Os leitores da coluna certamente já ouviram falar da Caltabiano. O grupo tem décadas de história no mercado de veículos e, para quem aprecia a arte automotiva, sabe também que ao longo desses anos prepararam vários projetos especiais, seja de rua ou de pista. Uma das customizações mais bem-sucedidas, inclusive, chegou a ser adotada pela Ford nos anos 70 e 80. Se trata do acabamento LDO, criado inicialmente pela Caltabiano para um projeto especial. O Ford Galaxie da matéria de hoje mostra exatamente algo do gênero.

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O sedã foi o maior e mais luxuoso veículo já vendido no Brasil. Lançado por aqui em 1967, o Ford Galaxie trazia as características do irmão norte-americano. O primeiro Salão do Automóvel, realizado no Parque do Ibirapuera naquele ano, recebeu os visitantes com essa grande novidade, literalmente falando.

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Mais de cinco metros de comprimento por pouco mais de dois de largura faziam – e ainda fazem – o modelo ser referência de mercado e nostalgia daquele período. Com o tempo foi sendo lapidado para se adequar ao gosto local, voltado sempre para um público que podia pagar caro por ele.

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Mecânica do Ford Galaxie

Ford Galaxie Caltabiano era, e ainda é, sinônimo de luxo, bom gosto e exclusividade
Renato Bellote/iG
Ford Galaxie Caltabiano era, e ainda é, sinônimo de luxo, bom gosto e exclusividade

A suspensão é um de seus pontos fortes. Com molas helicoidais se tornou referência na época e até hoje é algo sem paralelo no mercado. A dirigibilidade macia e as dimensões generosas também fizeram do carro um ícone de estilo e escolha de autoridades e famílias abastadas.

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O modelo desenvolvido pela Caltabiano em parceria com a Ford, em 1975, trazia algo exclusivo para a linha: o motor 302 V8. Vale lembrar que na época o sedã trazia propulsores com 272 e 292 polegadas cúbicas. A opção de 5 litros daria mais vitalidade ao carro. Além disso o interior recebeu o padrão de acabamento da Caltabiano, com destaque para os bancos individuais – o padrão era inteiriço – e rodas de 15 polegadas com tala maior. Tecnicamente também vale destacar a barra estabilizadora na traseira, algo que faz diferença nas curvas, apesar de ser um carro de luxo .

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Para fechar com chave de ouro o câmbio automático dá o toque final de conforto. Na época esse tipo de transmissão não era a preferência do consumidor mas a comodidade explica a riqueza de detalhes do projeto. O ano de 1971 marcaria a chegada do Landau e uma nova fase de luxo para a história do Ford Galaxie . Seu reinado terminou em 1983, com a versão à álcool, mas seu legado continua até os dias de hoje com centenas de fãs espalhados pelo país. Quem foi rei, como diz o ditado, nunca perde a majestade. Semana que vem estaremos de volta falando de outro símbolo de status e luxo: o Chevrolet Omega.

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