Mais uma empresa andou fraudando testes de emissões de poluentes. A Mitsubishi admitiu que manipulou os testes para obter resultados melhores nos rendimento de energia de seus motores. São 625 mil veículos envolvidos no esquema. Ao contrário do caso dieselgate da Volkswagen , que afetou a Amarok vendida no Brasil, nenhum carro nacional da Mitsubishi tem ligação com a fraude.
O esquema foi feito em modelos chamados kei-car. Esse tipo de carro é vendido apenas no Japão e entra em uma categoria especial, com isenção de impostos. São veículos que pode ter, no máximo, 3,4 metros de comprimento e motor de 660 cilindradas e 64 cv. Para ter uma ideia, o Volkswagen Up! não poderia entrar nessa classificação, por medir 3,6 metros.
A fraude foi descoberta pela Nissan , para quem a Mitsubishi fabrica os modelos Dayz e Dayz Roox . Esses dois representam mais da metade dos veículos envolvidos, com 468 mil unidades fraudadas. As outras 167 mil unidades são dos Mitsubishi eK Wagon e eK Space . A Nissan fez seus próprios testes de emissões e encontrou divergências entre 5% a 10% em relação aos números fornecidos pela Mitsubishi .
O governo japonês ainda não declarou se e como irá punir a Mitsubishi pela fraude. A marca, junto com Nissan e Toyota , era investigadas pelo Ministério dos Transportes quanto ao nível de poluentes e particulas de óxido de nitrogênio emitidos por seus kei-cars. Foi o que levou a Nissan a fazer seu próprio teste e descobrir se estava dentro da lei. As ações da empresa caíram mais de 15% na bolsa de Tóquio, uma perca de cerca de US$ 1,2 bilhão.
O presidente do grupo Mitsubishi , Tetsuro Aikawa, pediu desculpas durante entrevista coletiva no Ministério dos Transportes e declarou que a produção está interrompida e irá ressarcir a Nissan e qualquer outro cliente que se sinta prejudicado. Em nota, a HPE Automotores do Brasil , representante da Mitsubishi no País, reitera que nenhum dos veículos afetados na fraude são vendidos no Brasil e que cumprem e sempre cumpriram 100% da regulamentação e das normas exigidas pelos órgãos brasileiros.