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A substituição do asfalto pelo concreto em rodovias começa a ganhar espaço no Brasil. O material, que pode durar até o dobro do tempo sem necessidade de manutenção, já está sendo avaliado em projetos de infraestrutura viária em Joinville , Santa Catarina .
A prefeitura da cidade estuda utilizar o concreto na pavimentação de uma nova via na zona sul, ligando bairros populosos e facilitando o acesso à BR-280 .
Outro projeto em análise é o Contorno Leste , que ajudaria a desviar o tráfego pesado do centro urbano. Ambos, no entanto, ainda dependem de licenciamento ambiental e recursos financeiros.
O concreto já é utilizado em algumas rodovias brasileiras, como a Imigrantes (SP) e o Anel Rodoviário de Belo Horizonte .
Beneficios do material
Além de sua durabilidade, que pode chegar a 30 anos sem a necessidade de intervenções significativas, o concreto oferece vantagens que vão além da economia a longo prazo.
De acordo com a Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP), apesar do custo inicial mais alto, o concreto pode ser até 40% mais barato que o asfalto, considerando o ciclo de vida do pavimento, que inclui custos de manutenção e reparos frequentes no asfalto.
Além disso, o concreto é mais resistente ao calor e às intempéries, características essenciais para o clima tropical do Brasil.
Ele também apresenta maior capacidade de suportar veículos pesados, como caminhões e ônibus, o que diminui o risco de deformações nas pistas e buracos, como é frequentemente observado em estradas de asfalto. Essa resistência reduz a necessidade de recapeamento e reparos, aliviando os cofres públicos ao longo do tempo.
Além disso, o concreto de hoje pode ser produzido com materiais reciclados, como resíduos de construção civil, tornando-se uma opção ainda mais sustentável.
O uso de concreto em rodovias não é novidade no cenário internacional. Países como Alemanha, Estados Unidos e China já adotam amplamente o material devido às suas vantagens em termos de durabilidade e eficiência.
Nos Estados Unidos, por exemplo, rodovias de concreto operam por mais de 40 anos com pouca manutenção, enquanto no Brasil, o asfalto exige recapeamento de 8 a 10 anos , segundo dados do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes ( DNIT ).
Se aprovado em Joinville , o modelo de rodovia de concreto poderá servir como um modelo para outras regiões do Brasil , marcando uma nova fase na infraestrutura viária do país.
No entanto, para que essa transição aconteça, será necessário superar desafios financeiros e técnicos, bem como garantir que as questões ambientais, como as exigências de licenciamento e impacto nas áreas rurais, sejam atendidas adequadamente.
A possibilidade de concretizar essa mudança dependerá, assim, da resolução dessas questões e do apoio financeiro para viabilizar os projetos.