
A Volkswagen Parati foi produzida entre 1982 e 2012, teve quatro gerações distintas e se tornou uma das peruas mais populares do Brasil, derivada do Go l e voltada para famílias e uso urbano.
Com versões esportivas como a GTi e motores que variaram do 1.0 ao 2.0, a Parati marcou época nas décadas de 1980, 1990 e 2000, até sair de linha em meio à queda da demanda por station wagons .
Nesta reportagem, o Portal iG Carros apresenta mais um capítulo da série "Geração sobre rodas", que revela a evolução dos modelos mais icônicos do mundo automotivo, da primeira à última geração.
Primeira geração (1982 - 1995)

A Parati foi lançada em abril de 1982 como a station wagon do Gol, compartilhando a mesma plataforma BX, derivada do alemão Audi 80 da década de 1970.
Com duas portas e desenho retilíneo, a Parati se posicionava abaixo da Brasília e ao lado da Ford Belina na época.
Inicialmente equipada com motor 1.5 de carburador, a perua logo recebeu versões com motores 1.6 e 1.8 a gasolina e álcool.
O acabamento variava entre versões como S, CL e GL, com direito a opcionais como conta-giros e relógio digital.
Em 1984, passou a contar com câmbio de cinco marchas, e em 1987 foi introduzida a Parati GLS, com mais itens de conforto.
Já a reestilização de 1988 trouxe a frente com faróis retangulares, inspirada no Santana.
A esportividade ganhou força com a chegada da Parati GTS, em 1989, equipada com motor 1.8 e visual agressivo, que fazia par com o Gol GTS.
A Parati continuou sendo vendida como “quadrada” até 1995, mesmo após o lançamento do Gol “bolinha”, por conta de sua forte aceitação no mercado.
Segunda geração (1996 - 1999)
Com o novo Gol G2, lançado em 1994, a Parati mudou completamente em 1996.
Agora com carroceria mais arredondada e quatro portas, ganhou novo interior, painel mais moderno e melhor aproveitamento de espaço interno.
A principal novidade foi a oferta de motor 1.0 de 50 cv, voltado para o mercado de entrada e frotistas, principalmente após a popularização dos carros 1.0 com o plano do Governo Federal.
Outras opções incluíam motores 1.6, 1.8 e 2.0, todos com injeção eletrônica. A perua também podia ser equipada com direção hidráulica, ar-condicionado, trio elétrico e rodas de liga leve, a depender da versão (CL, GL ou GLS).
Esse período também marcou o auge da popularidade da Parati, com excelente desempenho em vendas, especialmente nas versões intermediárias 1.6.
Terceira geração (1999 - 2005)
Em 1999, a Volkswagen aplicou um facelift importante na Parati, acompanhando o chamado Gol G3.
Apesar da base estrutural ser a mesma da geração anterior, o modelo ganhou novo conjunto óptico, para-choques integrados, painel redesenhado e acabamento superior.
Essa fase foi marcada por duas versões emblemáticas:
- Parati Surf: com molduras plásticas nas caixas de roda, suspensão elevada e apelo aventureiro, sem tração nas quatro rodas. Era voltada ao público jovem e urbano.
- Parati 1.0 16V Turbo: lançada em 2001, foi a primeira perua nacional com motor turbo de fábrica. O propulsor EA111 1.0 rendia 112 cv e torque de 15,8 kgfm, com desempenho próximo ao de modelos 2.0 e consumo de carro 1.0.
Havia ainda as versões 1.6 e 1.8, com bom equilíbrio entre desempenho e economia.
Em 2003, a Parati passou a oferecer airbag e freios ABS como opcionais nas versões mais caras.
Quarta geração (2005–2012)
A Parati G4 chegou em 2005, alinhada visualmente ao Gol G4. Apesar da frente renovada e interior com novo painel (o mesmo do Fox), a plataforma seguia inalterada desde 1996, o que prejudicava o espaço interno e a segurança em relação a modelos mais modernos.
Os motores oferecidos eram o 1.6 Total Flex (até 101 cv com etanol) e o 1.8, também flexível.
As versões iam de configurações básicas para frotistas até a Parati Comfortline, com rodas de liga leve, direção hidráulica, ar-condicionado e vidros elétricos.
Em 2008, a Volkswagen encerrou a produção do Gol G4 quatro portas, o que impactou diretamente na viabilidade da Parati.
Mesmo assim, a perua resistiu até 2012, produzida exclusivamente para frotas, especialmente locadoras e órgãos públicos.
Fim de linha e o vazio no mercado
A Parati saiu de cena sem substituta direta. A Volkswagen até tentou, com a SpaceFox (lançada em 2006), atrair parte do público da Parati, mas esta era maior e voltada a outro segmento.
Desde então, o segmento de station wagons desapareceu do mercado brasileiro, substituído por SUVs compactos e minivans.
A Parati permanece como referência entre entusiastas, colecionadores e famílias que ainda valorizam o espaço e a versatilidade de uma perua nacional.