Nem lá, nem cá

Ford Bronco Sport 2025 com mudanças sutis fica a meio caminho entre crossovers e off-road raizThe post Nem lá, nem cá appeared first on MotorDream.

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Foto: Eduardo Rocha
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Lugar incomum

Ford Bronco Sport fica no meio do caminho entre crossovers e off-road raiz

por Hernando Calaza

Autocosmos.com/Argentina

Exclusivo no Brasil para Auto Press

Quando os SUVs começaram a ganhar importância nos mercados, um dos pontos que era mais relevante dizia respeito à transmissão e sistema de tração. Ao longo dos anos, os SUVs foram domesticados. Ou seja: passaram a ser mais exigidos pelo seu comportamento no asfalto do que no fora de estrada. Em suma: se tornaram crossovers, apesar de manter o rótulo de SUV. Hoje os SUVs substituem sedãs, minivans e peruas. Quando tudo vira a mesma coisa, é preciso se diferenciar. Para isso, a Ford buscou no passado a marca Bronco. Mas mesmo assim, criou dois níveis de diferenciação: uma gama pensada para off-road pesado, chamada apenas Bronco, e outra para off-road leve, mas mais robusto que um crossover, chamada Bronco Sport. É esse que está recebendo uma pequena atualização para a linha 2025.

A primeira gama não é trazida para o Brasil, enquanto a segunda é trazida, mas apenas com motor 2.0 e não tem maiores repercussões no mercado. Na Argentina, o Bronco Sport chega também na versão 3.0 V6, que é bem mais poderoso. Talvez pobreza de oferta se reflita nas vendas fracas no Brasil – em 2024 ficaram na média de 190 unidades/mês, menos até que o malsucedido Ford Territory.

Na linha 2025, a versão que era trazida até aqui, Wildtrack, saiu de linha para a entrada da Badlands. Além do adesivo lateral, as mudanças mais notáveis são a chapa de proteção em metal, com dois ganchos de reboque em forma de U. Muda ainda a moldura da grade e a parte inferior do para-choque, com luzes de neblina mais baixas. As rodas ganharam novo design. No mais, tudo como antes.

Por dentro, há mudanças mais relevantes. Além das alterações inóquas, como cores de estofamento, altera ainda o revestimento na área do seletor de marchas e adiciona uma alça para o passageiro. Mais acima, os comandos de controle climático desaparecem e entra uma nova tela, maior. A Ford decidiu usar o mesmo modelo aplicado no, aí sim, crossover Kuga, e a encaixou de forma desajeitada. As saídas de ar, que ficavam nas laterais, foram empurradas para baixo da nova tela.

A nova central multimídia tem 13,2 polegadas e tem um navegador interno. Espelha Android Auto e Apple Carplay, e pode ser usado em tela dividida, o que permite acionar os comandos do som ou do ar sem ter de abandonar o mapa. O painel de instrumentos agora é digital, com 12,3 polegadas, e adiciona informações dependendo do modo de condução que você usa. Um detalhe: mesmo usando o Maps ou o Waze, ele coloca as direções no painel de instrumentos.

A versão Badlands inclui bancos dianteiros em couro, aquecidos, com ajustes elétricos e memórias para o do motorista. O volante é aquecido, a chave é presencial para travas e ignição, teto solar normal, carregador sem fio, câmera 360º e som assinado pela B&O, entre outros equipamentos. Na parte de segurança, são nove airbags, incluindo laterais traseiros e joelhos do motorista, e um pacote ADAS com itens como piloto automático adaptativo com stop and go, e monitoramento de faixa, alerta de colisão com frenagem autônoma inclusive em marcha ré, assistente de manobras evasivas, farol alto automático, piloto automático off-road com função One Pedal Drive, monitoramento de ponto cego e alerta de tráfego cruzado.

O Bronco Sport hoje se encaixa mais no subsegmento C-, ou médio-compacto, do que no médio puro. E isso é perceptível espaço dos bancos traseiros. As comodidades incluem o apoio de braço, saídas de ar, portas USB C, bem como bolsas com zíper e ganchos nos encostos e bolsos nas laterais dos bancos dianteiros.

O porta-malas é um pequeno, principalmente por causa do piso alto, mas é prático e inclui uma prateleira dobrável. No fundo, há um pneu em roda de ferro de marca diferente das demais, apesar de ser do mesmo tamanho. Pequenas economias.

Impressões ao dirigir

Quase radical

Antes de movimentar, chamam a atenção a posição alta de dirigir, o assento macio, o volante bem acolchoado, com um bom ajuste na altura e profundidade e um tamanho confortável. A visibilidade traz as limitações típicas de um carro moderno com cintura alta e pilares grossos. O espelho do lado do motorista é plano e tem reduzido campo de visão. O melhor panorama está na frente, com um para-brisa pouco inclinado para os padrões atuais e o capô com as duas elevações centrais, que remete ao clássico Bronco, mas atrapalha a visibilidade em manobras.

Uma vez acionado o motor 2.0 turbo Ecoboost de quatro cilindros a gasolina, ficam disponíveis de 253 cv e 380 Nm (38,7 kgfm), associado a uma caixa de câmbio automática de oito velocidades com paddle shifts no volante. A tração nas quatro rodas é on demand, com bloqueio do diferencial central e traseiro e há sete modos de condução. A altura livre para o solo é de 20,8 cm, com ângulo de ataque com 30º e 26,7º na saída. A capacidade de travessia em água é de 60 cm.

Todo esse mecanismo e mais a estrutura do modelo resultam em um peso de 1.843 kg, o que sacrifica o comportamento do Bronco Sport, que faz de zero a 100 km/h em 8,3 segundos. A versão anterior, Wildtrack, oferecia maior conforto de rodagem, enquanto a Badlands tem um acerto de suspensão mais firme e seco. A direção é precisa e os freios são bem calibrados. O conjunto do motor da caixa de câmbio funciona bem, com aceleração responsiva e mudanças sutis.

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