Porsche 356 Roadster (esquerda) e Mission E (direita): os dois extremos cronológicos lado a lado, na mesma imagem
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Porsche 356 Roadster (esquerda) e Mission E (direita): os dois extremos cronológicos lado a lado, na mesma imagem

A Porsche comemora os seus 70 anos de história, relembrando o lançamento do Type 356 Nº1 Roadster em 1948, o primogênito na linha de montagem. Com isso, a marca alemã ressalta a sua trajetória de bastante sucesso e destaca os planos que projeta para o futuro de seus carros, assegurando que, como sempre, será repleto de “velocidade, purismo e emotividade”, como afirma. De modo a executá-los, o Mission E (esportivo conceitual que relembra o Type 356) é a criação que dará tecnologia de última geração aos próximos modelos de produção, uma vez que o projeto serve de laboratório para todo o estudo e o desenvolvimento na fábrica em Stuttgart (Alemanha). Ainda sem qualquer confirmação, a fabricante prevê que, até 2020, esse carro começará a ser produzido.

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Ambos têm conceitos completamente diferentes entre si, mas a mesma filosofia de entregar diversão ao volante
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Ambos têm conceitos completamente diferentes entre si, mas a mesma filosofia de entregar diversão ao volante

Apresentado pela primeira vez no Salão de Frankfurt (Alemanha) em 2015, o Porsche Mission E conta com dois motores elétricos, que utilizam tecnologia de ímãs permanentes, semelhantes aos do 919 Hybrid que venceu as 24 Horas de Le Mans (França). Enquanto um impulsiona as rodas traseiras, o outro aciona as rodas dianteiras. Juntos, geram mais de 600 cv (440 kW), permitindo que o esportivo vá de 0 a 100 km/h em 3,5 segundos e a 200 km/h em menos de doze segundos. Eles trabalham em sincronia e recarregam as baterias com energia proveniente das frenagens. O trunfo da tecnologia dos imãs permanentes está no fato de que não produzem muito calor em seu funcionamento, o que exclui a necessidade de longas pausas para o sistema resfriar e, também, contribui para uma melhor autonomia, tanto que é capaz de percorrer 500 quilômetros com uma carga e bastam somente 15 minutos na tomada para mais 400 quilômetros.

Os planos da Porsche envolvem colocar o Mission E em produção até o ano de 2020
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Os planos da Porsche envolvem colocar o Mission E em produção até o ano de 2020

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Aposta no prazer ao dirigir

Dinâmica equilibrada e capacidade de tirar o fôlego em curvas estão entre as principais virtudes dos esportivos da marca alemã, bem como serviram de prerrogativa para cativar tantos entusiastas e apaixonados por velocidade ao longo dos seus 70 anos. Apesar das novas tecnologias, que prometem um futuro revolucionário para a Porsche, ela garante que os atributos emocionais serão preservados. Ao analisar o Mission E, isso se evidencia na preocupação com sua distribuição de peso otimizada e um centro de gravidade baixo, graças ao posicionamento das baterias, instaladas em lugares estratégicos. Isso somado a um sistema de tração com vetorização de torque - que gerencia a entrega da potência e do torque para a aumentar as capacidades do elétrico fazer curvas - as expectativas são de bastante segurança e eficiência.

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Visual

A Porsche descreve a sua aparência como “Emocionante, distinta, tranquila e familiar”. Ainda segundo declarações oficiais, o desenvolvimento da aerodinâmica sempre foi a prioridade. Grades de entrada e saída de ar na frente, atrás e nas laterais são características estéticas que conferem um visual agressivo. Apesar disso, estão lá para resfriar os motores, a bateria e todo o sistema eletrônico. Além disso, melhoram a circulação de ar das rodas, diminuindo a pressão nas caixas de roda e, assim, a sustentação da carroceria sobre o asfalto. De resto, traz elementos de outros esportivos da marca, como a dianteira similar a do 918 Spyder; para-lamas dianteiros, capô e a linha lateral dos vidros do 911; e uma saliência que vai do capô frontal ao teto, similar ao do GT3 RS.

Em complemento ao exterior agressivo, o Mission E conta com faróis em LED Matrix de quatro pontos. Além disso, os retrovisores laterais foram substituídos por câmeras, de modo a suavizar a passagem do ar. A preocupação com a aerodinâmica é tamanha que até as maçanetas das quatro portas se abrem no sentido inverso, com o objetivo de se integrarem mais à carenagem e, assim, contribuir com um menor arrasto do ar.

Interior

A filosofia da Porsche para o design do interior gira em torno do motorista. Isso é evidente na visualização dos instrumentos virtuais, nítidos mesmo se o condutor se mover dentro do carro. Assim, evita-se que o volante esconda informações importantes. A tecnologia por trás desse recurso é um sistema de rastreamento do olhar via câmera, com sensores que sabem sempre para qual instrumento a pessoa está olhando. É um efeito similar ao da Mona Lisa, que sempre estará “olhando” para você, mesmo que saia de perto dela.

Já o painel de instrumentos vem com uma divisão baseada no primeiro 911, além da adição de uma tela holográfica. Sem necessidade de toque, ela funciona por gestos e conta com funções de rádio, navegação, ar condicionado, telefone e aplicativos como o “Porsche Car Connect”, que inclui serviços concierge. O Mission E ainda pode ser configurado à distância, uma vez que conta com funções de configuração dos sistemas através do celular.

Um tributo à própria história

A engenharia do
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A engenharia do "Egger-Lohner Eletric Vehicle C.2 Phaeton Model" conseguia ser mais complicada que o próprio nome

O conceitual Mission E, que irá traçar o futuro dos carros da Porsche, é apenas uma das muitas revoluções e conquistas que a marca estampa no mundo dos carros. Tanto que, apesar de comemorarem os 70 anos de mercado, a história não começou com o Type 356 Nº1 Roadster em 1948. Suas raízes datam de 1898 quando o jovem engenheiro e piloto de teste austríaco Ferdinand Porsche apresentou seus primeiros projetos de design, dentre eles o primeiro carro híbrido do mundo, movido a gasolina e eletricidade e batizado de “Egger-Lohner Electric Vehicle C.2 Phaeton Model”. O impacto foi tão grande que Porsche virou referência, mesmo antes de um segundo projeto.

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Outros grandes feitos que consagraram a marca incluem: o desenvolvimento, no ano de 1900, do primeiro carro 4x4 da história, equipado com um motor elétrico para cada roda; a criação do motor simples, barato e robusto do Volkswagen Beetle (o Fusca), que chegou a equipar veículos militares alemães na 2ª Guerra Mundial por sua confiabilidade e a não necessidade de usar água para arrefecimento (trunfo em campanhas nos desertos);  parceria com a antiga Auto Union (fusão entre Audi, DKW, Horch e Wanderer) para a produção do Auto Union Type C, carro de corrida que tinha um motor de 16 cilindros, com 530 cv e que atingiu 340 km/h em 1936; inédita implementação de airbags tanto para o motorista quanto para o passageiro (Porsche 944, em 1986); além de inúmeras vitórias em rallys, corridas de longa duração e atuação indireta em categorias como a Fórmula 1.

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