
Aprovado desde abril de 2016, o Seguro Auto Popular finalmente começa a funcionar, embora apenas na Grande São Paulo e oferecido por poucas empresas. A proposta criada pela Superintendência de Seguros Privados (Susep), possui regras para que as seguradoras possam oferecer um tipo diferente de seguro, com preços que ficam entre 30% e 40% menores do que uma apólice normal.
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Há anos as seguradoras pedem pela possibilidade de lançar uma modalidade de seguro mais barato, como uma forma de atrair novos clientes. A Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais estima que 70% dos veículos no Brasil não tenham nenhum tipo de seguro. É esse público que o Seguro Auto Popular quer conquistar, oferecendo uma alternativa baixo-custo que caiba no orçamento.
Por enquanto, apenas a Azul, braço da Porto Seguro, oferece um produto dentro dessas regras, chamado “Auto Leve” e com a promessa de custar até 30% menos. Outras empresas se preparam para entrar no segmento, como Tokio Marine e BB Mapfre. A SulAmérica tem um produto que parece ser o mesmo, chamado “Auto Compacto”, mas que não se encaixa nas regras.
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O que é?
O Seguro Auto Popular oferece coberturas muito mais baratas do que uma apólice comum, com valores entre 20% e 40% menores. Para atingir esses preços, o Susep criou regras para reduzir os custos de reparo e peças de reposição. Qualquer carro pode ser segurado dentro dessa modalidade, porém ele foi criado pensando em veículos com mais de cinco anos de uso – o “Auto Leve” da Azul exige que o segurado tenha data de fabricação a partir de cinco anos e avaliados até R$ 60 mil.
Por que é mais barato?
O pulo do gato para reduzir os preços do Seguro Auto Popular é o conjunto de regras que permite o uso de peças usadas ou genéricas para reparo, enquanto os seguros convencionais são obrigados a utilizar apenas peças originais das fabricantes. Obviamente, não vale usar qualquer peça, ela tem que estar dentro das especificações técnicas da fabricante do veículo, para evitar o uso de equipamentos de baixa qualidade.
Segurança é a palavra-chave para definir quando é possível ou não usar uma peça genérica. Qualquer componente que envolva um item de segurança do veículo, como freios, airbags, suspensão, pneus e cintos de segurança, não pode ser substituído por uma peça seminova ou fabricada por outra empresa que não a fabricante do veículo. Vidros também ficam de fora, por possuírem gravações dos números dos chassis.
Outra forma de baratear as apólices foi usar a estratégia dos planos de saúde, exigindo que o segurado faça o reparo em uma oficina credenciada como teríamos que procurar um hospital que aceite o seguro. Para a oficina, funciona da mesma forma que para um médico que atenda pelo plano de saúde, cobrando um valor menor para ganhar em volume pelo aumento de clientes. Isso elimina o problema que as seguradoras tinham em reembolsar o cliente após ele levar o carro em uma oficina de sua escolha. Porém, o uso da lista de oficinas credenciadas é uma opção, assim como o uso de peças não-originais. Se o cliente recusar, o seguro ficará mais caro.
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Vale a pena?
A resposta curta é: Sim, vale a pena, já que o preço é muito menor e o uso de peças genéricas é comum em oficinas. Só é uma oferta ruim para quem tem um veículo novo, que ainda está na garantia – em caso de reparo, usar peças seminovas ou genéricas irá comprometer a garantia de fábrica. Algumas empresas já se prepararam, com regras quanto a idade do carro segurado, mas fique atento no caso de empresas que oferecem mais tempo, como a JAC Motors e seus seis anos de garantia. Pode ser melhor negócio para quem tem um automóvel de maior idade. A Azul, por exemplo, dá uma condição especial para veículos que tenham entre 11 e 20 anos.