
A BYD segue acelerando sua estratégia de expansão no mercado brasileiro através de sua rede de concessionárias, que alcançou a marca de 180 revendedores espalhados pelo país. A fabricante chinesa não para por aí e estabeleceu como objetivo chegar a 272 lojas até dezembro.
O crescimento da rede de distribuição acontece mesmo com os atrasos na conclusão de sua fábrica na Bahia, onde anteriormente funcionava a planta da Ford. A montadora oferece atualmente um portfólio diversificado que começa com o elétrico Dolphin Mini , disponível a partir de R$ 118.800 na configuração para quatro ocupantes.
No extremo oposto de sua linha, a BYD comercializa modelos híbridos plug-in como a picape média Shark, que chega ao consumidor brasileiro pelo valor de R$ 379.800. Esta amplitude de produtos permite à marca atender diferentes segmentos do mercado de veículos eletrificados no país.

Parceria com os Correios para eletrificação de frota
Recentemente, a empresa estatal brasileira de correios iniciou testes com uma versão adaptada do hatch elétrico da montadora chinesa. O BYD Dolphin Mini Cargo seguirá o mesmo conceito aplicado anteriormente ao Fiat Mobi e Chevrolet Onix, veículos já utilizados para entregas em áreas urbanas.
O período de avaliação será de 90 dias na cidade de Guarulhos, em São Paulo, como parte do programa de eletrificação da frota dos Correios. A iniciativa representa mais um passo da estatal em direção a soluções logísticas mais sustentáveis para suas operações cotidianas.
Externamente, o Dolphin Mini Cargo mantém o mesmo design do modelo convencional, mas apresenta modificações internas relevantes para adequá-lo ao transporte de mercadorias. A principal alteração foi a remoção do banco traseiro, criando um compartimento de carga com volume útil de 2,1 metros cúbicos.
Fábrica na Bahia enfrenta atrasos substanciais
A construção da planta industrial da BYD em Camaçari teve início em outubro de 2023, com investimento anunciado de R$ 5,5 bilhões para produção de veículos elétricos e híbridos no Brasil. Inicialmente, a montadora planejava começar as operações em dezembro de 2024 utilizando kits parcialmente montados importados da China.
Posteriormente, a previsão foi ajustada para março deste ano, logo após o Carnaval. Entretanto, a expectativa atual é que a fábrica só entre em plena produção no final de 2026, um atraso considerável em relação ao cronograma original.
Os problemas no cronograma surgiram após denúncias de más condições de trabalho envolvendo funcionários de uma construtora terceirizada contratada para a obra. Este contratempo impactou fortemente os planos da montadora para nacionalização de sua produção.
A planta adquirida da Ford por R$ 287,8 milhões possui área total de 4,6 milhões de metros quadrados e terá capacidade para produzir aproximadamente 150 mil veículos anualmente quando estiver operacional. O projeto inclui a construção de 26 novas instalações, entre galpões, pista de teste e outras estruturas.
A BYD optou por não utilizar os prédios existentes que pertenciam à Ford, destinando-os para que fornecedores se estabeleçam no local. Com a produção local, a empresa promete oferecer "preços ainda mais competitivos", ampliando o acesso dos brasileiros aos veículos eletrificados.
Os SUVs híbridos da linha Song devem ser os primeiros modelos a receber adaptação para aceitar etanol quando a produção nacional começar. Mesmo após o início das operações da fábrica, alguns veículos do portfólio da BYD continuarão sendo importados para o mercado brasileiro.