
Híbrido de amplo espectro
Nova geração do Subaru Forester ganha em estética e se aprimora no off-road
por Mauricio Juárez
Autocosmos.com/México
Exclusivo no Brasil para Auto Press
A imagem da marca Subaru está associada à ideia de robustez e aventura. Durante décadas, a marca japonesa colocou uma ênfase clara em ter produtos confortáveis, seguros e práticos, além de serem capazes de ir além da média – muitos especialistas consideram os modelos os mais bem construídos no planeta. Essa fama foi obtida principalmente nas provas de rally, onde a versão de competição do Impreza WRX sobrava na turma. E se manteve mesmo no segmento de SUVs, como é o caso do Forester, que acaba de chegar à América do Norte em sua sexta geração – no Brasil, ainda é vendida a versão de quinta geração por R$ 253.900.
A sexta geração deste crossover é marcada por uma mudança visual bem evidente, bem diferente do que ocorreu na transição entre a quarta e a quinta gerações. O SUV médio agora tem traços mais limpos e sóbrios, possivelmente para evitar a rejeição estética que sofria, com as linhas duras e deslocadas da moda, e assim atingir uma base maior de pessoas em diferentes mercados.
A frente ficou mais simples e quadrada, com menos linhas de expressão. Os faróis desceram para a linha intermediária do para-choque, logo abaixo da assinatura luminosa composta por duas linhas de led. Entre os dois conjuntos, ficam uma guarnição e a grade em preto brilhante. A traseira, também simples, é composta por duas lanternas em forma de gota interligadas por uma barra também em preto brilhante. De perfil, a lateral é lisa, com protuberâncias na altura dos para-lamas e um vinco musculoso na base das portas. As formas são as tradicionais de todos os SUVs.
Em relação às dimensões, o Forester se manteve posicionado como um SUV médio-compacto para os padrões brasileiros – como o Jeep Compass ou Toyota Corolla Cross. Ele tem 4,66 metros de comprimento, 1,83 m de largura, 1,70 m de altura e um entre-eixos de 2,67 m. O porta-malas tem capacidade de 508 litros com os bancos traseiros na posição normal.
A Caoa, representante da marca no Brasil, costuma trazer apenas a versão híbrida do modelo, o que não deve mudar. Nesse caso, terá sob o capô um motor 2.0 litros e-boxer aspirado de quatro cilindros, capaz de gerar 153 cv de potência e 25,3 kgfm de torque – um pouco acima dos 150 cv e 19,8 kgfm do modelo de quinta geração. Na América do Norte, o modelo é equipado também com um motor boxer aspirado de quatro cilindros, mas com 2.5 litros, que gera 184 cv e os mesmos 25,3 kgfm de torque.
Ambos trabalham em conjunto com um sistema híbrido leve, com motor elétrico, que só entra em momento críticos para aumentar a disponibilidade de torque e é capaz de movimentar o SUV em modo elétrico somente até 40 km/h. A força do motor é distribuída pelas quatro rodas no sistema simétrico da marca através de um câmbio CVT de sete marchas pré-programadas.
A Subaru tem se caracterizado por designs de interiores bastante conservadores. A justificativa é que a marca está mais preocupada com durabilidade, ergonomia e utilidade ao longo da vida útil do produto do que com a estética da moda. Os acabamentos trazem uma mistura equilibrada e lógica entre materiais macios e duros. Ele traz uma tela central vertical de 11,6 polegadas compatível com Apple CarPlay e Android Auto sem fio. A central é complementada com um sistema de áudio Harman/Kardon com 6 alto-falantes e subwoofer.
A cabine é bem confortável e espaçosa para o segmento e conta ainda com ar-condicionado automático dual-zone, carregador de celular sem fio, bancos em couro com ajuste elétrico na frente e memórias para o motorista, teto panorâmico e retrovisor eletrocrômico. Ele traz oito airbags, câmera 360° e também o conjunto de assistência avançada à condução da marca, chamado de Eyesight 4.0, composto por alerta de colisão com frenagem autônoma de emergência, monitor de ponto cego, manutenção de faixa, controle de cruzeiro adaptativo, entre outros.
O Subaru Forester de sexta geração baseia-se na plataforma Subaru Global Platform, a mais recente da marca, que se caracteriza por um bom reforço na rigidez torcional e a capacidade de se receber novas tecnologias e melhorias. A suspensão é independente em ambos os eixos e o trabalho de distribuição de torque é simplesmente um dos melhores da indústria automotiva. O Forester está longe de ser tão simples e incapaz quanto a grande maioria dos SUVs do mercado. O mesmo comparado a modelos com AWD, nenhum tem um gerenciamento de tração tão eficaz quanto o da Subaru.
Impressões ao dirigir
Singularidade de marca
Durante a avaliação, o Forester se destacou pela ótima calibração da suspensão, tanto no asfalto quanto no fora-de-estrada, onde o suporte claro e direto do sistema de tração transmite segurança e deixa a condução sempre confortável. Mesmo absorvendo bem as irregularidades, o SUV não rola nas curvas e mantém uma boa comunicação entre rodas e volante.
Em terra, areia solta e cascalho, o conjunto filtra muito bem e dissipa as vibrações de maneira excelente. Apesar de todo esse abuso, nenhum elemento estrutural rangeu ou vibrou. A inclusão do sistema de câmera 360° ajuda muito a monitorar bem as condições da estrada, mesmo em ângulos difíceis. Da mesma forma, para descer encostas íngremes, o assistente de descida controla muito bem a velocidade para descer sem contratempos.
A maioria dos SUVs híbridos do segmento conta apenas com tração dianteira. Quando oferece tração AWD, em geral é o motor elétrico quem fica responsável por mobilizar o eixo traseiro por conta própria. Ou seja: sem conexão física com a caixa de câmbio. É simplesmente um motor que detecta eletronicamente o quanto pode enviar para aquele eixo traseiro. No Forester, tanto o gerador quanto o motor elétrico estão conectados à caixa de transmissão. Isso dá uma maior versatilidade ao sistema de tração, que tem maior eficiência para enfrentar situações de baixa aderência.