Um cupê dos sonhos
Além da beleza, o novo Continental GT é confortável, luxuoso e muito potente
por Marcelo Palomino
Autocosmos.com/Chile
Exclusivo no Brasil para Auto Press
O Continental GT é um dos carros de maior sucesso da Bentley. O modelo conquistou uma boa fatia desse restritíssimo mercado não só pelo seu alto nível de luxo e desempenho, mas principalmente pelo belo design. Um cupê que exala elegância e esportividade como poucos modelos no segmento de luxo extremo. Ainda mais na variante de alto desempenho apropriadamente chamada de Speed.
Este ano foi lançada a quarta geração do modelo, tanto nas variantes cupê e conversível, como também na versão Speed, com o objetivo de reforçar o seu posicionamento como um grand tourer de alta performance com um comportamento excepcional. E alinhando-se com os novos tempos, estreou um trem de força híbrido chamado Ultra Performance Hybrid, que é retirado diretamente da Porsche.
A base deste novo trem de força é um motor 4.0 litros V8 Twin Turbo do Grupo Volkswagen, que gera 600 cv de potência. Ele é acoplado a um motor elétrico que oferece 190 cv e 45,9 kgfm adicionais. O sistema como um todo oferece 782 cv de potência e 102,0 kgfm de torque, tornando-se o Bentley de rua mais potente lançado até hoje. Com isso, a aceleração de zero a 100 km/h é de 3.2 segundos, enquanto a Bentley anuncia que até 859 km podem ser percorridos com um único tanque de gasolina (obviamente, em um modo de condução muito eficiente). Esse GT de 2.459 kg promete uma autonomia 100% elétrica de 81 km no ciclo WLTP (57 km pelo ciclo InMetro), graças à nova bateria com 25,9 kWh de capacidade.
A transmissão é a PDK da Porsche, automática de dupla embreagem e 8 velocidades com o motor elétrico alojado na caixa de câmbio. Isso é combinado com um sistema inteligente de tração nas quatro rodas, que distribui seletivamente a potência em cada eixo para melhorar o desempenho sistemas dinâmicos como controle de vetorização de torque, diferencial traseiro esportivo, eixo traseiro autodirecional e distribuição de peso de 49/51.
O modelo recebeu o chassi batizado de Bentley Performance Active Chassis, que na verdade é a Plataforma MSB do Porsche Panamera, já usado na geração anterior do Continental GT. O chassi é integrado a um sistema de suspensão ativa, que usa motores de 48V para minimizar as transferências de peso nas acelerações, frenagens e mudanças de direção, o que aumenta substancialmente a estabilidade. Os amortecedores são de câmera dupla, que podem privilegiar o conforto ou o controle na condução esportiva e algumas configurações entre um e outro.
Quanto ao design exterior, ainda é um dos carros mais bonitos do mundo, embora tenha uma boa dose de subjetividade nessa avaliação. O estilo desta quarta geração acentua ainda mais as linhas mestras do modelo, com para-lamas traseiros alargados, grande grade frontal separando os faróis redondos, linha de cintura alta e uma curvatura do teto perfeita.
Por dentro, é um carro muito bem trabalhado e bem cuidado na construção e que se preocupa como poucos com os detalhes. O interior é inspirado no setor da moda, mas acrescenta uma série de atributos tecnológicos exigidos pelo mercado. A porta é enorme e os assentos são estilo poltrona, focados em serem confortáveis e macios. Eles têm 20 configurações diferentes (elétricas, obviamente) e integram um programa chamado Wellness, que busca a melhor postura sentada e oferece uma série de tipos de massagens.
A sensação de luxo não está tanto no interior e é possível até encontrar alguns plásticos que parecem não combinar com o todo. Mas todas as zonas de toque são impressionantes, com uma bela combinação de tons azulados nesta Primeira Edição avaliada na Califórnia. É definitivamente um carro bem construído e de materiais selecionados.
Como de costume, a tela multimídia de 12,3 polegadas fica oculta no painel, coberta por uma guarnição com três elegantes relógios quando desligada. O cluster também é digital e configurável, e há conectividade sem fio com telefones. Como um bom esportivo europeu, não há muitos lugares para deixar objetos, mas há o suficiente para um uso normal. Já a posição de condução é baixa e muito esportiva.
Impressões ao dirigir
O melhor dos mundos
A versão Speed usa o mesmo sistema híbrido presente no Porsche Panamera Turbo S E-Hybrid. E embora o modelo alemão seja mais esportivo do que o britânico, o Continental GT leva vantagem pelas sensações que gera. O ótimo som dos escapamentos, a sensação de equilíbrio e agilidade e o comportamento em alta velocidade.
O Continental GT híbrido não é exatamente leve. Pesa quase 2,5 toneladas, mas a verdade é que é preciso forçar muito para que o peso faça a carroceria rolar. É muito ágil de dirigir e extremamente rápido na aceleração, mas pode ser controlado com enorme facilidade. Para parar esse grande peso, o cupê possui freios grandes que fazem seu trabalho admiravelmente, com pinças de 10 pistões na frente, o que permite ganhar muito em suavidade, consistência e capacidade. Talvez se sua maior graça seja essa: conforto e usabilidade no dia a dia com máxima esportividade nas estradas.
Por ser um híbrido plug-in, a partida pode ser no modo elétrico puro. O V8 só é ativado quando o acelerador é pressionado com força ou uma certa velocidade é ultrapassada no modo híbrido. Quando entra em ação, um enorme fluxo de potência e capacidade de aceleração se faz presente. Esse Bentley é rápido partindo do zero e é rápido em recuperações de média para alta velocidade. E pode até muito rápido: 330 km/h.
O Continental GT Speed tem a mesma arquitetura de suspensão, mas estreia amortecedores com novas câmaras de ar, melhorando o conforto de condução na cidade, o isolamento do que acontece sob as rodas e uma excelente qualidade de condução no manuseio esportivo. Há uma sensação de equilíbrio, as rodas mordem bem e é capaz de dobrar muito mais do que o esperado para o seu peso. A melhor descrição deste modelo é simples: um carro de alto luxo para altas velocidades.