Nos dias com partidas do Brasil durante a primeira fase da Copa do Mundo , os pedidos em aplicativo de transporte cresceram 168% , segundo levantamento da Gaudium , startup focada em mercados de mobilidade.
A primeira partida da Seleção brasileira aconteceu às 16h do dia 24/11, uma quinta-feira, e a procura por veículos nos apps de transporte cresceram 204,5% em relação à semana anterior.
O segundo confronto da equipe nacional aconteceu às 13h do dia 28/11, segunda-feira, e o aumento de demanda foi de “apenas” 87,5% .
Na última partida da fase de grupos do torneio , contra Camarões e novamente às 16h, mas no dia 02/12, uma sexta-feira, fez a procura por corridas crescer 212,5 %.
Para Ricardo Góes , sócio-executivo da Gaudium , esse crescimento na procura por veículos de aplicativo se justifica pelo horário das partidas , no caso dos jogos às 16h, muitos torcedores acompanharam de casa ou em bares, e precisaram se deslocar.
"Já havíamos visto esse movimento durante a Copa de 2018, quando as corridas chegaram a aumentar 306% uma hora antes dos jogos do Brasil na Rússia. Mas é interessante observar que esse aumento pode variar de acordo com o horário do jogo. Em 2018, o Brasil jogou às 9h da manhã, o que teve um impacto negativo nas corridas de aplicativo, visto que muitas pessoas ficaram em casa, já que teriam que trabalhar em seguida", explica o executivo.
Uma tendência gerada pelo aumento de solicitações de corridas é o aumento do valor cobrado , já que muitos aplicativos usam o sistema de tarifa dinâmica , com corridas custando mais do que o dobro.
Segundo o jornalista Vinícius Guahy, antes da estreia do Brasil no torneio, ao solicitar um carro de aplicativo para ir assistir o jogo, o trajeto que antes custava R$ 14, estava 150% mais caro , custando R$35.
“Fiquei surpreso com a previsão do custo, mas pedi o transporte mesmo assim. Não queria arriscar perder o começo da partida”, afirma.
Ricardo Góes explica que chamar o aplicativo com antecedência é a melhor maneira de driblar a tarifa dinâmica dos aplicativos .
"Três horas antes de a bola começar a rolar, as corridas permanecem estáveis. Outra possibilidade é solicitar com o jogo já em andamento e contar com os motoristas que não pararam para ver a partida", explica Góes.
Um boom que não vai se repetir com a derrota da Seleção para a Croácia. Foi bom enquanto durou.