Anfavea fala em paralisação da indústria automotiva contra importados eletrificados

Associação de fabricantes adota postura ofensiva para tentar proteger fabricação nacional

Fabricantes brasileiras não conseguem competir com custos baixos da indústria chinesa
Foto: Divulgação
Fabricantes brasileiras não conseguem competir com custos baixos da indústria chinesa

O imposto de importação sobre veículos eletrificados é um tema sensível na indústria brasileira. Após seis meses de nova tributação, os veículos eletrificados importados seguem com bom volume, o que preocupa a Anfavea, Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores.

Em um evento realizado nesta semana para apresentar os resultados de vendas do primeiro semestre, a associação defendeu a introdução dos 35% de  impostos de importação para modelos elétricos e híbridos de forma imediata, e não em 2026 como está a previsão atual.

Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea , revelou ainda a possibilidade das fabricantes nacionais interrompam a produção caso a tarifa elevada não seja adotada:

Márcio de Lima Leite é o presidente da Anfavea na gestão 2022-2025.
Foto: Divulgação
Márcio de Lima Leite é o presidente da Anfavea na gestão 2022-2025.

“Caso a gente não eleve o imposto de importação para carros elétricos pra 35% de forma imediata, temos risco de fechamento de fábricas já no segundo semestre”, afirmou Márcio. Segundo a Quatro Rodas , o executivo explicou que se tratava de paralisação e não ao fechamento total das indústrias.

O coro foi endossado por Ciro Possobom , CEO da Volkswagen no Brasil, que entende que as condições atuais beneficiam os importadores e coloca em risco os mais de R$ 100 bilhões em investimentos que as marcas nacionais anunciaram recentemente.

Para contextualizar, o crescimento das importações foi de 37% somente neste primeiro semestre, com os modelos vindos da China sendo os principais.

Ociosidade da indústria preocupa

Segundo a Anfavea , 45% da indústria de automóveis brasileira está ociosa. A associação tenta buscar formas de conseguir acordos com países vizinhos para melhorar os números de exportação das fabricantes instaladas no Brasil. Segundo a Quatro Rodas , o Equador taxa os carros produzidos no Brasil em 28%, por exemplo.