Toyota Corolla de Bruno Baptista, número 44, acelera na pista em busca do pódio no Campeonato de Stock Car
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Toyota Corolla de Bruno Baptista, número 44, acelera na pista em busca do pódio no Campeonato de Stock Car




Olá, meu novo colega do iG Carros. É um prazer conhecê-lo por aqui. Meu nome é Bruno Baptista e não vou ficar nem um pouco chateado se você, até hoje, ainda não ouviu falar de mim mesmo gostando de automóveis. Normal!  Tenho 23 anos e sou apenas um dos mais jovens pilotos da Stock Car, a principal categoria do automobilismo brasileiro.

Fiquei muito feliz em passar a ser também um novo colunista do iG Carros para contar, semanalmente, o meu dia a dia de treinos e corridas, a parte técnica dos carros , detalhes de bastidores, dicas de pilotagem e até como faço para enfrentar, algumas vezes com sucesso, as principais feras do automobilismo brasileiro, muito mais experientes.

Nesse primeiro contato, achei melhor começar falando um pouco mais sobre a minha última temporada no Campeonato Brasileiro de Stock Car 2020 e outros detalhes da minha carreira, que começou no kart, em 2012, quando já tinha 14 anos. Fiquei em 3º lugar no Campeonato Paulista.

Ingressei nesse esporte, relativamente caro, porque tive a sorte de ser filho de um empresário bem sucedido, que já participava de corridas e muito me incentivou até com um “paitrocínio” para pagar parte das despesas do meu início. No ano seguinte, também obtive o 3º lugar no mesmo certame paulista, mas foi, em 2014, que ganhei mais destaque no automobilismo, ao conquistar o título de campeão sul-americano de Fórmula 4.

Com 16 anos e logo na 1ª temporada nas corridas de automóveis, aquela minha conquista na nova categoria de monopostos para pilotos juniores, criada, naquele ano, pela FIA (Federação Internacional de Automobilismo), abriu as portas para o meu caminho em outros continentes. No ano seguinte, disputei o campeonato europeu de Fórmula Renault e o Toyota Series , na Nova Zelândia, onde obtive boas atuações.

Em 2016, fiz o meu primeiro teste na GP3, em Abu Dhabi, e fui considerado o melhor novato na pista. Porém, na temporada de 2017, como acontece com grande parte de pilotos brasileiros, não acertei na escolha da equipe e os resultados não apareceram naquele momento em que mais precisava, por competir com jovens que atualmente se destacam na F1, como Charles Leclerc e Lando Norris, entre outros.

No final de 2017, participei e venci as 12 Horas de Miami , sendo um dos quatro pilotos de uma equipe brasileira com um Porsche . Um deles foi o meu próprio pai Adalberto. Em 2018, minha ideia era voltar à Europa. Porém, recebi um convite, praticamente irrecusável, de participar do Campeonato Brasileiro de Stock Car, na nova equipe Hero Motorsports .

Você viu?

Imagine, eu, com apenas 21 anos e mais jovem de toda aquela temporada da nossa principal categoria, ingressei na mesma equipe de Lucas Di Grassi, campeão mundial e maior nome da Fórmula E, naquele período, que vinha de extensa experiência e ótimos resultados nas 24 Horas de Le Mans . Era um dos mais importantes pilotos da equipe de fábrica da Audi e representou a marca alemã em várias temporadas da WEC , Campeonato Mundial de Endurance.

Bruno Baptista vence em Cascavel (PR), a sexta etapa do Campeonato de Stock Car em 2020
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Bruno Baptista vence em Cascavel (PR), a sexta etapa do Campeonato de Stock Car em 2020

Mesmo sem vencer na primeira temporada de Stock, aprendi muito com o Lucas, num ano em que ainda disputei, em paralelo, a Porsche GT3 Cup Brasil (categoria 3.8), onde fiquei com o 3º lugar do campeonato e venci duas provas, sendo uma delas preliminar do GP Brasil de F1.

Vencer na Stock nunca foi fácil, nem para muitos pilotos experientes que vieram da F1. Por isso, comemorei, como nunca, quando, na etapa do Autódromo Velocitta, no interior de São Paulo, consegui a minha primeira vitória na segunda corrida daquele dia tão especial.

Com 22 anos, fui o mais novo a ganhar uma prova na categoria naquele Brasileiro de 2019 e, ao mesmo tempo, o quarto mais jovem a vencer entre todos os pilotos, em 40 anos de história da Stock Car. Terminei o campeonato em nono lugar e fui reconhecido como o destaque da categoria.

Comecei o ano de 2020 com a esperança de ficar entre os cinco primeiros colocados do campeonato. Mas, antes mesmo do início das corridas, fui surpreendido por descobrir que contraí Covid-19 muito próximo do meu aniversário de 23 anos, no dia 24 de março, ficando, logo depois, uma semana seguida em recuperação no Hospital Albert Einstein, onde fui internado com comprometimento de praticamente 40% dos pulmões.

Na 1ª etapa de Stock do ano passado, em Goiânia, tive problemas na corrida 1, mas na segunda prova, mesmo largando do box, no 25º e último lugar, consegui terminar em 3º do pódio, que dividi com o vencedor Barrichello e o Piquet Júnior, 2º colocado. Fui o piloto que fez o maior número de ultrapassagens naquele dia.

Mas a minha melhor atuação foi mesmo na pista de Cascavel, onde consegui não só a minha primeira “pole-position” na categoria, como ainda venci, quase de ponta a ponta, a mais disputada primeira prova do programa. Ainda tive boas atuações e alguns erros que atrapalharam em duas disputas que tive chance de vencer e liderar.

Mais experiente e integrando a melhor equipe da Stock Car, a RCM Motorsports , confio que chegou a minha hora de lutar diretamente pelo título brasileiro de 2021. Não será fácil. Mas meus patrocinadores da temporada passada, mais um novo que ainda não posso revelar agora, também estão muito otimistas.

Ao ponto de terem garantido a minha presença neste campeonato, assim que recebi a bandeirada em sétimo lugar da última prova, em Interlagos, no final do ano passado. Aproveito para agradecer aqui a confiança que as empresas LOCTITE, Pro Automotive, HERO e NGK do Brasil estão depositando novamente em mim.

Com essa nova coluna, espero conquistar também a sua simpatia, leitor do iG Carros . Deixo o meu Instragram @brubap para conversarmos também por lá ou por aqui. Na próxima coluna, eu pretendo falar mais sobre os carros e as suas principais mudanças técnicas . Não perca. Se puder, faça as suas sugestões de assuntos. Críticas também serão bem vindas. Tamo junto!

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