Um vídeo que viralizou nas redes sociais chinesas flagrou, na último fim de semana, a demonstração de um sistema inédito: a ejeção da bateria de um veículo elétrico durante situações de emergência.
O protótipo, apresentado em evento técnico, lançou o módulo a uma distância de até 6 metros para reduzir riscos aos ocupantes.
Segundo relatos locais, o disparo ocorre em menos de 1 segundo após sensores detectarem superaquecimento.
A proposta visa afastar o risco de incêndio ou explosão do habitáculo, mas especialistas alertam que a solução transfere o perigo para pedestres e outros veículos.
Como funciona o sistema
O mecanismo foi descrito como semelhante ao acionamento de um airbag. Ao identificar sinais térmicos anormais na bateria, um conjunto de sensores aciona a ejeção automática do módulo.
O disparo ocorre de forma lateral e lança o pacote de energia a uma distância entre 3 e 6 metros.
Durante a demonstração, equipes de segurança posicionadas no local cobriram a bateria com uma manta especial após a queda em uma área previamente isolada com travesseiros.
A cena foi gravada em ambiente controlado, o que levanta questionamentos sobre sua viabilidade em situações reais de colisão.
Críticas e riscos apontados
Embora o objetivo declarado seja proteger os passageiros, a solução cria um novo risco: uma bateria de centenas de quilos arremessada em vias públicas pode atingir pedestres, outros veículos ou atravessar o trânsito.
Além disso, em colisões graves — justamente quando incêndios são mais prováveis — a estrutura do carro pode se deformar e comprometer o funcionamento do sistema, tornando-o ineficaz.
O episódio acende debate sobre a prioridade das montadoras: investir em baterias mais resistentes ou em mecanismos de ejeção que redistribuem o risco.
Quem organizou o teste
As placas do SUV usado na apresentação e imagens do palco indicam que o experimento foi conduzido pelo C entro de Pesquisa e Tecnologia de Reparo de Colisões Automotivas da China.
O evento fez parte da “Reunião de Demonstração e Intercâmbio de Tecnologia de Lançamento de Baterias de Potência”, em 19 de setembro de 2025.
O protótipo parece ter como base o iCar 03T, mas a marca de propriedade da Chery negou envolvimento direto. “Isso não tem nada a ver com o iCAR, por favor, sejam racionais”, publicou a empresa em suas redes sociais chinesas.
Reportagens locais também mencionaram possível colaboração do Joyson Group, informação que a companhia rejeitou em nota divulgada após a repercussão.
Apesar do impacto visual e da repercussão nas redes sociais, a proposta de ejeção de baterias levanta mais dúvidas do que soluções.
A tecnologia promete reduzir riscos dentro do veículo, mas transfere o problema para o espaço público e enfrenta limitações práticas em acidentes reais.