Não é exagero dizer que o Fiat Pulse é o lançamento mais esperado do ano. Ele marca a entrada da fabricante que mais emplaca carros no Brasil no segmento que mais vendeu nos últimos 5 anos. Logo, estamos falando de um SUV que chega às concessionárias cheio de expectativas, com a promessa de ser um dos líderes da categoria dos utilitários compactos.
Produzido em Betim (MG), o Fiat Pulse chega às lojas nas versões Drive 1.3 manual (R$ 79.990), Drive 1.3 CVT (R$ 89.990), Drive 1.0 Turbo (R$ 98.990), Audace 1.0 Turbo (R$ 107.990) e Impetus 1.0 Turbo (R$ 115.990). Seu grande rival será o Volkswagen Nivus .
Na linha Fiat, além de ser o primeiro SUV compacto, o Pulse também marca a estreia do motor 1.0 turbo que atende pela nomenclatura T200. Também feito em Betim (MG), gera até 130 cv e 20 kgfm de torque, aliado ao também novo câmbio automático do tipo CVT, que simula sete marchas.
Este é o motor que irá substituir o longevo 1.8 E.torQ nas linhas Fiat e Jeep , uma vez que a unidade não atende mais aos critérios determinados pelo Proconve 7 - que passam a valer em janeiro de 2022.
No caso do Pulse , temos hastes atrás do volante para facilitar trocas de marcha, além de três modos de condução que podem deixar o veículo mais econômico ou melhorar o desempenho. Falaremos da dirigibilidade mais à frente.
Estrutura
O Fiat Pulse tem 4,10 m de comprimento, 1,58 m de altura, 1,78 m de largura e 2,53 m de entre-eixos. O porta-malas de 370 litros fica devendo espaço na comparação com o VW Nivus, que tem 415 litros de capacidade.
Há espaço para levar quatro adultos e uma criança, mas passageiros mais altos ficam no limite de raspar a cabeça no teto no banco de trás. Tenho 1,84 m de altura e achei o espaço para os meus joelhos adequado para a categoria do Pulse.
O acabamento do carro é bom, apostando em boa variedade de materiais e um design sofisticado. Na parte de tecnologia , a central multimídia tem layout bem interessante e algumas funcionalidades inéditas no mercado. Dá até para fazer um pedido no McDonalds sem falar com ninguém.
A versão mais cara tem sistema de iluminação em LED, cluster digital com tela de sete polegadas e sistema de assistência ao condutor (ADAS) com frenagem de emergência.
Brilha, CVT
Para o nosso primeiro contato com o veículo, a Fiat separou as duas versões mais caras, Audace e Impetus. Ambas utilizam a mesma mecânica, diferenciando apenas o pacote de equipamentos. Portanto, tudo que vale para uma acaba sendo aplicado à outra.
O Pulse chega ao mercado no momento em que motores 1.0 com turbocompressores atingiram um ponto elevado de maturação. Ele só tem uma diferença na comparação com as fabricantes tradicionais: o câmbio CVT.
Neste ponto, ele se assemelha ao Chery Tiggo 3X , que também tem motor 1.0 turbo e transmissão continuamente variável. Mas ainda nos primeiros segundos ao volante, percebo que o Pulse é bem diferente do modelo chinês.
Para começar, o motor 1.0 turbo é o mais potente da categoria, superando os 128 cv de potência do VW Nivus por apenas 2 cv. O torque dos modelos é basicamente o mesmo, na faixa de 20 kgfm.
Modelos com câmbio continuamente variável não contam com engrenagens na transmissão a fim de garantir eficiência máxima. Uma forma que a Toyota
encontrou para mitigar essa característica foi a instalação de uma primeira marcha na transmissão do Corolla
, usada apenas para o deslocamento inicial. Mesmo sem contar com um sistema semelhante, a Fiat divulga que o Pulse pode acelerar de 0 a 100 km/h em 9,4 segundos.
O motor 1.0 turbo vai muito bem neste sentido. Por entregar o torque máximo em rotações mais baixas, o Pulse é espertinho e ágil na cidade. A simulação de sete marchas até faz esquecer que estou dirigindo um carro com câmbio CVT.
Perde e ganha
O Pulse demonstra muito vigor para efetuar retomadas, vencer aclives e encarar off-road leve. Apesar de ser um modelo 4x2, a Fiat utilizou a experiência da Jeep para entregar um carro versátil – que pode encaixar bem tanto na rotina de quem vai utilizá-lo diariamente para ir ao trabalho, quanto de pessoas que curtem ir para a chácara aos finais de semana.
O balanço horizontal da suspensão é totalmente voltado para o conforto na cidade. Sabemos como o asfalto brasileiro é judiado. Entretanto, este arranjo acaba sacrificando a dirigibilidade em velocidades mais elevadas , com a carroceria rolando para o lado oposto em curvas rápidas.
Conclusão
Não há motivos para desacreditar que o Pulse será líder na categoria dos SUVs em 2022. A Jeep já tem amplo domínio do segmento, e a chegada de um novo produto da Stellantis eleva as expectativas sobre seu desempenho no mercado.
A Stellantis posicionou o Fiat Pulse numa categoria abaixo do Jeep Renegade, para evitar a chamada "canibalização". Sendo assim, o Pulse irá disputar com VW Nivus, enquanto o Renegade continua na luta contra VW T-Cross e Honda HR-V . Em breve, teremos estes modelos em nossa redação para um veredito.
Vale lembrar que o Fiat Pulse ainda não foi submetido aos testes do Latin NCAP, mas a fabricante está confiante de que o carro tem todos os atributos para sair com cinco estrelas nas duas categorias.
Ficha Técnica
Fiat Pulse
(Audace e Impetus)
Motor: 1.0, turboflex
Potência: 130 cv
Torque: 20 kgfm
Transmissão: CVT, simulando 7 velocidades
Freios: discos ventilados (dianteira), discos sólidos (traseira)
Proporções: 4,10 m de comprimento, 1,58 m de altura, 1,78 m de largura e 2,53 m de entre-eixos
Porta-malas: 370 litros