Citroën C4 Lounge renovado quer conquistar pelo custo-benefício
Confira as primeiras impressões ao volante do sedã feito na Argentina e que chega ao Brasil a partir de R$ 69.900 na versão para PCD
Por Caue Lira | (de Buenos Aires - Argentina) |
Dar vida a um projeto que já sente o peso da idade é uma tarefa difícil. Quem se viu nessa situação foi a PSA, que precisou renovar Citroën C4 Lounge para deixá-lo mais adequado e competitivo no mercado de sedãs médios. Os principais concorrentes Honda Civic e Toyota Corolla ficaram mais luxuosos com as últimas alterações, enquanto o novo Vokswagen Jetta está com passaporte carimbado para desembarcar no Brasil.
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A solução encontrada pela marca francesa foi acionar o departamento de design - que sempre mandou muito bem, diga-se de passagem - para reestilizar o Citroën C4 Lounge. De acordo com executivos ligados à marca francesa, foram acionados os estúdios de design de São Paulo, Paris (França) e Xangai (China) para que o carro se encaixasse nos moldes globais.
Nem todas as mudanças foram bem sucedidas, como você irá entender no decorrer da avaliação. Mas não dá para negar que a CItroën conseguiu rejuvenescer o C4 enquanto espera por uma próxima geração. A mudança que mais chama atenção é a dos faróis dianteiros, que ficaram maiores e ganharam nova disposição em LED. O time de estilo da Citroën diz que a inspiração para os novos faróis. O para- choque também mudou, assim como o ângulo de ataque que deixa o modelo mais “tropicalizado” aos moldes brasileiros. O novo Citroën C4 irá raspar bem menos a parte de baixo da dianteira no chão na comparação com o modelo anterior, mesmo sem alteração no sistema de suspensão. E caso esteja se perguntando, as belas rodas diamantadas equipam apenas a versão topo de linha, a Shine. Entretanto, na intermediária Feel, o aro também ee de 17 polegadas de diâmetro.
Seguindo a moda dos painéis digitais que até carros compactos estão aderindo, a marca precisou dar um jeito que não foi dos melhores. Além de não ser configurável, a tela que protege o cluster poderia ser menos reflexiva. Durante o dia, você verá o reflexo da parte traseira do volante com as suas mãos, atrapalhando a visão das informações mostradas no quadro de instrumentos.
Não é só isso que atrapalha. O conta-giros agora passa a ser uma barra horizontal que cresce a cada 500 rpm. Isso deixou o sistema meio impreciso. Seu design também não surpreende, uma vez que a novidade tem mais limitações que funcionalidades. Mas vale o esforço, já que a intenção da Citroën é de apenas renovar o modelo.
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A versão Feel traz câmera de ré (dispensando sensor de estacionamento), sistema de navegação por satélite (GPS), bancos revestidos de couro, airbags laterais, sensores que acionam os limpadores de para-brisa e os faróis automaticamente, apoio de braço central traseiro, entre outros. Indo para a topo de linha Shine, a lista inclui airbags de cortina e teto solar elétrico.
Sedã morno, mas com boa central multimídia
Não dá para não ficar um pouco decepcionado com a parte mecânica. A Citroën dispensou qualquer mudança no motor THP Flex, que rende bons173 cv e 24,5 kgfm a partir de meros 1.400 rpm com apenas etanol no tanque. Apesar de potente e divertido de dirigir, as respostas do motor poderiam ser melhores, deixando o C4 ainda mais ágil na cidade. O atraso em atender os comandos do acelerador quando requisitamos um pouco mais de potência incomodou um pouco na estrada. O sistema vem acoplado ao câmbio automático de 6 marchas fabricado pela japonesa Aisin. Todas as versões do C4 Lounge contam com controle eletrônico de estabilidade (ESP) e assistente de partida em rampa. Nessa configuração, o C4 acelera de 0 a 100 km/h em 9,1 segundos. Bom número para um sedã médio que tem a considerável relação entre peso potência de 8,7 kg/cv, o que ajuda a explicar sua agilidade.
O elogiável espaço interno do C4 é outro atrativo do carro. Cinco adultos se acomodam bem, com saídas do ar-condicionado e até tomada de 12V para o banco traseiro. Ponto positivo também para a área envidraçada, que ajuda a manter boa visibilidade, inclusive pelo ângulo de visão dos grandes retrovisores, que podem ser eletricamente rebatíveis na versão topo de linha Shine.
Um novo ponto forte do C4 é a central multimídia. É a mesma utilizada no Peugeot 3008, fazendo com que eu mantenha os mesmos elogios. Rápida, bem responsiva e intuitiva, o sistema ainda é um dos mais bonitos do segmento. Tem GPS integrado, mas na maior parte do tempo você utilizará o emparelhamento de Google Maps e Waze pelo sistema Android Auto.
O Citroën C4 Lounge tem sucesso em sua renovação estética, mas fica devendo na falta de alguns equipamentos na comparação com os principais rivais. A estratégia da marca, agora também comandada por Ana Theresa Borsari da Peugeot, é cativar pelo preço. A versão topo de linha, Shine, custa R$ 102.790 e concorre com os modelos intermediários de Civic, Corolla, Cruze, Sentra e companhia. O valor continua sendo um pouco salgado, uma vez que trata-se apenas de uma reestilização de meia-vida.
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O verdadeiro foco da Citroën, que chegou a roubar a cena até mesmo durante a apresentação da reestilização do sedã, é o SUV C4 Cactus. No segundo semestre, teremos mais um modelo competente concorrendo no segmento que mais cresce no País.
Ficha Técnica
Preço: R$ 102.790
Motor: 1.6, 16V, quatro cilindros em linha, turbo
Potência: 173 cv a 6.000 rpm
Torque: 24,5 kgfm a 1.400 rpm
Transmissão: automática, seis marchas
Suspensão: Independente, McPherson (dianteira)/ eixo de torção (traseira)
Freios: Discos ventilados (dianteiros) / discos sólidos (traseiros)
Pneus: 205/55 R16
Dimensões: 4,62 m (comprimento) / 1,79 m (largura) / 1,50 m (altura), 2,71 m (entre-eixos)
Tanque : 60 litros
Porta-malas: 450 litros
Consumo (gasolina): 10,5 km/l (cidade) / 13,2 km/l (estrada)