
A fabricante global de autopeças Marelli solicitou proteção contra falência com base no Capítulo 11 do Código de Falências dos Estados Unidos, numa tentativa de reestruturar sua dívida e garantir liquidez.
A medida ocorre após um prolongado processo de negociações com credores e deterioração financeira impulsionada, em parte, pelas dificuldades enfrentadas pela Nissan, um de seus principais clientes.
O pedido foi apresentado ao Tribunal de Falências dos EUA e conta com o apoio formal de cerca de 80% dos credores. A Marelli garantiu também um compromisso de financiamento de aproximadamente US$ 1,1 bilhão — cerca de R$ 6,1 bilhões na cotação atual — como parte do processo de reorganização.
A empresa comunicou que o plano prevê a eliminação de 100% da dívida garantida e reforço imediato na estrutura patrimonial.
O CEO David Slump afirmou que a pressão do mercado automotivo afetou o capital de giro da Marelli.
História da empresa
A Marelli foi constituída em 2019, a partir da fusão entre a italiana Magneti Marelli, então pertencente à Fiat Chrysler Automobiles (FCA), e a japonesa Calsonic Kansei, ambas adquiridas pela gestora de private equity KKR.
Como parte do novo plano de reestruturação, o controle acionário será transferido para um consórcio de credores, conforme informações da agência Reuters.
Em 2022, a empresa já havia recorrido à Justiça no Japão após acumular um passivo superior a US$ 8 bilhões, valor equivalente a R$ 33 bilhçies de reais, que foi posteriormente reduzido quase pela metade.
Apesar do histórico recente de dificuldades, a Marelli assegurou que continuará colaborando com fornecedores, clientes e parceiros estratégicos, especialmente em áreas de inovação e desenvolvimento tecnológico.
Entre os principais clientes globais da Marelli estão a Stellantis e a Nissan. A empresa reafirmou que os compromissos operacionais e os investimentos em tecnologias automotivas não sofrerão interrupções durante o processo judicial.