
A produção de veículos no Brasil atingiu 217,4 mil unidades em fevereiro de 2025, o maior patamar registrado nos últimos seis anos. O volume coloca a indústria em um nível semelhante ao período pré-pandemia, marcando uma recuperação do setor. Em fevereiro de 2019, antes da crise sanitária, o país fabricou 257,9 mil unidades.
Crescimento da produção e impacto no mercado
Os dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) mostram que a fabricação de veículos leves cresceu 14,6% em comparação com fevereiro de 2024, quando foram produzidos 189,7 mil carros. No acumulado do primeiro bimestre de 2025, a alta foi de 14,8%, totalizando 392,9 mil unidades, o melhor desempenho desde 2021.
O número de emplacamentos também apresentou crescimento, com avanço de 19% em fevereiro em relação a janeiro. Além disso, as vendas diretas tiveram um aumento expressivo de 329% no período. No entanto, o financiamento segue sendo o principal meio de aquisição, representando 70% das compras. Com isso, a taxa básica de juros (Selic) de 13,25% ao ano gera preocupação, pois pode impactar negativamente as vendas no futuro.
As exportações têm sido um fator essencial para o bom desempenho da indústria automotiva. No primeiro bimestre de 2025, o Brasil exportou 76,7 mil veículos, um crescimento de 55% em relação ao mesmo período do ano passado. A Argentina foi o principal destino, com aumento de 172% nas exportações. Outros mercados que registraram crescimento foram Colômbia (52%), Uruguai (17%) e Chile (12%).
Apesar do avanço nas exportações, a participação do Brasil no mercado latino-americano tem diminuído. A concorrência com a China fez com que o país perdesse espaço, passando de 22,5% de participação em 2013 para 13,9% em 2024, enquanto os chineses aumentaram sua fatia para 27,9% no mesmo período. Esse cenário reflete o impacto das novas tecnologias chinesas no setor automotivo da região.