Gabriel Marazzi

Pilotando a nova Honda CBR 1000RR-R Fireblade SP

Experimentamos a nova superesportiva em seu melhor ambiente, uma pista de corridas


Foto: Divulgação
Dando uma 'voltinha' com a Honda CBR 1000RR-R Fireblade SP 2022em pista fechada

Com um “R” a mais em seu nome, a Honda CBR 1000RR-R Fireblade 2022 já foi mostrada aqui, há dois meses , a ocasião da abertura da pré-venda. Faltou, é claro, aquela voltinha em uma pista, que é o lugar para onde a superesportiva foi projetada.

Digo “voltinha” porque, a menos que o piloto esteja 100% familiarizado com a pilotagem radical de competição, qualquer tentativa de conhecer os limites dessa Fireblade jamais passará de uma “voltinha”.

A personalidade explosiva da linha Fireblade da Honda começou com a primeira RR , em 1992. Há 30 anos, a Honda CBR 900RR foi a motocicleta que mais me impressionou pelo desempenho e só não continua a me impressionar, mesmo com quase o dobro de potência na versão atual, porque já estamos acostumados com números antes impensáveis para a potência do motor de uma motocicleta.

Com cilindrada de 893 cm3 , a primeira Fireblade tinha 111 cv de potência, aumentando para 123 cv quando a cilindrada passou para 919 cm3, para 150 cv com 929 cm3 e 154 cv para a cilindrada de 954 cm3. Quando chegou nos 999 cm3 , a potência foi subindo anda mais, chegando aos 191,7 cv na última versão da motocicleta e agora aos 216,2 cv. Foi uma belíssima escalada de potência.

Em uma sessão de avaliação no circuito da Capuava, uma pista não homologada para provas oficiais mas extremamente divertida, pude experimentar a nova Honda CBR 1000RR-R , sem, contudo, sequer me aproximar de seus limites.

Mas, na comparação com a versão anterior da motocicleta, que também estava disponível para essa finalidade, o desempenho notadamente superior, com 24,5 cv a mais , foi facilmente sentido.

Não apenas a maior potência, mas também a dirigibilidade, graças à evolução no quadro, suspensões e freios, ficaram nitidamente melhores. Para um motor que rende seu melhor entre 14.000 e 16.000 rpm , a pista da Capuava se mostrou pequena demais, a ponto de se utilizar apenas a primeira e segunda marchas. Realmente não é para qualquer um administrar uma sequência de curvas com um olho nas tangências e outro olho no conta-giros.

Foto: Divulgação
Repare que na Honda CBR 1000RR-R Fireblade SP 2022 há marcação do contagiros até 16.000 rpm

Para chegar a essa rotação e, consequentemente, à maior potência, o motor, derivado do RC 213V-S das motocicletas do MotoGP, teve seu curso de pistões reduzido, (diâmetro e curso passaram de 76,0 x 55,1 mm para 81,0 x 48,5 mm ), e recebe ainda o auxílio de um duto ram-air, desde a parte frontal da carenagem, para insuflar mais ar na admissão, para dentro do motor quando em alta velocidade.

Essa espécie de compressor aerodinâmico funciona também como incremento aerodinâmico no downforce, que é a pressão que a motocicleta exerce no solo. Tudo para aumentar a potência e a estabilidade.

A Honda CBR 1000RR-R Fireblade SP 2022 tem painel de instrumentos de TFT de 5 polegadas personalizável que reúne todas as funções eletrônicas que controlam a motocicleta.

Ela tem três “riding modes” e controle de tração de nove níveis, mais controle anti-patinamento, launch-control e quick-shift. A Fireblade tem ainda sistema Smart Key, com sensor eletrônico de presença para destravar o guidão e ligar a ignição.

A Honda CBR 1000RR-R Fireblade SP 2022 está disponível em duas opções de cores, a tricolor, que mistura branco, azul e vermelho, e a inteiramente preta, custando R$ 159.000.