A intensificação da guerra comercial entre os Estados Unidos e outras potências, especialmente a China, está transformando rotas de exportação no setor automotivo global. Entre os efeitos observados, o mercado brasileiro está se tornando um destino relevante para veículos antes enviados ao mercado norte-americano .
As medidas protecionistas dos Estados Unidos, que incluem altas tarifas sobre veículos importados, estão alterando fluxos globais de exportação. Uma parcela significativa dos veículos, especialmente de marcas premium, tem sido direcionada ao Brasil, mercado com grande potencial de crescimento e baixa penetração de carros importados.
No primeiro trimestre de 2025, o volume de vendas de veículos importados no Brasil totalizou 27.400 unidades, um aumento de 33,9% em relação ao mesmo período do ano anterior. Segundo a Associação Brasileira das Empresas Importadoras e Fabricantes de Veículos Automotores (Abeifa), cerca de 50% das vendas incluem automóveis no segmento premium.
O mercado brasileiro é apontado como estratégico para marcas internacionais. A combinação de baixa oferta anterior de veículos importados com uma economia em recuperação cria condições para projeções de crescimento entre 10% e 12% nas importações em todo o ano de 2025, segundo a Abeifa.
Setor automotivo em meio às tensões comerciais
A escalada nas tensões entre Estados Unidos e China tem impactos diretos na competitividade entre montadoras. O redirecionamento de veículos ao Brasil responde à necessidade de encontrar mercados emergentes para produtores que antes atendiam a demanda norte-americana.
Especialistas apontam que o segmento premium é o mais afetado pela atual política de tarifas dos Estados Unidos. Com a maior parte do estoque antes exportado para os EUA retido, empresas globais avaliam estratégias para expandir participação em outros mercados, como o brasileiro.
No cenário nacional, o aumento do volume de importados reforça a competitividade interna. Por ser um dos mercados mais promissores, o país atrai montadoras interessadas em consolidar sua posição e equilibrar crescentes custos operacionais, impostos pelas condições das rotas globais de comércio.
Fonte: Bloomberg