“O preço de um carro não é garantia de faróis decentes”. Essa declaração polêmica do Insurance Institute for Highway Safety (IIHS) já te adianta o que lerá nas próximas linhas. A ONG norte-americana criou um teste para avaliar a qualidade dos faróis de 31 carros e o resultado é incrível: apenas um carro foi aprovado, onze foram considerados aceitáveis, nove alcançaram a nota medíocre e dez foram reprovados. Quer mais lenha para a fogueira? Entre os reprovados estão carros de segmentos mais caros, como Mercedes-Benz Classe C , Nissan Altima e Volkswagen Passat .
O teste é realizado na pista do IIHS, simulando estradas sem iluminação, utilizando carros comprados pela ONG em concessionárias. A pista é equipada com sensores que medem a intensidade da luz dos faróis, tanto na posição baixa quanto na alta. O teste contempla seis situações: reta, curva fechada para esquerda e para direita, curva leve para esquerda e para direita, e ofuscamento. Embora muitos carros venham com ajuste de altura, a quantidade de motoristas que o faz é muito pequena e algumas fabricantes recomendam que não mexam nesse item.
Utilizar lâmpadas mais potentes como xenônio e LED no lugar das incandescentes não significa uma melhoria imediata. Se o carro vem bem ajustado de fábrica, é o suficiente para obter um bom resultado. Um exemplo é o caso do Mercedes-Benz Classe C , que foi reprovado pelo instituto, enquanto o Honda Accord foi considerado aceitável – ambos foram testados com faróis comuns.
Sem esse cuidado de ajuste, os faróis podem iluminar menos do que deveriam e, em alguns casos, provocar acidentes por ofuscamento. Esse é um dos motivos que levou à proibição da instalação de lâmpadas de xenônio no Brasil, permitindo apenas veículos que venham com o item de fábrica.
Mesmo a utilização de sistemas mais avançados não é garantia de um bom resultado. O Classe C conta com iluminação adaptativa de curva, que move os faróis para iluminar melhor a estrada enquanto o carro vira. O Accord com LED e assistente de farol alto obteve a nota medíocre, enquanto a versão equipada com faróis básicos foi considerada aceitável.
A intenção do IIHS é dividida em duas partes. A primeira é mostrar ao governo norte-americano que é necessário criar um regulamento específico para iluminação automotiva, no lugar das regras atuais que permite uma variação muito grande de resultados. E a segunda é incentivar as fabricantes a dar mais atenção aos faróis. Considerando que segurança é um item muito importante para os americanos na hora de comprar um carro, os resultados vão obrigar as marcas a tomar mais cuidado, para tentar aumentar a nota no próximo teste.