
A Tesla enfrentou uma semana tumultuada, marcada por diversos ataques a suas propriedades nos Estados Unidos e na Europa . Os incidentes ocorrem cerca de sete semanas após a segunda posse de Donald Trump e a nomeação de Elon Musk , proprietário da empresa, como assessor sênior do presidente.
Na segunda-feira, estações de carregamento da Tesla foram incendiadas em Boston. Dias depois, na quinta-feira, tiros foram disparados contra uma concessionária da empresa no Oregon, danificando três carros e estilhaçando janelas. Uma bala atravessou uma parede e atingiu um computador, de acordo com a polícia local.
No sábado, um protesto pacífico em frente a uma loja da Tesla em Manhattan resultou em prisões. Centenas de manifestantes bloquearam as entradas da concessionária por aproximadamente duas horas, gritando slogans como "Ninguém votou em Elon Musk" e "Oligarcas não, democracia sim".
Onda de vandalismo e protestos
Em um subúrbio de Boston, a polícia prendeu um homem que colou adesivos de Musk com um de seus braços levantados, em um gesto semelhante à saudação nazista. O suspeito alegou estar exercendo seu direito à liberdade de expressão. Musk, ao comentar o incidente, afirmou que "danificar a propriedade dos outros, ou vandalismo, não é liberdade de expressão".
No Colorado, uma pessoa foi acusada de escrever "Nazista" com tinta spray em uma concessionária da Tesla e de colocar um coquetel molotov perto de um carro. Em Salem, Oregon, um homem foi preso por incendiar pneus e um veículo da empresa no dia da posse de Trump, causando cerca de US$ 500 mil em danos.
Os ataques à Tesla não se limitaram aos Estados Unidos. Em Berlim, foram relatados incêndios no campo de obras de uma futura fábrica da empresa, com a polícia investigando o caso como ato intencional. Na França, dezenas de carros da Tesla foram incendiados em Toulouse, em um incidente que, segundo promotores, "não foi acidental".
Críticas a Musk e seu papel no governo Trump
As críticas a Musk intensificaram-se após sua nomeação como assessor sênior de Trump. O empresário está sendo duramente atacado por seus cortes amplos em agências federais, como parte da nova iniciativa de redução de despesas liderada por ele, conhecida como Departamento de Eficiência Governamental.
Durante a posse de Trump, Musk realizou um gesto que lembrou uma saudação usada na Alemanha nazista e na Itália fascista, gerando controvérsia. O empresário respondeu às críticas em sua rede social, o X, afirmando que "o ataque de que 'todo mundo é Hitler' é tão cansativo".
Um deputado democrata que representa o distrito onde ocorreu o protesto em Manhattan descreveu o evento como "uma catarse para os novaiorquinos saírem às ruas". Ele ressaltou a importância de Musk e Trump verem "que cortar o orçamento federal afetará muitas pessoas".
A própria empresa não escapou das críticas, com alguns proprietários de veículos Tesla optando por vender seus carros para se distanciar de Musk e suas atividades políticas. Um deles declarou: "Estou um pouco envergonhado em ser visto nesse carro agora".
A Tesla não se pronunciou oficialmente sobre os recentes ataques e protestos. Os incidentes refletem a crescente polarização em torno da figura de Elon Musk e seu envolvimento com o governo Trump, gerando reações que ultrapassam as fronteiras dos Estados Unidos e afetam a imagem da empresa de veículos elétricos.