VW Golf GTI 2019: a lenda do único esportivo do segmento no Brasil
Versão ganha potência e fica mais sofisticada como um oásis para quem curte dirigir, no meio de um deserto de SUVs
Por Carlos Guimarães |
Já dissemos aqui, quando avaliamos pela primeira vez o Golf GTI, no ano passado , que esse carro é o único hatch médio esportivo que sobrou no Brasil hoje em dia. Agora, a raridade recebe uma série de aperfeiçoamentos e fica ainda mais potente para deleite de quem não abre mão do prazer ao dirigir. Entre as mudanças, destaca-se o quadro de instrumentos digital e configurável, de acordo com o gosto do freguês. Há também retoques no desenho e 10 cv a mais no motor 2.0 turbo, que chega nos 230 cv declarados.
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Assumir o volante do Golf GTI (a partir de R$ 143.790) é uma oportunidade rara em um “mar” de SUVs. Nada como sentar no banco do motorista e saber que você vai dirigir um carro cujo vão livre do solo é de 14,6 cm e não os mais de 20 cm da maioria dos utilitários esportivos. Isso ajuda bastante a manter tudo sob controle, principalmente nas curvas. No caso da versão 2019 vendida no Brasil, o assento esportivo do motorista vem com os bem-vindos largos apoios laterais e com o tradicional revestimento de tecido quadriculado (Clark). Como opcional, há couro e ajustes elétricos.
O volante revestido de couro, com base achatada é outro detalhe que contribui com uma tocada mais animada pelo caminho. Vem também com costuras vermelhas e raios de alumínio escovado. Bem acomodado e com cinto de segurança afivelado, basta flexionar levemente o braço direito e apertar o botão de partida no console central. Logo de cara, o GTI já mostra que pode animar facilmente seu dia se pisar com um pouco mais de vontade no acelerador com um um ronco grave que sai pelas duas saídas de escape.
Caso queira selecionar o modo manual do câmbio de dupla embreagem e seis marchas, as trocas podem ser feitas pelas hastes atrás do volante. Primeira engatada, um pisão no pedal da direita e o GTI parte com vigor. Na troca para segunda, ouço um estampido borbulhante que instiga e mostra um dos sinais de que o carro é um esportivo de verdade. A partir daí, ao continuar nessa toada, o conjunto bem acertado vem à tona. A sensação é que tudo está sob controle. Se o juízo deixar e o caminho permitir, dá para acelerar de 0 a 100 km/h em apenas 7 segundos e atingir 238 km/h, de acordo com números da fabricante.
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De fato, para quem procura um hatch médio para curtir uma boa estrada não há nada no segmento, fabricado o Brasil ,que seja capaz de ser tão rápido e equilibrado. A precisão com que funcionam itens como direção, suspensão e freios acaba empolgando. Pode apontar o focinho do GTI para a tomada da curva que o carro faz a manobra com a precisão de um cão farejador. Calçado em rodas de aro 17, montadas em pneus 225/45 R (Michelin Pilot Sport 4 na unidade avaliada), o hatch esportivo tem estabilidade irrepreensível, ajudado pelo sistema de vetorização de torque e demais controles eletrônicos.
Dupla personalidade
Mas além de conseguir deixar claro que faz jus à fama de esportivo, o GTI também pode ser um carro eficiente no dia a dia, sem gastar muito combustível. Com auxílio da parte eletrônica, há como selecionar o modo econômico de condução para daquela euforia em engolir quilômetros de asfalto pela frente se transformar em um rodar mais confortável e pacato. Para isso, porém, deve-se pisar de leve no acelerador. O GTI é capaz de fazer bons 10,2 km/l na cidade e aceitáveis 12,1km/l na estrada, conforme os dados divulgados pelo Inmetro.
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Ainda guiando com mais calma, desaparecem os leves trancos entre as trocas de marcha que aparecem quando você está dirigindo com a faca entre os dentes. Entretanto, não há mágica no GTI nacional que consiga mudar o ajuste da suspensão, mais voltada para estabilidade do que para o conforto. Logo, os solavancos são comuns, principalmente ao passar por piso irregular, o que é comum no asfalto cerocante que menos nas principais capitais do País, como em São Paulo.
Outro aspecto que mostra certa versatilidade do GTI é que o carro leva cinco pessoas sem aperto e que pode carregar razoáveis 338 litros de bagagem no porta-malas mantendo os encostos do banco traseiro na posição convencional. Ao rebatê-los, essa capacidade aumenta.
Além disso, o Golf GTI vem bem equipado. Entre os destaques, há central multimídia de última geração com câmera de ré e GPS embutido e tela sensível ao toque de alta resolução, monitoramento da pressão dos pneus, sensores que acionam os faróis e limpador de para-brida automaticamente, sistema Stop&Start, retrovisor fotocrômico, controle de velocidade de cruzeiro, porta-luvas climatizado, lanternas traseiras com LED, entre vários outros itens.
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Conclusão
Único hatch médio esportivo feito no Brasil, o Golf GTI consegue ter desempenho empolgante e ser um carro relativamente econômico ao pisar de leve no acelerador e aproveitando os ajustes eletrônicos disponíveis. Na linha 2019 ficou ainda mais equipado e com retoques no desenho que o deixaram com aspecto arrojado. Honra a tradição da sigla GTI, que já completou 42 anos.
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Ficha técnica
Preço: a partir de R$ 143.790
Motor: 2.0, quatro cilindros, turbo, gasolina
Potência: 230 cv a 4.700 rpm
Torque: 35,1 kgfm a 1.500 rpm
Transmissão: Automatizado, seis marchas, dupla embreagem,tração dianteira
Suspensão: Independente, McPherson (dianteira) / Independente, multibraço (traseira)
Freios: Discos ventilados (dianteiros) / discos sólidos (traseiros)
Pneus: 225/45 R17
Dimensões: 4,27 m (comprimento) / 1,79 m (largura) / 1,46 m (altura), 2,63 m (entre-eixos)
Tanque: 50 litros
Porta-malas: 338 litros
Consumo gasolina: 10,2 km/l (cidade) / 12,1 km/l (estrada)
0 a 100 km/h: 7 segundos
Velocidade máxima: 238 km/h