O Fusca foi lançado em 1935 pelo alemão Ferdinand Porsche com o nome de Typ I para ser um veículo popular e econômico. Ganhou atualizações ao longo dos anos, mas sem perder as suas linhas consagradas e ganhou apelidos pelo mundo, onde foram produzidos mais de 21 milhões de exemplares, como Beetle, Bug, Käfer, Type 1, Carocha, Coccinelle, Escarabajo e Maggiolino.
Por aqui, começou a ser produzido em 1959 com peças 100% nacionais e deixou a produção em 1986, mas retomada pelo ex-presidente Itamar Franco, em 1993, em São Bernardo do Campo (SP). Em 1996 saiu de linha definitivamente.
Segundo um estudo feito pelo Detran.SP, o Fusca ainda é muito querido entre os brasileiros o que comprova que nenhuma tecnologia ou carro atual é capaz de superá-lo. Não é para menos, quem é que nunca teve uma história com o carismático besouro da VW?
No dia 20 de janeiro, quando se comemora o Dia Nacional do Fusca (data do início de fabricação do carro no Brasil, em 1959), de acordo com a autarquia, existem cerca de 650 mil Fuscas ativos trafegando pelas vias do Estado.
Ainda de acordo com o departamento, a quantia soma desde a primeira versão importada de 1.200 cilindradas, passando pelas configurações de acabamento e motorizações até ao New Beetle
cuja base era a do Golf,
mas com a silhueta que remete ao Fusca
que conhecemos.
O levantamento revelou que São Paulo, Campinas, Guarulhos, Santo André e São Bernardo do Campo ocupam os cinco primeiros lugares com a maior frota. Atualmente, mais de 209 mil exemplares circulam nestas cidades , sendo que dez mil deles são itens de colecionadores, que circulam com placas pretas.
Uma paixão sem limites
Um desses colecionadores é o engenheiro Ervin Moretti, de 67 anos, diretor do Fusca Clube do Brasil, em São Paulo. “Tenho uma ligação sentimental com o fusca porque foi o primeiro carro que dirigi. Quando minha vizinha quis vender seu Sedan
1974, verde, fiquei apaixonado", diz emocionado.
Conforme Moretti nos conta, assim que adquiriu o Fusca , tratou de mandar restaurar e manter todas as características originais do modelo 1974 com direito a apelido de Horácio (um dinossauro, filhote de Tiranossauro Rexe, criado por Mauricio de Sousa) e tudo mais.
"Apelidei carinhosamente de Horácio , que era meu personagem preferido dos quadrinhos e ganhou ainda um item especial, um autógrafo no porta-luvas do Maurício de Souza, quando visitei o estúdio dele", conta.
O feliz proprietário revela que o Horácio não é um carro de show-room e conta que leva para qualquer lugar e confessa ter rodado para várias cidades como Tiradentes e Araxá, em Minas Gerais, mas com todo cuidado.
“ Saio apenas para exposições e encontros ao lado de minha esposa Flávia porque é um carro muito visado para roubos. E coloquei uma placa de alerta “ Isto não é um carro, é um FUSCA ”, brinca Ervin, que tem como copiloto a esposa Flávia, também colecionadora, desta vez de uma Kombi vermelha apelidada de Mônica.