
Dirigir sob neblina demanda cuidados específicos, desde a preparação do veículo até a adaptação da condução, segundo alerta do consultor de segurança viária Fabrício Fachini, em entrevista ao Portal iG Carros.
A baixa visibilidade provocada pela neblina compromete a percepção de curvas, pedestres e outros veículos, tornando o planejamento prévio e a atenção constante fatores decisivos para a segurança no trânsito.
O risco da neblina
A presença de neblina em rodovias representa uma ameaça concreta à condução, especialmente em trechos com vegetação densa ou em regiões serranas.
“A visibilidade cai drasticamente, dificultando a percepção de curvas, veículos à frente, pedestres e obstáculos”, afirma Fabrício Fachini, consultor de melhoria de processos e gestão de segurança na mobilidade do CEPA Mobility.
O especialista reforça que essas condições podem mudar rapidamente, exigindo do motorista respostas imediatas. O uso inadequado de faróis é um dos erros mais comuns.
“O farol alto reflete nas partículas de água suspensas no ar e causa um efeito contrário, ofuscando a visão. O ideal é utilizar o farol baixo e, se houver, o farol de neblina”, explica.
Cuidados antes de sair

A preparação para uma viagem em dias de neblina começa antes da partida.
Fachini orienta que o motorista verifique previamente as condições climáticas ao longo do trajeto e escolha rodovias bem sinalizadas. A revisão de itens essenciais também deve ser prioridade.
“É importante revisar os sistemas de iluminação e os limpadores de para-brisa, além de garantir que os pneus estejam em bom estado e calibrados”, diz.
Segundo ele, a pista úmida, frequente em dias de neblina, aumenta o risco de derrapagens. Por isso, a profundidade dos sulcos dos pneus deve estar adequada para evitar aquaplanagem.
Condução e paradas seguras
Com visibilidade reduzida, o motorista deve ajustar a velocidade às condições da via e evitar ultrapassagens ou mudanças bruscas de direção.
“Quanto menor a visibilidade, mais lenta deve ser a condução”, orienta Fachini.
O uso do piloto automático deve ser evitado, pois diminui a percepção do condutor sobre o controle do veículo. A distância de segurança entre veículos também deve ser ampliada.
“É fundamental manter uma distância que permita visualizar com clareza o movimento do veículo da frente e conseguir parar com segurança caso ele freie de forma repentina.”
Caso seja necessário interromper a viagem, o consultor recomenda que o veículo pare fora da pista, em locais próprios, como recuos ou postos de apoio.
“O pisca-alerta só deve ser usado com o veículo parado. Ligá-lo com o carro em movimento pode confundir outros motoristas” , alerta.
Recomendações para motoristas inexperientes
Para quem tem pouca experiência ao volante, a orientação é evitar dirigir sob neblina intensa.
“Se não for possível adiar a viagem, o ideal é manter a calma, dirigir com atenção redobrada, velocidade reduzida e não se intimidar por pressões externas. Segurança deve ser sempre a prioridade”, afirma Fachini.
Em caso de insegurança, a recomendação é clara: parar em um local seguro e esperar a melhora das condições climáticas.