A Volkswagen está analisando seriamente a transferência da produção do Golf da Alemanha para o México. Segundo o jornal Handelsblatt, o motivo principal são os altos custos de produção no mercado alemão, aliados às margens de lucro reduzidas do modelo, especialmente quando comparado aos SUVs como o T-Roc e o Tiguan. Além do México, a Polônia também é cogitada como opção.
Redução de custos e impacto global
A mudança ajudaria a Volkswagen a reduzir gastos e aumentar a competitividade, em um momento de crise financeira para a montadora. Na Alemanha, a empresa enfrenta custos crescentes de mão de obra e energia, além de cogitar o fechamento de até três fábricas. O Golf, que já foi um dos carros mais vendidos da Europa, tem perdido relevância no mercado, sendo superado por modelos como o Dacia Sandero e até pelo T-Roc. Mesmo assim, a atual geração do hatch continuará em produção até 2035, com motores híbridos a gasolina e foco em volume e preço competitivo.
Produzido no México, o modelo terá custos menores para exportação a diversos mercados, incluindo o Brasil, que se beneficiaria com o acordo comercial entre os dois países. Esse movimento relembra a estratégia adotada pela Volkswagen com o Fusca há 50 anos, quando a produção saiu da Alemanha e foi para o México, onde o modelo permaneceu até 2003.
O México já é um polo estratégico para a Volkswagen, e a transferência da produção do Golf é mais um passo na descentralização produtiva da empresa. Recentemente, o Polo também deixou de ser fabricado na Espanha e passou a ser produzido na África do Sul, de onde é exportado para a Europa.