
A fabricante sueca de veículos elétricos Polestar, subsidiária do grupo chinês Geely, iniciou na semana passada o recall de 27.816 unidades do modelo Polestar 2 nos Estados Unidos.
A ação foi motivada por uma falha na câmera traseira, que compromete a visibilidade ao engatar a marcha à ré. A informação foi confirmada pela Administração Nacional de Segurança no Tráfego Rodoviário dos Estados Unidos (NHTSA).
Relatos apontam que, em vez da imagem traseira, o sistema exibe a mensagem "câmera temporariamente indisponível". O defeito está associado a uma falha de sincronização entre a câmera de assistência de estacionamento e o sistema de entretenimento do veículo.
A atualização necessária não poderá ser realizada remotamente, ao contrário do recall anterior, efetuado em junho de 2024, quando mais de 25 mil unidades foram corrigidas por meio de uma atualização over-the-air.
Os veículos afetados foram produzidos entre 2021 e 2025. A atualização será oferecida gratuitamente nas concessionárias autorizadas.
Extinção de vidros traseiros é uma boa ideia?
Embora o problema técnico esteja limitado ao Polestar 2 — que ainda possui vidro traseiro —, a situação reacende o debate sobre o futuro dos modelos que eliminam a janela traseira por completo, que é substituída por sistemas eletrônicos.
O Polestar 4, por exemplo, inaugurou uma abordagem radical ao dispensar totalmente o vidro traseiro. Segundo a fabricante, a substituição por uma câmera proporciona uma visibilidade mais ampla e eficiente.

No entanto, especialistas em segurança alertam para os riscos dessa dependência exclusiva de tecnologia, especialmente em situações de falha do sistema.
A discussão ganha relevância diante de lançamentos anunciados por outras montadoras. Modelos como o futuro Polestar 5 e o novo sedã elétrico da Jaguar também devem adotar soluções sem vidro traseiro.
Problemas semelhantes vêm sendo registrados por outras marcas. Ford, Hyundai, Kia, Jaguar Land Rover e Stellantis já enfrentaram recalls envolvendo câmeras de ré.
A adoção de sistemas de condução assistida e câmeras como substitutos da visão direta representa um avanço no design automotivo, mas ainda levanta dúvidas sobre a confiabilidade.