Ferrari 849: um híbrido malvado

Ferrari 849 Testarossa recorre à tradição para suceder a SF90 Stradale com mais potênciaThe post Ferrari 849: um híbrido malvado appeared first on MotorDream.

Ferrari 849: um híbrido malvado
Foto: Eduardo Rocha
Ferrari 849: um híbrido malvado

Eletrificação com má intenção

Ferrari 849 Testarossa recorre à tradição para suceder e superar a SF90 Stradale

por Eduardo Rocha

Auto Press

Há uma corrida nada silenciosa entre várias marcas com prestígio no universo esportivo para ultrapassar a barreira dos 1 mil cv. Antes das tecnologias híbridas, era preciso uma verdadeira usina térmica sob o capô para alcançar esse nível de potência. Agora, esse segmento está cada vez mais povoado e está tão consolidado que já está havendo até uma troca de gerações. É o caso do Ferrari 849 Testarossa, que chega para substituir o SF90 Stradale.

O design do 849 Testarossa, concebido pelo Centro de Estilo da Ferrari, marca uma mudança em relação ao Stradale. Ele mescla referências históricas, como os protótipos de corrida dos anos 1970, com uma abordagem futurista e geométrica, com a carroceria otimizada para a aerodinâmica. A frente em cunha acentuada, traz uma faixa escura onde se ocultam os conjuntos óticos dão personalidade ao modelo. O aerofólio dianteiro é tão pronunciado e que parece uma asa de modelos de competição.

Os flancos da carroceria direcionam o fluxo de ar para os intercoolers, e o para-choque dianteiro, com um design mais quadrado, aponta o fluxo para os radiadores. A traseira traz uma cauda dupla inspirada no 512 S, além de ser um elemento estético, contribui para o downforce. O difusor de grandes proporções no centro do para-choque traseiro reforça a identidade de desempenho. Esses elementos foram mantidos mesmo na versão conversível.

Por dentro, o habitáculo adota um layout que equilibra o estilo de um cockpit de monoposto com a ergonomia de um painel digital horizontal, com o conta-giros em destaque. O volante, com botões mecânicos para quase todas as funções, inclusive para a ignição, dá total controle ao motorista e evita a tendência de interfaces puramente digitais. Um arco envolve a posição do piloto e engloba o câmbio, composto por três pequenas alavancas deslizantes para definir as marchas. A central multimídia tem os comandos em uma pequena faixa no console frontal, à frente do carona.

O 849 Testarossa é animado pelo mesmo motor 4.0 V8 biturbo, da Stradale, mas agora entrega 50 cv a mais, chegando a 830 cv, por conta principalmente de nova turbinas maiores. Essa mudança, em conjunto com a revisão completa de componentes como cabeçotes e coletores de escape, aumentou a potência e otimizou a resposta do motor.

O sistema híbrido, composto por três motores elétricos, praticamente não sofreu alterações e manteve o adicional de 220 cv, resultando em uma potência total de 1.050 cv, com 85,9 kgfm de torque. Essa configuração permite tração nas quatro rodas sob demanda e vetorização de torque, melhorando a tração e o controle em diversas condições de pilotagem. Com esse conjunto, o Ferrari 849 faz de zero a 100 km/h em 2,3 segundos, zero a 200 km/h em 6,4 segundos e tem máxima acima de 330 km/h.

Além disso, para aprimorar ainda mais a experiência ao volante, o 849 Testarossa recebeu um controlador ABS Evo, que melhora a precisão e consistência da frenagem. Ganhou ainda uma cauda dupla na traseira e um sistema de aerodinâmica ativa, com um spoiler traseiro redesenhado, que aumenta downforce e garante maior estabilidade e aderência em alta velocidade. O mais inovador, no entanto, é o Ferrari Integrated Vehicle Estimator, ou FIVE.

O FIVE é um sistema que cria digitalmente um veículo gêmeo em tempo real para prever as reações do carro real milissegundos antes que elas ocorram efetivamente. Dessa forma, o equipamento se antecipa e atua nos controles dinâmicos, como estabilidade, tração, ABS e e4WD, para evitar qualquer perda de controle. Basicamente, os sensores se baseiam na força G, no ângulo de esterço, na velocidade individual das rodas e no ângulo de guinada. Segundo a Ferrari, mesmo para motoristas menos hábeis vão poder usufruir da agressividade de seu hiperesportivo.

O Ferrari 849 Testarossa se posiciona no topo do mercado de superesportivos híbridos plug-in e chega para assumir o lugar do consagrado SF90 Stradale, elevando a potência e as capacidades dinâmicas. Os hiperesportivos híbridos que concorrem diretamente são o Lamborghini Revuelto, de 1.015 cv, e o Aston Martin Valhala, de 1.012 cv, que têm preço em torno de US$ 800 mil ( puco mais de R$ 4 milh”oes), que é um valor próximo ao estimado para o Testarossa. O novo Ferrari, no entanto, se diferencia nesse povoado ínfimo segmento por um elemento fundamental: a tradição que construída em quase 80 anos de história.

The post Ferrari 849: um híbrido malvado appeared first on MotorDream .