Gabriel Marazzi

Avaliamos a terceira geração do Honda PCX 160

O scooter mais querido mudou. Na terceira geração, ganhou cilindrada, potência e coisinhas


Foto: Divulgação
Em relação às suspensões a ao novo chassi, a dirigibilidade do PCX 160 não teve grandes mudanças.

Olhe para a foto abaixo: olhando de relance, em meio ao trânsito, você conseguiria distinguir os dois scooteres? Provavelmente, não. Mas esse foi um dos argumentos da Honda ao lançar a terceira geração do scooter PCX, que é visualmente muito parecido com a segunda geração. Para que mudar a aparência de um produto que agrada e continua agradando?

As duas versões do modelo, no entanto, são muito diferentes. Mesmo parecendo iguais, nenhum componente é o mesmo, desde partes da carenagem, elementos óticos e rodas. De acordo com a Honda , praticamente tudo é novo no scooter PCX 160 2023 , com exceção dos freios, dos comandos do guidão e de detalhes menores.

Para começar, o novo quadro tubular de aço é mais leve que o anterior, uma redução de 700 gramas , com pequenas diferenças em relação à versão anterior que permitiram aumentar o volume do porta objetos embaixo do banco, assim como reposicionar os dois amortecedores traseiros, que ficaram mais verticais. Essa mudanças estão também relacionadas à redução do tamanho da roda traseira, que passou de 14 para 13 polegadas.

Apesar da roda menor, a largura do pneu traseiro aumentou, passando de 120 mm para 130 mm. Juntamente com o pneu dianteiro também mais largo, que passou de 100 mm para 120 mm, o visual do novo PCX ficou um pouco mais agressivo, principalmente quando visto de traseira.

A sensação de pilotagem, no entanto, não foi muito alterada com essas mudanças, mesmo resultando em uma distância entre-eixos 2 mm maior (coisa mínima). Nas suspensões, apenas as molas traseiras foram readequadas para melhor desempenho em pisos irregulares.

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Tudo igual, mas tudo diferente no novo scooter Honda PCX 160 2023.

Nota-se bem, no entanto, a diferença de desempenho do motor, que teve a cilindrada aumentada de 149,3 cm³ para 156,9 cm³ , com taxa de compressão elevada de 10,6:1 para 1,0:1. O acréscimo de apenas 7,4 cm³ não seria suficiente para elevar a potência desse motor de 13,3 cv para 16,0 cv , mas sim a sua arquitetura, pois o motor passou de quadrado para superquadrado, ou seja, com maior aptidão para potência.

A explicação técnica é que o novo motor tem agora pistão de maior diâmetro e de menor curso, o que favorece a potência em detrimento do torque em baixas rotações. Antes com valores de 57,3 x 57,9 mm (diâmetro praticamente igual ao curso, configurando um motor “quadrado”), agora o pistão tem 60,0 x 55,5 mm, sendo considerado um motor “superquadrado”, que pode atingir maiores rotações. Alie-se isso ao novo cabeçote de quatro válvulas e teremos um motor bem mais potente.

O valor máximo de potência ficou na mesma rotação em relação ao motor anterior (8.500 rpm), mas o torque, que aumentou de 1,38 kgfm para 1,50 kgfm , devido à nova arquitetura passou a ter seu máximo nas 6.500 rpm, 1.500 rpm a mais do que antes. Isso, no entanto, não afetou a dirigibilidade nem a sensação de força em baixas rotações, uma vez que, às 5.000 rpm, onde anteriormente estava alocado o maior torque, no novo motor ele ultrapassa o valor anterior, para depois chegar aos 1,50 kgfm em maior rotação. Tudo isso configura um motor mais moderno e mais eficiente. O novo escapamento mantém a pressão dos gases na saída e isso ajuda ainda mais o torque em baixa.

Na prática, o novo motor do Honda PCX 160 faz com que o scooter tenha a mesma agilidade urbana em baixas rotações com a qual já contava, com a vantagem adicional de ter um desempenho melhorado em rotações mais altas, permitindo um pouco mais de velocidade final, o que dá um alívio em velocidades de cruzeiro, justamente onde o antigo PCX sofria mais.

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Lado a lado, a terceira e a segunda geração do scooter PCX: poucas alterações visuais.

Uma observação visual mais apurada mostra que, apesar das mesmas dimensões, componentes como carenagens e faróis são bem diferentes. Nessa mudança toda, vieram o maior espaço embaixo do banco, mais espaço para os pés do piloto, um porta-objetos maior e com ponto de energia USB interno no anteparo frontal e nova portinhola de abastecimento, agora com local para apoiar a tampa do tanque durante o abastecimento.

O painel de instrumentos é totalmente novo, agora com fundo escuro. Para minimizar reflexos e melhorar a visualização, a tela de cristal líquido ficou menos inclinada.

Na parte eletrônica, o Honda PCX 160 2023 mantém o sistema idling stop, que desliga o motor em paradas de três segundos ou mais, em marcha lenta e com os freios acionados, religando-o imediatamente ao acionar o acelerador. Isso é possível e funciona adequadamente devido ao alternador montado no eixo principal, que faz as vezes de motor de arranque. Para isso, o sistema eletrônico ACG reposiciona o pistão de forma a ter a partida mais rápida e eficiente.

O scooter Honda PCX 160 2023 passa a ter controle de tração HSTC nas versões mais equipadas, limitando destracionamento do pneu traseiro em pisos de baixa aderência. O sistema pode ser facilmente desligado. A chave presencial (smart key), que aciona a chave rotativa que liga a ignição e trava o guidão, abre o banco, dando acesso ao porta-capacete, e aciona o alarma anti-furto, é agora equipamento padrão nas três versões do PCX 160.

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O novo painel de instrumentos tem melhor visualização pelo piloto.

São três as versões do Honda PCX 160 2023, a de entrada PCX CBS, que tem o sistema combinado dos freios, tem a cor cinza e custa R$ 15.460 , a intermediária PCX ABS , que tem sistema antitravamento na roda dianteira, tem a cor branca e custa R$ 17.000 , e a versão PCX DLX , com ABS dianteiro, na cor azul com banco bege e custando R$ 17.400.