Como manter um carro com alta quilometragem em bom estado

Idade média da frota brasileira aumentou e exige mais atenção a lubrificação e manutenção

Especialista dá dicas de como manter um carro com alta quilometragem
Foto: Reprodução/Adobe Stock
Especialista dá dicas de como manter um carro com alta quilometragem

A frota brasileira está envelhecendo. Segundo o Sindipeças, os carros que circulam hoje no país têm, em média, quase 11 anos, dois a mais do que há uma década. Com mais consumidores recorrendo aos usados e seminovos, aumenta também a necessidade de cuidados específicos para veículos  com quilometragem mais alta.

Esse cenário traz um alerta importante: estes carros podem apresentar consumo excessivo de óleo, perda de potência e desgaste acentuado de componentes essenciais. Por isso, escolher o lubrificante correto e manter a manutenção em dia são medidas que impactam diretamente na segurança e na vida útil do carro.

Lubrificante certo evita problemas

Segundo José Cesário Neto, coordenador de Capacitação e Suporte Técnico dos Lubrificantes Mobil, o principal desafio dos veículos antigos não é a quilometragem em si, mas as tecnologias dos motores, bem diferentes das atuais. Ele recomenda uma revisão completa a cada 10 mil km, além da consulta ao manual do veículo para confirmar a especificação correta do óleo.

O especialista destaca que a ideia de usar um óleo mais viscoso em carros mais rodados é equivocada. Cada montadora determina a viscosidade ideal após testes rigorosos, considerando temperatura, pressão e tipo de uso. A escolha incorreta pode acelerar desgastes, aumentar o risco de borra e antecipar reparos caros.


Por que seguir a recomendação da montadora faz diferença

Mesmo em motores com muitos quilômetros rodados, usar um lubrificante alinhado à recomendação de fábrica mantém o nível de proteção original e reduz o consumo anormal de óleo. Caso esse consumo esteja elevado, a orientação é procurar uma oficina e identificar o motivo. O uso de óleo mais grosso, segundo o especialista, não resolve a causa do defeito e ainda pode mascarar danos maiores.

Manter filtros novos e respeitar os intervalos de troca continua sendo uma das formas mais simples e eficazes de prolongar a vida útil do motor.

Suspensão, freios e arrefecimento também merecem atenção

O cuidado não deve se limitar ao motor. Sistemas como freios, arrefecimento, direção e transmissão também sofrem com o tempo, e a falta de manutenção impacta diretamente na segurança. O fluido de freio e o líquido de arrefecimento, por exemplo, têm prazo de validade e devem ser trocados periodicamente para garantir eficiência.

Outro ponto muitas vezes negligenciado é o uso de graxas nos componentes mecânicos. Em carros antigos, rolamentos, juntas homocinéticas e pinos de suspensão exigem lubrificação adequada para evitar ruídos, vibrações e até falhas completas. A aplicação de graxas de boa qualidade reduz atrito, protege contra água e sujeira e ajuda a prevenir reparos caros.

Manutenção em dia reduz riscos e prolonga a vida útil do veículo

Com boa parte da frota rodando com alta quilometragem, seguir o plano de manutenção e adotar o lubrificante correto é fundamental para evitar quebras e até acidentes. Estudos da Polícia Rodoviária Federal indicam que 30% dos acidentes nas estradas estão relacionados a falhas mecânicas e má conservação dos veículos.  Como reforça Cesário Neto, “manter a manutenção em dia é o segredo para a longevidade do veículo”.