Renault Captur 2022: como anda o SUV com novo motor turbo?
Mecânica renovada é o refresco que o Captur precisava, mas algumas coisas ficaram faltando
Desde a chegada do novo Duster em março de 2020, o Captur ficou deslocado na linha da Renault . Isso porque a segunda geração do SUV compacto se mostrou mais resolvida e moderna, ainda que o Captur fosse mais caro e espaçoso. A marca francesa tinha o objetivo de evitar a “canibalização” entre seus produtos com a renovação do modelo.
O grande diferencial entre os dois será o novo motor 1.3 turboflex, desenvolvido em uma parceria da Renault com a Mercedes-Benz . O conjunto mecânico é importado da Espanha e montado no Captur em São José dos Pinhais (PR). Uma mudança muito aguardada no SUV compacto, que sempre ficou devendo na dirigibilidade.
O antigo motor 1.6 de 120 cv de potência e 16,2 kgfm de torque se mostrava insuficiente para mover o SUV de quase 1.300 kg. Este era o grande pênalti do Captur, que precisava de muito esforço para vencer obstáculos urbanos simples.
Isso mudou com a adoção do novo motor 1.3 turbo que desenvolve 170 cv de potência a 5.500 rpm e 27,5 kgfm de torque a partir de 1.500 rpm. Estamos falando de um ganho de 50 cv de potência e mais de 10 kgfm de torque na comparação com a antiga mecânica. Agora sim!
A mudança fica bem clara ao volante, onde o Captur parece um veículo completamente novo. Há fôlego suficiente para retomadas e ultrapassagens seguras na estrada, bem como capacidade de sobra para enfrentar as subidas mais chatas das grandes cidades.
O diálogo entre o motor e o câmbio CVT que simula oito velocidades é entrosado. O Captur faz reduções rápidas, sem solavancos, e eleva as rotações sem maiores esforços. Segundo a Renault, o SUV pode acelerar de 0 a 100 km/h em 9,2 segundos, número bem abaixo dos 13,1 segundos do modelo antigo.
A Renault teve que recalibrar o acerto de suspensão para suportar o ganho de potência e torque. O Captur se mostra mais rígido que o modelo anterior, com o objetivo de mitigar a rolagem da carroceria em curvas mais rápidas. O balanço vertical continua adequado, como pude comprovar em lombadas e valetas, mas o SUV passou a transmitir mais irregularidades do solo à cabine.
A direção também foi atualizada. Antes o conjunto era eletro-hidráulico, e agora passou a ser apenas elétrico. Infelizmente, isso não implicou na redução do raio de giro do Captur, que continua em 10,9 metros.
Você viu?
Fiquei satisfeito com as atualizações mecânicas do Captur . O SUV, de fato, mudou onde mais precisava. Se antes o modelo deixava a desejar na dirigibilidade, agora temos um veículo super ágil e gostoso de guiar.
Mudanças discretas
Por outro lado, acho que a Renault deveria ter atualizado o interior do Captur . O painel é majoritariamente o mesmo do modelo lançado em 2017, com exceção da nova central multimídia Media NAV Evolution, com Android Auto e Apple CarPlay.
O volante multifuncional foi substituído, mas assim como outros modelos da Renault, não há aproveitamento total dos botões. Os comandos de áudio continuam em um apêndice ao lado da coluna de direção, algo que não me agrada.
O cluster também poderia ser mais interessante. Há uma pequena tela com mostradores digitais de velocidade e computador de bordo – e nada mais.
Com 4,32 metros de comprimento, 1,81 m de largura e 2,67 m de distância entre-eixos, há espaço suficiente para levar quatro adultos e uma criança com conforto. O porta-malas de 437 litros supera o VW T-Cross (420 litros) e Jeep Renegade (320 litros).
Dias melhores
Apesar das mudanças discretas no visual e no pacote de tecnologia, o Renault Captur pode ganhar mais fôlego no mercado em que estava apagado. Ele parte de R$ 124.790 na versão de entrada Zen , passa por R$ 129.490 na versão intermediária Intense e chega a R$ 138.490 na versão topo de linha Iconic .
Se você faz questão de comprar um SUV turbo, acabou de ganhar uma nova opção contra T-Cross , Tracker e HR-V . Fique atento ao site do iG Carros, pois em breve teremos o modelo em nossa garagem para um comparativo.
Renault Captur 2022
Motor: 1.3, quatro cilindros, turboflex
Potência: 170 cv a 5.500 rpm
Torque: 27,7 kgfm a 1.600 rpm
Transmissão: Automática, CVT, oito velocidades
Suspensão: Independente (dianteira) / eixo de torção (traseira)
Freios: Discos ventilados na dianteira e tambores na traseira
Pneus: 215/60 R17
Dimensões: 4,33 m (comprimento) / 1,81 m (largura) / 1,62 m (altura), 2,67 m (entre-eixos)
Tanque : 50 litros
0 a 100 km/h: 9,1 segundos
Vel. Max: 190 km/h