Testamos a nova geração do Renault Kwid e comparamos com o antigo

Tivemos a oportunidade de guiar a versão intermediária Intense (R$ 64.190), que surpreende com a chegada de mais itens modernos

Foto: Guilherme Menezes/ iG Carros
Novo Renault Kwid 2023 (esquerda) e antigo Renault Kwid 2017 (direita). Veja o que mudou em 5 anos

O grande lançamento da Renault para 2022 é o subcompacto Renault Kwid, que ganha forças para competir no segmento dos carros populares, já no modelo 2023. Quando ele surgiu, em 2017, partia de R$ 29.990, na versão mais em conta Life.

Hoje, são cobrados R$ 59.890 pela versão de entrada Zen . Antes, ela era a intermediária, mas agora sem a Life no catálogo, a Zen assume o posto de modelo de entrada. Além dos preços, o que mudou de 2017 para cá?

A versão que testamos é a Intense (R$ 64.190), que já oferece cluster digital, central multimídia de 8 polegadas com indicador de temperatura externa e controle satélite na coluna de direção, nova padronagem de tecido dos bancos, com couro sintético e tecido costurado.

Ou seja, vem, sim, bem mais equipado. E o visual ficou mais limpo no interior também. Apesar de que as dimensões e os painéis internos foram praticamente mantidos em relação ao modelo de origem.

Porém, o Renault Kwid se mantém apertado por dentro, já que não houve mudanças no espaço interno, suficiente para levar quatro ocupantes com alguma folga. Um quinto passageiro ficaria incômodo no banco traseiro. E o porta-malas continua com os mesmos 290 litros de bagagem, apenas para o trivial do dia a dia, como uma ida semanal ao supermercado.

No exterior, vemos a frente reestilizada e que passa a ter faróis nos para-choques e luz diurna elevada entre os destaques. Na traseira, as lanternas continuam com o mesmo formato, mas agora usam apenas LED no lugar das lâmpadas convencionais. Ficou mais moderno, como no interior. Mas, do mesmo modo, ainda vemos semelhanças em relação ao antigo, principalmente na lateral.

Melhora ao volante

Foto: Divulgação
Interior se aprimora em relação ao anterior. Notamos mais partes em black piano, novas texturas e mais pontos coloridos

Ao volante, notamos evoluções curiosas, no bom sentido. O isolamento acústico foi aprimorado , bem como notamos que a suspensão se tornou mais rígida. Há quem possa reclamar de desconforto ao passar em buracos, mas eu, particularmente, prefiro os ganhos de estabilidade que se evidenciam na nova geração.

O único aspecto que ainda causa certa estranheza é a relação da direção , que demanda mais esterçamento para que as rodas se curvem. Apesar disso ser perfeito para manobras (o Kwid é um dos carros que menos demandam espaço para manobrar), essa característica gera certa letargia durante as curvas em velocidades de cruzeiro.

O que também chamou atenção no carro é a maior eficiência em economizar combustível pelas mudanças que foram adotadas, entre as quais os sistemas Stop&Start e ESM (Energy Smart Management) de regeneração.

O primeiro desliga o motor toda vez que o carro é parado , tornando a ligar novamente quando o pedal de freio deixar de ser acionado. E o outro, nas desacelerações, quando o motorista retira o pé do acelerador, o motor continua girando sem consumir combustível e sem tirar energia do motor para carregar a bateria. Conforme a Renault , esse sistema garante um consumo até 2% menor.

Mas o motor 1.0 é o mesmo, apenas com recalibragem no módulo eletrônico , o que levou a potência máxima para 71 cv com etanol e 68 cv com gasolina. Conforme o Inmetro, o Kwid 2023 pode fazer 15,3 km/l com gasolina e 10,8 km/l com etanol na cidade e, na estrada, 15,7 km/l e 11 km/l, respectivamente.

Bom também é que o carro conta com sistema de monitoramento da pressão dos pneus (TPMS) , por meio de um sinal luminoso no painel, e dos pneus verdes, que têm 20% a menos de resistência de rolagem, também contribuem para a redução do consumo de combustível e da emissão de CO2.

Conclusão

Não há o que se questionar quando falamos da evolução do carro que, hoje, é o mais em conta do Brasil. Muito interessante o fato de que traz elementos que, até alguns anos atrás, estavam presentes em carros de segmentos bem superiores.

Isso fora as melhorias na eficiência do conjunto mecânico , algumas delas que chegaram de surpresa para melhorar o que já era imbatível — como, por exemplo, os números de consumo.

Já quem quer um carro para si e para a família, ao encarar a realidade de hoje — a qual vemos compactos ultrapassando os R$ 100 mil — o novo Kwid é, sim, um carro a ser respeitado em seu segmento. E, mais do que isso, deverá manter seu apelo ao longo dos próximos anos.

Ficha técnica:

Motor: flex, dianteiro, transversal, 3 cil., 12V, 999 cm³, 68/71 cv a 5.500 rpm, 10,0/9,4 kgfm a 4.250 rpm

Câmbio: manual, cinco marchas, tração dianteira

Direção: elétrica, 10 m (diâmetro de giro)

Suspensão: McPherson (dianteira), eixo rígido (traseira)

Freios: disco ventilado (dianteira), tambor (traseira), ABS

Pneus: 165/70 R14

Peso: 820 kg

Dimensões: comprimento, 368,0 cm; largura, 157,9 cm; altura, 147,9 cm; entre-eixos, 242,3 cm; porta-malas, 290 l, tanque, 38 l