Suzuki S-Cross: SUV compacto, mas com fôlego de gente grande

SUV da marca japonesa consegue aliar bom desempenho com baixo consumo, mas impostos e taxas deixam o preço acima do ideal

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Suzuki S-Cross pode não ser o SUV mais estiloso que existe, mas se destaca pelo conjunto bem acertado

Um SUV compacto e bem acertado, mas que não tem alguns itens que fazem falta no dia a dia. Assim é o Suzuki S-Cross, que por ser importado da Hungria, também é penalizado com uma série de impostos e taxas (além da alta cotação do dólar) que o fazem ficar com preço de Jeep Compass, de porte maior. O modelo da marca japonesa sai por R$ 130.900, ante R$105.290 do Ford EcoSport Storm 4x4, teoricamente, seu principal rival.

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O visual pode não ser o ponto forte do Suzuki S-Cross , mas basta dar partida e percorrer os primeiros quilômetros ao volante  para começar a se animar com o carro. O motor 1.4 turbo responde bem desde as primeiros marcações do contagiros. São nada desprezíveis 23,5 kgfm de torque a partir de meros 1.700 rpm. Bom também é que o câmbio automático, de seis marchas, com hastes para trocas sequenciais no volante, ajuda numa tocada mais animada.

O conjunto bem acertado do utilitário esportivo também pode ser notado se aparecer alguma curva pelo caminho. Principalmente se selecionar o modo Sport da tração integral, quando a força do motor é distribuída entre os eixos conforme as condições de aderência. Isso  é percebido com mais clareza ao passar por piso escorregadio.

E se tiver que enfrentar algum trecho de terra poderá contar com alguns recursos do sistema de tração integral, inclusive o bloqueio do diferencial, que passa a transmitir 50% da força do motor para cada eixo, o que é recomendável para andar em baixa velocidade em terrenos mais difíceis de passar, geralmente escorregadios. 

Essa vantagem de permitir ajustar o modo de condução por um botão giratório (que fica próximo da alavanca do freio de estacionamento) é algo que o rival Ford EcoSport Storm não tem. São 4 opções: normal, sport, lock (bloqueio do diferencial, 50% da tração para cada eixo) e para lama ou neve. Tudo funciona com precisão e silêncio. Pise no freio e também verá que o carro transmite segurança. Há discos ventilados na dianteira e sólidos na traseira com uma relação de desmultiplicação do hidrovácuo correta, o que evita sustos ao pisar no pedal.

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A direção com assistência elétrica é outro item que merece elogios, firme em velocidade e leve nas manobras.  Mas com o piso mal conservado da maioria das vias no Brasil a suspensão é um pouco mais rígida que o ideal, o que causa alguns solavancos. Portanto, é bom ter cautela ao passar por valetas e lombadas para evitar desconforto. Contudo, o vão livre do solo é de razoáveis 20,5 centímetros. No dia a dia, passando por asfalto mal conservado, valetas e lombadas não notamos a parte de baixo da frente raspando nenhuma vez. 

Por dentro do Suzuki S-Cross

Foto: Divulgação
Suzuki S-Cross tem interior simples,mas com componentes bem montados e de bom gosto. Multimídia poderia ser melhor

 Saindo das questões ligadas ao comportamento dinâmico e levando em conta outros aspectos, como a central multimídia, começam a aparecer alguns detalhes que poderiam melhorar. Um deles fica por conta da central multimídia, que se mostrou pouco prática de usar, além das informações da tela quase sumirem com a luz o sol entrando pelas janelas. Além disso,  não é compatível com Apple Car Play e Android Auto e deveria  ter respostas mais rápidas. Bom apenas é que a tela sensível ao toque é de 9 polegadas. 

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Ainda falando sobre o interior do SUV da marca japonesa , um ponto que chamou atenção é que as portas não são travadas automaticamente assim que o carro entra em movimento, item de segurança que boa parte dos carros vendidos no Brasil tem de série desde as versões mais simples.

Outro problema é que, já com o carro parado e desligado, ao mover a maçaneta da porta para sair, ao contrário do que acontece com a maioria dos modelos disponíveis no mercado brasileiro, a trava continua acionada. Portanto, é preciso primeiro apertar o botão de destravamento para depois puxar a maçaneta.

O desenho do S-Cross é outro ponto que faz torcer o nariz. A frente é um tanto exagerada, com faróis grandes, cheios de detalhes, e uma nada discreta grade dianteira cromada.  Em contraste com esse conjunto frontal temos uma traseira com aspecto bem conservador e que dá uma sensacão de déjà vu . Além disso, o interior tem estilo bem simples, assim como o nível de acabamento, mas com componentes de boa qualidade e bem encaixados.

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Em contrapartida, a lista de equipamentos é bem recheada. Entre outros itens, há controles eletrônicos de estabilidade e tração, airbags frontais, laterais e de cortina, ar-condicionado digital bizone, retrovisores rebatíveis eletricamente, bancos revestidos de couro, GPS e  sensores nos para-choques para ajudar nas manobras de estacionamento. Faltou apenas um velocímetro digital entre as opções do computador de bordo e um botão mais acessível de acioná-lo que não seja o que fica no próprio quadro de instrumentos.

Conclusão

O principal destaque do Suzuki S-Cross é a mecânica eficiente e o conjunto bem acertado, itens que tornam o SUV bom de dirigir. Mas o preço de importado e a falta de alguns detalhes na lista de equipamentos acabam prejudicando o modelo no Brasil diante dos principais rivais, no segmento de utilitários esportivos compactos.

Ficha técnica

Suzuki S-Cross 4-StyleS AllGrip 1.4 Turbo 
Preço: R$ 130.990 
Motor: 1.4, turbo, gasolina, 16V, duplo comando
Potência combinada: 146 cv a 5.500 rpm 
Torque: 23,5 kgfm a 1.700 rpm
Transmissão: automático, 6 marchas, tração integral 
Suspensão: McPherson (dianteira), eixo de torção (traseira) 
Freios: disco ventilado (dianteira), disco sólido (traseira) 
Porta-malas: 440 litros 
Dimensões: 4,30 m (comprimento), 1,79 m (largura), 1,61 m (altura), 2,60 m (entre-eixos) 
Consumo: 11,5 km/l na cidade e 13,3 km/l na estrada 
0 a 100 km/h: 10,2 segundos 
Vel. máx: 200 km/h