
A BYD , gigante chinesa do setor automotivo, acaba de anunciar uma inovação que promete revolucionar o mercado de veículos elétricos . A empresa apresentou um novo sistema de carregamento ultraveloz, capaz de fornecer 470 quilômetros de autonomia em apenas cinco minutos de recarga.
O anúncio foi feito pelo presidente e fundador da BYD, Wang Chuanfu, durante um evento em Shenzhen. A nova tecnologia, denominada Super e-Platform, inclui baterias de carregamento ultrarrápido, um motor de 30.000 RPM e chips de potência de carboneto de silício de última geração.
De acordo com a BYD, o sistema permite uma potência de carregamento de um megawatt e uma velocidade máxima de carregamento de dois quilômetros por segundo. Isso o torna, segundo a empresa, o sistema mais rápido do tipo para veículos produzidos em massa.
Comparação com concorrentes
A velocidade de carregamento anunciada pela BYD supera até mesmo os superchargers da Tesla, que conseguem recarregar 275 quilômetros de autonomia em 10 minutos. Outros concorrentes, como o novo sedã elétrico CLA da Mercedes-Benz, atingem 325 quilômetros de autonomia após 10 minutos de recarga.

No mercado chinês, a Li Auto utiliza uma bateria da CATL em um de seus veículos, oferecendo 500 quilômetros de autonomia com 12 minutos de carga. A BYD afirma que seu novo sistema eleva o patamar tecnológico para "outra dimensão".
Impacto no mercado
O anúncio da nova tecnologia causou um impacto significativo no mercado financeiro. As ações da BYD na Bolsa de Hong Kong já subiram cerca de 45% neste ano, refletindo o otimismo dos investidores em relação à inovação da empresa.
A BYD, que atualmente rivaliza com a Tesla como a maior vendedora de veículos elétricos do mundo, teve um início promissor em 2025. A empresa vendeu mais de 318.000 veículos de passageiros no mês passado, um aumento de 161% em relação ao ano anterior.
Detalhes técnicos
A BYD atribui o desempenho excepcional do novo sistema ao seu "sistema de terminal de carregamento ultrarrápido de megawatts totalmente resfriado a líquido". A empresa também desenvolveu internamente um chip de potência automotivo de carboneto de silício de próxima geração.
A nova bateria de carregamento ultrarrápido conta com canais de íons de ultra-alta velocidade, que reduzem a resistência interna da bateria em 50%. Além disso, a BYD lançou um motor de 30.000 RPM produzido em massa, que promete aumentar a velocidade do veículo e reduzir o peso e o tamanho do motor.
Desafios e considerações
Apesar dos avanços promissores, existem desafios a serem considerados. O carregamento ultrarrápido pode impactar a segurança e a durabilidade das baterias ao longo do tempo. Além disso, as redes elétricas atuais podem não suportar a carga de um carregamento tão rápido.
A BYD planeja construir mais de 4.000 estações de carregamento ultrarrápido na China para suportar a nova tecnologia. No entanto, algumas empresas, como a Xpeng, estão desenvolvendo unidades de armazenamento de energia próprias para gerenciar a alta demanda por eletricidade.
Modelos e preços
Os primeiros modelos a contar com a Super e-Platform da BYD serão o Han L e o Tang L, que já estão em pré-venda na China e devem ser lançados em abril. O Han L terá preço inicial de 270.000 yuans (cerca de R$ 213 mil), enquanto o Tang L (SUV) começará em 280.000 yuans (cerca de R$ 221 mil).
Ambos os modelos contarão com os recursos mais recentes de direção autônoma da BYD, chamados God's Eye. Por enquanto, o sistema estará disponível apenas na China, mas a empresa não descarta sua expansão para outros mercados no futuro.
Impacto na indústria
A nova tecnologia da BYD pode representar uma ameaça competitiva para outras empresas do setor, como a CATL, atualmente a maior fabricante mundial de baterias para veículos elétricos. Além disso, o sistema de carregamento ultrarrápido pode influenciar o debate sobre a viabilidade da troca de baterias, método adotado por algumas empresas como a Nio.
A inovação da BYD promete reduzir significativamente a "ansiedade de carregamento" dos consumidores, um dos principais obstáculos à adoção em massa de veículos elétricos. No entanto, especialistas alertam que a infraestrutura de carregamento ainda precisa evoluir para suportar plenamente essa nova tecnologia.