Aceleramos a nova geração do Audi Q3, com motor 1.4 TSI de 150 cv

Agora importado, SUV enfim ganha fôlego para enfrentar os principais concorrentes; confira as impressões

Demorou, mas o Audi Q3 finalmente chega ao Brasil com a plataforma MQB; modelo já pode ser encontrado nas concessionárias
Foto: Cauê Lira/iG Carros
Demorou, mas o Audi Q3 finalmente chega ao Brasil com a plataforma MQB; modelo já pode ser encontrado nas concessionárias

Sabe quando o seu time perde o melhor jogador por uma contusão e precisa se virar com o que tem? Essa foi a situação da Audi em 2019. O Q3 fabricado em São José dos Pinhais (PR) já tinha certa idade e precisava de uma renovação urgente. Mas antes da chegada de um novo reforço, a Audi precisou jogar com o Q5, apostando em uma violenta estratégia para conquistar novos consumidores.

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O jeito foi reduzir o preço do SUV maior. Dessa forma, o Q5 que já chegou a custar R$ 384.990 nos pacotes mais abastados (como o Security blindado) passou a ser vendido por R$ 199.990 nas versões de base. A própria Audi já está familiarizada com ofertas agressivas. Quem não se lembra da promoção “A3 por preço de Corolla”, em meados de 2015?

Com a chegada definitiva do Q3, agora em seu “pacote Brasil”, a Audi volta a ter um camisa 10 de respeito para melhorar sua posição na tabela. A fabricante, vale lembrar, caiu bastante no ranking das marcas premium, e precisa se reerguer para enfrentar as outras integrantes do trio de ferro no campeonato alemão.

No primeiro momento, a Audi apostará em três versões, todas equipadas com motor 1.4 turbo de 150 cv de potência e 25,5 kgfm de torque, e câmbio automático de seis velocidades: Prestige (R$ 179.990), Prestige Plus (R$ 189.990) e Black (R$ 209.990). Para o nosso contato com o modelo definitivo, a marca alemã optou pelo pacote mais caro.

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Na comparação com a versão Prestige Plus, o pacote Black acrescenta bancos dianteiros elétricos, teto-solar panorâmico, detalhes em preto no exterior, som premium, rodas de 19 polegadas e sistema de estacionamento automático.

Granfino

Foto: Divulgação
Em contraponto à simplicidade da antiga geração, a Audi não polpou esforços para deixar o Q3 mais requintado

Em novembro do ano passado, tivemos o nosso primeiro contato com o novo Q3 em um pacote diferente do que será comercializado no Brasil. Na Alemanha, ele é vendido com motor 1.5 e câmbio automático de sete velocidades, conjunto mecânico que cairia muito bem no modelo fabricado na Hungria em uma configuração exclusiva para a América Latina.

No resto, o modelo húngaro não deve nada para o alemão. O acabamento do Audi Q3 também deu um verdadeiro salto na comparação com o antigo modelo nacional que, vale lembrar, tinha plástico duro até nas portas dianteiras. A nova linguagem de design da marca caiu como uma luva, com nova central multimídia (agora incorporada ao painel), muitas texturas e um display digital totalmente novo.

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O pacote Black ainda acrescenta a faixa de couro Alcântara na transição do painel para o console, detalhe de acabamento que agrega requinte ao habitáculo. Com regulagens de altura e profundidade no volante, é fácil encontrar a melhor posição para dirigir. A boa ergonomia do SUV chega a lembrar um hatch anabolizado, com os bancos posicionados um pouco abaixo do comum - característica marcante dos modelos MQB.

Quando a Audi anunciou que o Q3 nacional teria motor 1.4 TSI com câmbio automático de seis velocidades, algumas pessoas torceram o nariz - inclusive eu. Este conjunto mecânico vai muito bem no inflacionado T-Cross Highline, mas acaba com o desempenho do Tiguan Allpace mais barato. A história parece diferente no SUV da Audi, onde o casamento entre motor e câmbio se mostra suficiente.

Sim, apenas suficiente, pois apesar de o torque cheio ser entregue em 1.500 rpm, o Q3 não “sobra” no desempenho. De acordo com a Audi, o modelo pode acelerar de 0 a 100 km/h em 9,3 segundos, ficando na média do segmento. Se você estava apreensivo que o Q3 pudesse ter desempenho de Tiguan, é uma boa notícia.

Ele ainda conta com aletas para trocas de marcha atrás do volante para uma condução esportiva que pode ficar ainda mais apimentada no modo dinâmico. O Q3 faz boa leitura do solo, assegurando muita estabilidade em curvas rápidas, mas não chega a passar as irregularidades do terreno para a cabine como o modelo anterior.

De acordo com o Inmetro, o Q3 pode marcar 10,2 km/l na cidade e 12 km/l na estrada, sempre com gasolina.

Foto: Cauê Lira/iG Carros
Se a dianteira é de 'mini-Q8', a traseira preserva as características do modelo anterior

O túnel central alto compromete o espaço de quem vai sentado no meio do banco traseiro, mas pelo menos há saída de ar-condicionado e tomada 12V para os ocupantes que viajam ali. Com 1,84 metro de largura, o espaço para os ombros é adequado. O porta-malas é de 530 litros.

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Falaremos mais sobre o comportamento do Audi Q3 na cidade quando trouxermos o lançamento para a nossa redação ainda este mês, mas a primeira impressão é muito positiva. Resta saber se o modelo voltará a ser protagonista no mercado dos SUVs premium de entrada, pois a Mercedes-Benz já iniciou as movimentações para lançar o novo GLA no segundo semestre de 2020.

Ficha técnica
Audi Q3 Black Edition
Preço: a partir de R$ 209.990
Motor: 1.4, turbo, gasolina
Potência: 150 cv
Torque: 25,5 kgfm
Transmissão: automatizada, seis velocidades
Suspensão: Independente (dianteira), multibraço (traseira)
Freios: discos ventilados (dianteira), discos sólidos (traseira)
Pneus: 235/55 R16
Porta-malas: 530 litros
Consumo: 10,2 km/l (cidade) e 12 km/l (estrada)
0 a 100 km/h: 9,3 segundos