou em seis recordes mundiais, no circuito de Hockenheim em 1970, por uma versão movida à eletricidade, o Elektro GT.

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Elektro GT

Com motor elétrico, foi um dos conceitos desenvolvidos pela Opel com base em seu pequeno cupê esportivo. No centro de testes de Dudenholfen, em 1972, o Opel GT bateu dois recordes mundiais e 14 internacionais, com motores a diesel.

A produção do Opel GT terminou em agosto de 1973. Até esta data tinham sido produzidos 103.463 automóveis.