A Poer quer briga

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A Poer quer briga
Foto: Eduardo Rocha
A Poer quer briga

Carga de expectativa

GMW quer entrar na disputa das picapes médias com a tecnológica Poer

por Jorge Beher

Autocosmos.com/Chile

Exclusivo no Brasil para Auto Press

A GWM esperou o momento propício na trazer a Poer para o Brasil. A marca aguardou que a picape média, lançada mundialmente em 2021, passasse pelo pequeno facelift previsto para a linha 2025 e ganhasse uma versão com o motor turbodiesel 2.4, mais forte que o anterior 2.0. Afinal de contas, o mercado brasileiro absorve primariamente modelos diesel, cabine dupla e automático. O obstáculo que a marca chinesa terá de enfrentar é que este propulsor rende 181 cv, o que é considerado pouco no Brasil. A própria Fiat Titano acaba de trocar seu motor para alcançar a cabalística potência de 200 cv – Toyota Hilux, Chevrolet S10, Ford Ranger e Mitsubishi Triton até passam disso.

As dimensões da Poer são típicas do segmento. Ela tem 5,42 metros de comprimento, 1,95 m de largura e 1,89m de altura. A distância entre eixos é de 3,23 m, com altura livre para o solo de 22,7 cm. A capacidade de carga é de 1.050 kg, com capacidade de reboque de 750 kg (2.500 kg com freio). Já o motor turbodiesel de quatro cilindros não acompanha os rivais. Ele rende 181 cv de potência e 49 kgfm de torque e é gerenciado por um câmbio automático de nove marcha. A transmissão tem modos 4X2, 4X4, 4X4 reduzida. A Poer ainda conta com controle de descida, bloqueio do diferencial traseiro e três modos de condução: Eco, Normal e Sport.

O visual que estreia no Brasil foi renovado e as mudanças atingiram basicamente a frente do modelo. A grade ficou menor, com uma grossa moldura cromada trapezoidal externa e duas molduras cor de chumbo retangulares internas. O para-choque foi redesenhado, com os clusters dos faróis de neblina interligados por um sulco e uma placa de proteção em prata. A iluminação é em led.

De perfil, a diferença fica nos alargadores das caixas de roda, que ganharam sulcos na parte superior, e nas rodas em si, com um novo desenho. Na traseira, a tampa traz em alto relevo o logotipo GWM em letras garrafais o logotipo GMW e o para-choque ganhou faixas reflexivas mais discretas. Na versão vendida no Chile, a tampa traseira conta com uma pequena escada escamoteável na parte superior que facilita o acesso à caçamba – equipamento que não deve ser oferecido inicialmente no Brasil.

O interior também foi renovado. A cabine do Poer Plus 2.4 parece muito próxima à de um SUV – as marcas chinesas têm impressionado bem nesse aspecto, o que tem forçada as marcas ditas ocidentais a melhorar seus acabamentos. O design valoriza o grande console horizontal, com duas telas flutuantes, e traz um console central alto, onde há uma alavanca tipo manete aeronáutico para a transmissão automática. A qualidade percebida é alta para uma picape média e isso trai a vocação de veículo utilitário a favor de um uso mais familiar e recreativo.

A versão de topo da Poer, que deve estrear a linha no Brasil, traz equipamentos de conforto como chave presencial para ignição e travas, compartimento de armazenamento refrigerado, carregador sem fio, vidros e retrovisores elétricos, retrovisor interno eletrocrômico e teto solar. O painel digital tem 7 polegadas e a central multimídia tem tela de 12,3 polegadas. A interface é bem amigável, com conexão sem fio e câmera 360°. Em relação à segurança, a versão traz seis airbags e recursos ADAS, como farol alto automático, leitor de placas de velocidade, controle de cruzeiro adaptativo, alerta de colisão frontal e traseira, manutenção e centralização de faixa, entre outros.

Até agora, a GWM não definiu o preço da Poer, mas não tem muito como fugir de ficar um pouco abaixo dos preços praticados pelos modelos mais tradicionais com conteúdo semelhante, algo em torno de R$ 300 mil. O que está confirmado é que a marca chinesa pretende ampliar a gama com a versão híbrida da linha, que combina um motor 2.0 a gasolina com um propulsor elétrico, que geram 351 cv e com isso bater de frente também com a BYD Shark.

Impressões ao dirigir

Morde e assopra

A Poer tem uma personalidade utilitária, quanto traz bancos um pouco duros e sem apoio lateral, o que penaliza o conforto em viagens mais longas. Por outro lado, na versão de topo, chamada de Deluxe no Chile, eles são revestidos em couro ecológico, têm ajustes elétricos e aquecimento – recursos que aproximam a picape da GWM de um SUV. Em muitos detalhes há esse ponto e contraponto. A resposta do motor é notável, com um impulso bem decidido e preciso, mas não tem agressividade. E mesmo sendo um turbodiesel, tem uma grande elasticidade proporcionada pela caixa de nove marchas.

O mais criticável talvez seja a sensação do pedal do freio, um pouco esponjoso demais. No mais, trata-se de uma picape equilibrada, com potencial para se mover em estradas em mau estado e com bom comportamento no asfalto. Para o off-road, a Poer traz apenas um botão para ativar a redução da transmissão; todo o resto é gerenciado automaticamente pela central eletrônica. O câmbio pode, por exemplo, usar a segunda marcha para arrancar, no caso a primeira seja muito curta para a ocasião, como com um piso muito escorregadio.

O volante em si tem algumas particularidades pouco práticas. Ele traz um comando de controle de cruzeiro escondido atrás do volante e é preciso pressionar longamente o botão OK para ativar o controle de cruzeiro. Uma particularidade é que o miolo do volante é formado pelo emblema da marca em tamanho gigante. Este volante é feito de couro, conta com paddle shifts e é aquecido.

Na frente, os ocupantes contam com um ótimo espaço e o banco traseiro é capaz de acomodar bem três adultos, embora o passageiro do meio conte com um encosto de formato ruim por conta do apoio de braços escamoteável. De qualquer forma, é uma das picapes cabine dupla mais espaçosas do segmento ou, pelo menos, uma das que permite uma postura mais natural. O banco traseiro ainda pode ser levantado, para ampliar o espaço para acomodar objetos fora de vista, o que é bastante prático.

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