Como a realidade virtual vai revolucionar a escolha do carro

A promessa de que inovações tecnológicas vão revolucionar a forma de escolher e comprar carros é antiga. Mas, afinal, quando a realidade virtual aumentada, a internet das coisas, a “gameficação” e a conexão 5G vão chegar para provocar esses esperados impactos? Parece que em breve isso sairá dos protótipos em salões automotivos e feiras de tecnologia, e finalmente chegar ao seu computador, ao seu celular e até às concessionárias.

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Na semana passada, Audi e Jaguar lançaram iniciativas inovadoras em realidade virtual que em breve chegarão ao Brasil, e certamente serão copiadas ou adaptadas por outras marcas automotivas. A iniciativa da Audi diz respeito ao famoso configurador do carro pelo site. Dificilmente algum comprador vai até uma concessionária sem antes pesquisar o modelo no site da montadora.

Neles, é possível configurar o carro em suas várias versões, cores e acessórios (hoje parece normal, mas há alguns anos causava espanto). Só não dá para fechar o negócio online porque a lei proíbe os fabricantes de vender sem passar por um revendedor autorizado. Isso não deve mudar tão cedo, mas a tendência é que esses configuradores dos sites fiquem cada vez mais sofisticados.
A Audi é a primeira a utilizar visualização 3D em seu configurador de produto. Em vez das manjadas imagens estáticas, os clientes podem experimentar pela primeira vez uma visão em 360º de um veículo animado. O aplicativo está sendo lançado na Alemanha e em 24 países ao redor do mundo. O Brasil não está na lista ainda, mas o plano da marca alemã é adotar essa tecnologia em todos os mercados.

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Com a visualização 3D, os clientes experimentam o carro customizado interativamente e em uma perspectiva realista, nos mínimos detalhes. Eles podem ligar os faróis ou abrir e fechar as portas. Em termos matemáticos, há centenas de milhões de configurações de modelos e equipamentos disponíveis. O carro pode ser inserido em diferentes cenários, como um túnel ou uma paisagem verde com apenas um clique.

Outro recurso é a capacidade de exibir os menores detalhes de acabamento, luzes diurnas e de estacionamento, entre outros. O modelo é renderizado em tempo real em qualquer dispositivo diretamente no site da Audi, sem necessidade de instalação de programas adicionais. O aplicativo 3D usa dados dos modelos da marca e técnicas de renderização virtuais, assim como na indústria de jogos. Planos incluem melhorar a qualidade de imagem em cenários específicos de cada país e uso customizado do recurso em concessionárias.

Simulação de uso no dia a dia

Uma das dúvidas mais frequentes dos interessados em um carro é: como ele se comportará no uso cotidiano? A inglesa Jaguar começa a resolver parte dessa equação por meio de um aplicativo de smartphone. A novidade ajuda os interessados no SUV elétrico I-Pace a simular seu comportamento no dia a dia, antes mesmo de chegarem ao volante do veículo.

O programa captura os dados das viagens para calcular possíveis economias e mostrar o quanto de bateria seria gasto no percurso. Ou ainda informar quantas recargas seriam necessárias em uma semana dirigindo o I-Pace, modelo que será lançado no fim deste ano no Brasil.

Ao abrir o aplicativo, o usuário pode inserir informações reais quanto à economia de combustível do seu veículo atual e calcular quanto economizaria ao trocar o modelo pelo I-Pace. Uma vez que as viagens tenham sido registradas, o aplicativo estimará o período em que os motoristas podem atingir uma carga completa de uso. Um mapa interativo permite a busca de pontos de recarga mais próximos em uma rota escolhida ou em uma área próxima.

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Obviamente, um aplicativo como esse pode ser útil não apenas para elétricos, mas também por modelos a combustão. Geralmente essas tecnologias chegam em modelos icônicos, mas acabam virando commodity e sendo popularizadas para uso em geral. Foi assim com os atuais configuradores dos sites das montadoras.

Além de ajudar a na escolha do carro, algumas tecnologias da era virtual deverão ser aplicadas, em breve, no momento da visita à concessionária, sobretudo para test-drives. Além da tradicional voltinha no quarteirão, os potenciais compradores poderão simular o uso do carro em outras condições de uso, em simuladores de alta precisão, com óculos de realidade aumentada.
A Mercedes-Benz já testa essa possibilidade em algumas lojas na Alemanha, inicialmente para o novo Classe A, mas deverá expandir a iniciativa. É isso que se espera de uma loja-butique com o uso da  realidade virtual  aumentada. Será uma forma de trazer atratividade a uma coisa que ultimamente perdeu muito de seu charme a apelo: visitar lojas de carros.
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