Defeito em SUV de 26 anos faz Ford pagar valor milionário a motorista

Proprietária venceu processo judicial milionário contra a fabricante após lesões na perna; entenda o caso

Ford Expedition era baseado na picape F-150
Foto: Divulgação
Ford Expedition era baseado na picape F-150

Quase três décadas após deixar a fábrica, um Ford Expedition 1998 dará um prejuízo multimilionário à Ford  nos Estados Unidos. O SUV se tornou peça central de um processo movido por uma mulher que diz ter se lesionado por conta de um defeito no seletor de marchas do SUV .

O caso aconteceu em 27 de dezembro de 2016, quando Lorelle Thompson bateu seu Ford Expedition 1998 em uma caixa de correio. A vítima afirma que após a batida, desceu do carro para verificar os danos.

“Quando ela pisou no chão, ela escorregou e caiu de costas no chão, com a perna esquerda posicionada atrás da roda dianteira esquerda do veículo. O automóvel, então, inesperadamente engatou a marcha ré e se moveu para trás. O veículo passou por cima da perna esquerda da vítima, resultando em fraturas na tíbia e fíbula”, relata o processo.

Segundo o processo, o mecanismo do seletor de marchas do Explorer possuía um defeito, e evidências apresentadas no julgamento mostram que a Ford conhecia o problema desde o fim dos anos 1980.

Ford Expedition tinha capacidade para transportar até nove passageiros
Foto: Divulgação
Ford Expedition tinha capacidade para transportar até nove passageiros

Na sua resposta, a Ford negou essas alegações, e ainda afirmou que qualquer lesão ou dano causados à vítima foram causados por negligência da mesma, que saiu do carro ligado enquanto estava em marcha ré. A fabricante especulou que a vítima pode ter se confundido na história, já que declarou aos paramédicos que ela estava confusa por conta da colisão.

Foto: Divulgação
Ford Expedition trazia câmbio no lado direito da coluna do volante

O caso foi iniciado em dezembro de 2018 no Colorado, mas foi transferido para Michigan , onde a Ford está instalada, antes de retornar à justiça do Colorado em 2022, mas só foi à julgamento em abril deste ano. Documentos afirmam que a juíza Maritza Dominguez Braswell determinou que a Ford deverá ressarcir a vítima em 56 milhões e 575 mil dólares , o equivalente a mais de 300 milhões de reais.

A Ford tentará recorrer da decisão: “Enquanto nossos sentimentos vão para a senhora Thompson, respeitamos a decisão do júri, mas não acreditamos que o veredito foi tomado somente com as evidências. Iremos revisar nossas opções para uma recurso”, declarou Richard Binhammer, responsável pela comunicação corporativa da Ford nos Estados Unidos.