
Autoridades norte-americanas emitiram um alerta, e a Tesla convocou um recall de praticamente todos os Cybertrucks vendidos nos Estados Unidos . O anúncio representa mais um revés para a fabricante de carros elétricos do bilionário Elon Musk.
O recall, emitido pela Administração de Segurança no Tráfego em Rodovias Nacionais (NHTSA), afeta mais de 46 mil veículos da Tesla. O órgão regulador identificou um problema que pode comprometer a segurança dos veículos e de outros motoristas.
Segundo a NHTSA, um painel externo que percorre os lados do para-brisa pode se desprender durante a viagem. O desprendimento do painel representa um risco para outros motoristas e aumenta a probabilidade de ocorrência de acidentes.
Detalhes do problema e veículos afetados
As peças em questão são duas faixas de aço inoxidável. Elas são afixadas à direita e à esquerda, entre o para-brisa e o teto do carro. As faixas são fixadas com um adesivo que pode descolar.
Nearly every Cybertruck has been recalled because the glue on a nine-foot trim piece fails to secure it properly, turning it into a potentially dangerous projectile. pic.twitter.com/tlkF8pTQ8h
— Hoodlum 🇺🇸 (@NotHoodlum) March 20, 2025
Antes do anúncio da NHTSA, vídeos em que pessoas arrancam painéis de Cybertrucks com as mãos circularam nas redes sociais. A situação gerou preocupação entre os proprietários e levantou questionamentos sobre a qualidade da montagem.
O órgão contabiliza 151 queixas de proprietários do Cybertruck. Felizmente, até o momento, não há registros de acidentes ou feridos decorrentes do problema no painel. A Tesla se comprometeu a resolver a questão.
Solução e histórico de recalls
A Tesla fará a reposição do painel sem custos para os proprietários. As cartas de notificação começarão a ser enviadas aos donos dos veículos afetados a partir do dia 19 de maio.
As entregas do Cybertruck aos compradores começaram no final de 2023. No entanto, este é o oitavo recall do modelo nos últimos 15 meses.
Em novembro de 2024, uma falha em um inversor elétrico podia reduzir a potência das rodas. Em abril, outro recall visou pedais de aceleradores que poderiam travar.
O recall desta semana representa mais um revés para Musk e a Tesla. A montadora está sob críticas desde que Donald Trump voltou à Casa Branca. Elon Musk foi encarregado de liderar uma ofensiva para cortar gastos.

O alinhamento de Musk com a administração do republicano tem sido associado à queda de ações e vendas de carros da companhia. Além disso, uma onda de vandalismo contra veículos, estações de recarga e concessionárias da marca tem se alastrado.
Os ataques têm ocorrido, inclusive, na Alemanha. Eles ganharam força após Musk declarar apoio ao controverso partido de ultradireita Alternativa para Alemanha (AfD). A situação tem gerado preocupação entre investidores e consumidores.
Mesmo antes da escalada dos ataques à Tesla, a empresa já enfrentava dificuldades. A Tesla registrou queda de 42% no valor de suas ações e retração das vendas. A concorrência com montadoras rivais, especialmente da China, tem aumentado.
Em meados de março, a montadora enviou uma carta não assinada a uma agência do governo americano para promoção do comércio exterior. Na carta, a Tesla se queixa da política de tarifas de Trump. A empresa alega que a medida pode prejudicar a Tesla.